Com ligeira recuperação de pouco mais de 4% nesta semana, especialistas apontam que o Bitcoina maior criptomoeda em valor de mercado, pode estar respirando fundo para novos saltos de preços em um futuro próximo.
Os sinais observados são, neste momento, sobre o ouro “real”, que quebrou seu recorde de preço ontem, sendo negociado a US$ 2.580,6 por onça troy. Com a queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os investidores procuram proteger-se da instabilidade recorrendo ao metal, que tem sido considerado uma reserva de valor e um activo de segurança durante séculos.
Neste contexto, os agentes do mercado de criptomoedas avaliam que o bitcoin, concebido conceitualmente para ser também uma reserva de valor e proteção contra políticas monetárias instáveis, pode ser benéfico, cumprindo o seu papel.
Um grande diferencial nesse cenário é que o ouro é utilizado pelos bancos centrais de diversos países para compor suas reservas, conforme apontado Charlie Morrisfundador de Árvore de bytesem entrevista ao site especializado Coindesk.
O Bitcoin não tem essa vantagem e, há muito tempo, é utilizado como ativo especulativo para ganhos de curto prazo, mesmo existindo grandes carteiras acumuladoras. Caso do dono da empresa de tecnologia Microestratégia, Michael Saylor.
A empresa teria 244,8 mil BTC em sua carteira digital, o que corresponde, pelos preços de hoje, a cerca de US$ 14 bilhões.
O gatilho para mudança de rumo dos recursos dos investidores será dado na próxima quarta-feira (18), pelo comitê de política monetária do Reserva Federal (Fed, banco central dos Estados Unidos), que deverá anunciar o primeiro de uma série de cortes na taxa básica de juros do país.
O corte é dado como certo, mas seu tamanho ainda não é consenso no mercado. As apostas maioritárias oscilam quase diariamente entre 0,25 e 0,5 pontos percentuais, dependendo dos dados macroeconómicos divulgados.
Para Caio Letachefe de conteúdo e pesquisa da plataforma Bip“a perspectiva macroeconômica continua favorável ao bitcoin: o fator mais importante que pressionou o ativo foi o ciclo de aumento das taxas de juros do Fed. Este ciclo está finalmente prestes a ser revertido.”
“As condições financeiras não são excessivamente restritivas e esperamos ver mais capital sendo mobilizado nos próximos meses”, avalia Fábio Pleindiretor regional de Coinbase para as Américas. “As eleições nos EUA também estão no radar, mas até agora tiveram uma influência limitada nos mercados de criptomoedas.”
Nesta sexta-feira (13), por volta das 12h (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 58.450. Nos últimos 30 dias, a variação é negativa em 2%. Em 12 meses, valorização de 120%, segundo agregador de dados Coingecko.
O Ethereum, segunda maior criptomoeda do mercado, valia US$ 2.340, registrando estabilidade em relação à última semana. Em 30 dias, perde 11%, e sobe 47% em 12 meses.
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