Brasileiros migram em massa para rivais do X; português vira língua mais falada no Bluesky | Empresas

Meta, dona do Instagram, oferece Threads, enquanto Bluesky começou com financiamento do cofundador do Twitter, Jack Dorsey.

Outra opção é a Mastodon, rede fundada pelo alemão Eugen Rochko e que disputa os insatisfeitos com o X desde 2016.

Antes de receber os brasileiros após a suspensão do X, essas plataformas já acumulavam descontentamento com os rumos que o antigo Twitter tomou após sua compra por Musk em 2022.

Mas, com a polêmica jurídica, houve uma aceleração: na quarta-feira (28), o Bluesky teve pico de 2,07 milhões de postagens. E, nas últimas 24 horas, entre sexta e sábado, o português (73,7%) superou o inglês (16,5%) entre as línguas mais utilizadas para publicar mensagens, segundo dados confirmados pela plataforma.

Neste sábado, a Meta utilizou a base de mais de 2 bilhões de usuários do Instagram para promover Threads. Em meio ao impasse entre Musk e a justiça brasileira, anúncios apareceram com destaque no aplicativo de fotos e vídeos direcionados a novos usuários. “Participe da conversa no Threads. Confira o que as pessoas estão dizendo e fique atualizado sobre os assuntos de seu interesse”, disse um deles.

Procurada neste sábado (31) para comentar o aumento da procura por usuários brasileiros após o desastre do X, a Meta não havia respondido até a publicação desta reportagem.

Segundo a Bluesky, foram mais de 880 mil novos usuários, só do Brasil, nos últimos dois dias. Atualmente, a rede conta com cerca de 7 milhões de usuários ativos.

Uma postagem de sexta-feira no perfil oficial da plataforma deu as boas-vindas aos brasileiros. “Brasil, você está estabelecendo novos recordes de atividade no Bluesky”, escreveu ele.

Em preparação para as últimas horas de operação do X no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) postou os links e nomes de suas contas em outras plataformas sociais.

Além de Threads e BlueSky, a postagem do presidente também destacou o Facebook, um canal de Whatsapp e o TikTok.

Com as últimas movimentações da Justiça, diversos usuários postaram frases do tipo “quem já está aqui?” em ambas as redes.

Muitos deles estrearam seus perfis com postagens, como, “Acabei de chegar, refugiado do X/Twitter”, “O Twitter/X já teve vários velórios e o Orkut ainda não morreu” e “Os gringos estão migrando para o Bluesky simplesmente para parem de seguir os brasileiros.”

Enquanto isso, outros perfis que ficaram conhecidos na rede de Elon Musk nos últimos anos abriram contas ou passaram a usar seus perfis em outras redes com mais frequência.

Alguns deles aproveitaram para reclamar da falta de “trending topics” (ferramenta que mostra os assuntos mais comentados do momento) no Bluesky e outros recursos popularizados no antigo Twitter.

Em julho, a Folha de S. Paulo publicou um comparativo entre redes sociais alternativas ao X. Segundo a reportagem, das quatro plataformas avaliadas, nenhuma entregou uma experiência completa e acessível garantida pelo X em seus dias de maior popularidade.

“Agora pode ser um bom momento para anunciar que nossa próxima grande atualização do aplicativo terá vídeo. Mais detalhes em breve”, anunciou o perfil oficial da Bluesky nesta quinta-feira (29).

Segundo a plataforma, antecipando a entrada de novos usuários, uma versão foi atualizada nesta semana com recursos para reduzir a “toxicidade” na rede.

Uma possibilidade é desvincular uma postagem original da postagem de citação de alguém.

“Isso ajuda a manter o controle sobre um tópico iniciado, limitando de maneira ideal o empilhamento de postagens e outras formas de assédio”, escreve a plataforma.

A nova versão também permite que o criador de um tópico oculte as respostas à postagem original. “Com o recurso de notificações prioritárias, você pode filtrar notificações para receber atualizações apenas das pessoas que você segue.”