Bolsa recua após novo recorde, mas se encaminha para ter o melhor mês do ano | Bolsas e índices

• O Ibovespa encerrou com queda de 0,95%, aos 136.041 pontos. No mês, aumentou 6,57% e no ano, 1,38%.

• O volume financeiro foi de R$ 15 bilhões, ante média diária de R$ 16,5 bilhões dos últimos 12 meses.
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Segundo Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, o índice fez um leve movimento de ajuste. “Não vejo nenhum ponto específico para o movimento de queda do Ibovespa hoje. Depois de alguns dias de forte movimento de alta, o mercado realmente faz um movimento de realização de lucros”, afirma.

O ajuste é um fenômeno comum em ativos de risco. Após sucessivas altas, os investidores vendem as ações para obter ganhos.

Normalmente compram a preços baixos e ao verem saldo positivo se desfazem do investimento, o que aumenta a pressão de venda (oferta) e derruba o preço dos ativos. Nesse caso, ocorre a chamada “realização de lucros”.

Outro motivo da correção é quando o mercado revisa os preços após um momento de certa euforia. E ao reavaliar, você acaba optando por vender (ou comprar, em determinadas situações) os ativos.

Anteriormente, foi anunciado que o PIB anualizado dos Estados Unidos cresceu 3% no 2.º trimestre de 2024, ligeiramente acima do aumento de 2,8% esperado pelos analistas. Nesta segunda leitura, o número mostra que a economia americana acelerou em relação à terceira prévia do primeiro trimestre, divulgada no final de junho, quando o PIB cresceu 1,4%.

O aumento das taxas dos títulos do Tesouro dos EUA e a divulgação de dados, que mostram que a economia dos EUA continua forte, empurram o dólar para cima. Uma economia mais forte traz incerteza sobre a dimensão dos cortes de juros que deverão começar em Setembro. E nestes cenários o risco dá lugar à cautela.

O dólar subiu pelo terceiro e quarto dias consecutivos, mas ainda está 0,55% mais barato em agosto.

• A moeda encerrou o dia cotada a R$ 5,62, após alta de 1,20%. No acumulado do ano, continua 15,88% mais caro.

“O dólar pode ter sido impactado por essa realização de lucros por parte dos investidores estrangeiros que começaram a voltar timidamente à bolsa quando o Ibovespa estava na casa dos 120 mil pontos. média”, acrescenta Silva.

Apesar de aclamada pelo mercado num primeiro momento, a nomeação de Gabriel Galípolo para o cargo de presidente do Banco Central (BC) ainda causa incertezas no mercado. O diretor deverá participar da escolha dos novos membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Enquanto houver dúvidas sobre quem estará na mesa de discussão, haverá medo entre os investidores.

O mercado já tem certeza de que espera um novo aumento da taxa Selic. As taxas de juro continuaram a aumentar no prémio de risco, de ponta a ponta da curva. As taxas brasileiras acompanham as taxas americanas, que também sobem na maioria dos contratos, diante de novos dados que apontam para uma economia resiliente.

• As taxas de Depósito Interbancário (DI) referentes a janeiro de 2025 passaram de 10,93% para 10,98%. Os prêmios em contratos de prazo mais curto estão mais ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic;
• Para janeiro de 2034, passaram de 11,69% para 11,78%. Estas taxas mais longas geralmente medem o “risco fiscal”, que é a capacidade do governo de manter as contas públicas atualizadas;
• Confira aqui a movimentação das taxas do Tesouro Direto.