Bradesco compra 50% do Banco John Deere e quer usar canal para avançar no agronegócio | Finanças

A John Deere ainda não divulgou dados do segundo trimestre. No primeiro trimestre, teve patrimônio líquido de R$ 2,644 bilhões. A carteira de crédito foi de R$ 17,446 bilhões, sendo as principais linhas: pessoas físicas rurais e agroindustriais (R$ 11,067 bilhões) e recebíveis empresariais (R$ 3,340 bilhões).

Com o negócio, o Bradesco pretende ampliar a oferta de produtos e serviços financeiros para os setores de agronegócio e construção para clientes do banco John Deere, que continuará operando de forma independente.

“A John Deere está comprometida em transformar a experiência financeira de seus clientes e revendedores no Brasil”, afirma Jorge Sivina, diretor regional da John Deere Financial, em comunicado.

Segundo Roberto França, diretor de agronegócio do Bradesco, a carteira direta do banco no setor é de aproximadamente R$ 70 bilhões, volume que chega a quase R$ 120 bilhões se forem consideradas outras linhas com clientes do agronegócio. Ele afirma que a parceria com o Banco John Deere ajudará o Bradesco a reforçar sua posição de liderança na agricultura entre os bancos privados. “Eles falam diretamente com os clientes nas concessionárias John Deere, é uma força comercial muito forte e tendemos a complementar produtos e serviços bancários. Nossa seguradora é muito forte na agropecuária, podemos oferecer consórcios, uma série de coisas.”

Vinicius Favarão, diretor executivo do Bradesco, afirma que a transação é absolutamente relevante para a estratégia da organização e que fortalece os canais de distribuição. “Não existe nenhum tipo de exclusividade, vamos continuar a operar com todos os players deste mercado, mas a John Deere dá-nos um canal muito forte.”

O Banco John Deere promoveu um processo competitivo para encontrar um parceiro estratégico e, depois de quase um ano, o Bradesco foi escolhido. Segundo Favarão, outras parcerias neste formato não estão descartadas. “Nossa equipe corporativa é muito ativa, temos pesquisado outras empresas para entender sua situação atual e eventualmente avaliar se elas têm oportunidade ou não.”

França destaca que, nos últimos anos, a parcela do crédito direcionado à agricultura manteve-se mais ou menos estável, enquanto a parcela dos recursos livres cresceu mais fortemente, tanto entre os bancos privados como públicos. “Somos líderes entre as empresas privadas há décadas, estamos em todas as principais feiras agrícolas do país e estamos crescendo.”