Ó Bitcoin (BTC) opera em queda nesta sexta-feira (28) e acumula perdas de 6,3% nos últimos sete dias, enquanto o éter (ETH) cai 4,4% no mesmo período. No entanto, ambas as criptomoedas disparam 42,7% e 48,2%respectivamente, no primeiro semestre do ano, impulsionados pela recuperação na aprovação de fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin em dinheiro nas bolsas americanas no início do ano.
André Franco, chefe de análise da MB, destaca que o bitcoin foi um dos ativos com melhor desempenho no primeiro semestre de 2024, e que isso se deveu aos avanços regulatórios que destacam a maturidade do setor de criptoativos. “O Bitcoin, mais uma vez, se destacou como um dos melhores ativos”, comenta, defendendo a tese de que os críticos da criptomoeda, que dizem que ela teria valor justo igual a zero, foram mais uma vez silenciados.
O semestre contou ainda com a conclusão do quarto reduzir pela metade (evento programado em que a recompensa aos mineradores pela descoberta de um novo bloco de criptomoeda é reduzida pela metade) do bitcoin em sua história. A redução pela metade ocorreu em 19 de abril e não levou a um aumento na moeda digital, como alguns esperavam. Desde o evento, o bitcoin desvalorizou 5,91%.
Por volta das 18h20 (horário de Brasília) o bitcoin caía 2% em 24 horas, cotado a US$ 60.208 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, caía 1,8%, a US$ 3.378, segundo dados da CoinGecko. O valor de mercado combinado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,36 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 0,38% a R$ 338.512, enquanto o ether segue estável em R$ 18.999 segundo valores fornecidos pela MB.
Entre as altcoins (criptomoedas que não são bitcoin), Solana (SOL) cai 6,3% a US$ 140,10, BNB (token Binance Smart Chain) cai 2% a US$ 566,98 e Avalanche (AVAX) tem leve variação negativa de 0,1% a US$ 27,94 .
Apesar do semestre positivo, as criptomoedas foram varridas por uma tempestade de fatores negativos ao longo da semana, que culminou no processo da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) hoje contra Consenso por conta do serviço apostar oferecido na carteira digital MetaMask.
De acordo com a SEC, a funcionalidade da carteira faz da MetaMask uma plataforma que vende títulos não registrados. A ação também afeta protocolos de staking líquidos, como Leia (LDO) Isso é Piscina de Foguetes (RPL). No mundo criptográfico, staking significa bloquear uma quantia de uma determinada criptomoeda que o usuário possui em sua carteira em troca de um retorno (como uma espécie de taxa de juros).
Além do novo ataque da SEC contra o mundo criptográfico, que vai contra desenvolvimentos positivos para o mercado, como a recente aprovação do Formulários 19b-4 para lançamento de ETFs Ether em exchangesalguns velhos fantasmas do setor também voltaram nos últimos dias. É o caso da troca Monte Goxalvo de um ataque hacker em 2014, que causou muita preocupação aos há muito tempo nas criptomoedas ao anunciar que começaria em julho a devolver os bitcoins roubados de seus clientes naquele ano. A expectativa é que ex-usuários da corretora vendam esses BTCs o mais rápido possível, pois eles passaram de US$ 1 mil na época do ataque para US$ 60 mil hoje. Se isto se confirmar, a pressão de venda poderá levar a maior moeda digital a novas quedas.
Por último, o cenário macroeconómico permanece indefinido. Hoje foi divulgado o Índice de Preços de Despesas ao Consumidor (PCE) dos EUA em relação a maio, que ficou estável em relação a abril. O resultado veio em linha com o consenso das projeções dos economistas, mas vem depois do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) Americano acima do esperado no primeiro trimestre. Como resultado, as preocupações sobre a possibilidade de a Reserva Federal continuar a adiar um corte nas taxas de juro permanecem fortes.
Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, afirma que o bitcoin fechou a semana em espera. “O mundo criptográfico está observando os potenciais impactos vindos do mercado americano, como a divulgação de dados sobre inflação, cortes nas taxas de juros e eleições”, avalia.
Rony Szuster, analista da MB, destaca que alguns ativos ficaram positivos nesta semana, como o solana, que subiu 5,3% após um pedido de lançamento de ETF SOL cash pela gestora VanEck foram registrados. “Especialistas lembram que se trata apenas de um pedido inicial, e a avaliação e eventual aceitação ou não levaria pelo menos um ano para ocorrer, mas foi um sinal que animou o mercado e pode indicar que Solana ganhará um ETF no ano que vem”, ele comenta.
Por outro lado, André Franco destaca que um dos argumentos para a aprovação de ETFs à vista para BTC e ETH é que a negociação de futuros das duas moedas digitais já existia nos EUA. “O caso Solana não segue a mesma regra, e isso pode dificultar [a aprovação pela SEC]“, ele explica.
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