O Bitcoin (BTC) e o mercado de criptoativos como um todo enfrentam perdas significativas no mês, mesmo com os índices acionários globais mais uma vez próximos de máximas históricas e com os investidores mais tranquilos em relação ao cenário de crescimento da economia norte-americana.
O maior das criptomoedas desvalorizou cerca de 10% em agosto, ficando atrás do ganho de quase 1% no índice de ações MSCI, bem como do salto do ouro para níveis recordes. Um indicador de títulos globais da Bloomberg subiu quase 2% no mesmo período.
Para explicar a queda, analistas destacam o risco de venda de bitcoins apreendidos pelo governo dos EUA — que se acredita ter cerca de US$ 12 bilhões em criptomoedas — como um dos desafios para os ativos digitais neste momento. Dados do Blockchain indicam que na semana passada o governo dos EUA transferiu US$ 600 milhões em bitcoins confiscados para uma carteira da Coinbase Global, de acordo com uma análise da Arkham Intelligence.
Possíveis vendas por parte do governo dos EUA estão “resultando nesta pressão descendente temporária sobre os preços”, disse Khushboo Khullar, sócio da Lightning Ventures, que investe em empresas ligadas ao bitcoin. “Esperamos que essa lacuna diminua logo”, acrescentou ela.
Um indicador dos 100 maiores ativos digitais registrou em 5 de agosto a pior queda desde novembro de 2022. A queda ocorreu em linha com as perdas na bolsa, em meio a dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia norte-americana e a reversão da estratégia de carry trade do iene , o que reduziu o apetite pelo risco em todo o mundo.
As expectativas para o desempenho da economia dos EUA estabilizaram desde então com dados tranquilizadores, e o índice bolsista global MSCI está agora apenas 1,5% abaixo do recorde estabelecido em Julho.
O apetite pela exposição às criptomoedas, por outro lado, é mais fraco. Um exemplo disso é a chamada taxa de financiamento para futuros perpétuos de bitcoin na Binance, a maior bolsa de ativos digitais.
Esses contratos são frequentemente utilizados por especuladores, pois não têm prazo de validade definido. Mas os números da CryptoQuant mostram que a taxa de financiamento – o custo das posições – é a mais negativa desde 2022, sinalizando menos interesse dos traders que procuram obter lucro no curto prazo.
O Bitcoin atingiu um máximo histórico de US$ 73.798 em março, impulsionado por apostas em uma política monetária mais frouxa dos EUA e influxos em fundos de índice de criptografia dos EUA. As assinaturas de ETFs, lançadas há sete meses, desaceleraram.
Mais recentemente, o cenário político dos EUA trouxe volatilidade ao token, em meio à disputa entre o republicano Donald Trump, pró-cripto, e a democrata Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, na corrida presidencial. Harris ainda não detalhou qual seria sua política para ativos digitais.
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