O Banco do Brasil superou as estimativas de lucro dos analistas no segundo trimestre, mas a abertura dos números não é tão positiva. A margem com clientes caiu, a inadimplência piorou e o banco elevou o guidance de provisão para devedores duvidosos (PDD) neste ano. O resultado foi ajudado, mais uma vez, pelo desempenho muito forte da margem de mercado, refletindo os resultados acima do normal do Banco Patagonia, sua subsidiária na Argentina.
O BB registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,502 bilhões no segundo trimestre, aumento de 2,2% em relação ao primeiro trimestre e de 8,2% em 12 meses. O ganho ficou acima da projeção dos analistas ouvidos pelo Valor, de R$ 9,172 bilhões.
Segundo o BB, os resultados refletem “o sucesso na execução de uma estratégia orientada para a proximidade com o cliente e materializada, cada vez mais, na experiência e inovação ‘phygital’, na concessão sustentável de crédito, na diversificação de receitas e na eficiência” .
A margem financeira bruta atingiu R$ 25,549 bilhões, com queda trimestral de 0,7% e aumento anual de 11,6%. O spread global foi de 4,9%, acima dos 5,1% do primeiro trimestre e dos 4,9% do ano anterior. A margem de clientes atingiu R$ 19,852 bilhões, queda de 2,1% no trimestre e de 1,0% em um ano. A margem de mercado totalizou R$ 5,697 bilhões, aumento de 4,4% no trimestre e de 100,7% em um ano. Foi influenciado pelo resultado da tesouraria e pela maior margem do Banco Patagonia.
Enquanto isso, as despesas de PDD totalizaram R$ 7,807 bilhões no trimestre, queda de 8,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado líquido do trimestre, segundo o BB, é resultado de uma despesa de R$ 9,610 bilhões com risco de crédito, R$ 272 milhões em perdas por redução ao valor recuperável e R$ 908 milhões em descontos concedidos, com ganho de R$ 2,983 bilhões em créditos recuperados.
Junto com os resultados, o BB revisou o guidance de margem financeira bruta para melhor e para pior as projeções para PDD em 2024. A estimativa para a margem ficou na faixa de 10% a 13% (de 7% a 11% antes ). E para o PDD foi para a faixa entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões (de R$ 27 bilhões para R$ 30 bilhões antes).
O banco encerrou o segundo trimestre com taxa de inadimplência de 3,00%, ante 2,90% em março e 2,73% em junho do ano anterior. Nas pessoas físicas, a inadimplência foi de 4,81%, ante 4,77% e 5,27%, na mesma base de comparação. Nas empresas, atingiu 3,38%, 3,19% e 2,58%. E no agronegócio passou para 1,32%, de 1,19% e 0,58%. O índice de cobertura caiu acentuadamente, caindo para 191,3%, de 196,0% e 201,3%.
A chamada carteira de crédito ampliada atingiu R$ 1,183 trilhão em junho, aumento de 3,9% na comparação trimestral e de 13,2% em 12 meses. A carteira pessoa física atingiu R$ 320,765 bilhões, aumento de 1,1% no trimestre e de 6,2% em 12 meses. Segundo o banco, o resultado foi influenciado principalmente pelo desempenho do crédito consignado, que cresceu 2,2% no trimestre e 10,6% em um ano.
Nas pessoas jurídicas, a carteira totalizou R$ 421,072 bilhões, com aumentos de 7,0% e 13,2% na mesma base de comparação, com destaque para operações de capital de giro (avanço de 2,7% no trimestre e 7,8% no ano) e investimento (aumento de 5,5% no trimestre e 22,1% no ano). Na agropecuária, houve aumento de 0,7% no trimestre e alta de 16,6% em 12 meses, para R$ 374,989 bilhões. “Na comparação com o trimestre anterior, os destaques são o desempenho dos investimentos (+2,2%) e dos títulos agrícolas (+5,1%)”, diz o banco.
“O novo Plano Safra 2024/2025 disponibilizará um valor recorde de R$ 260 bilhões em recursos: R$ 26 bilhões destinados à agricultura familiar (Pronaf), R$ 24 bilhões aos médios produtores (Pronamp), R$ 142 bilhões reservados à agricultura corporativa, e os R$ 68 bilhões restantes serão destinados a títulos agro e da cadeia de valor”, aponta o banco.
Mesmo que o guidance para a carteira geral tenha permanecido inalterado, o BB elevou as expectativas para o crescimento da carteira de negócios sustentáveis, que passou para 9% a 13% (de 5% para 9% anteriormente). Em junho, o banco atingiu R$ 358,4 bilhões nessa carteira, o que significa um aumento de 11,5% em 12 meses. “Ainda nos negócios sustentáveis, o destaque foi a captação de US$ 100 milhões no segundo trimestre deste ano, em uma operação, inédita no mundo, do tipo ‘tripla recompra sustentável’. Com esta operação, o BB estabeleceu um novo marco no setor financeiro, pois a operação inaugura as operações do banco no novo arcabouço de dívida vinculada à sustentabilidade e enfatiza o papel significativo do Brasil no cenário global de finanças sustentáveis”, diz o comunicado de resultados.
A receita de serviços totalizou R$ 8,845 bilhões, aumento de 6,0% em relação ao trimestre anterior e de 6,7% em 12 meses. Despesas administrativas alcançadas
R$ 9,245 bilhões, aumento trimestral de 4,1% e aumento anual de 4,9%. “O índice de eficiência acumulado em 12 meses foi de 25,5%, reflexo da boa geração de receitas e controle de despesas”, afirma o BB.
O retorno sobre o patrimônio líquido (mercado) foi de 21,6% em junho, 21,7% em março e 21,3% em junho de 2023. O índice de Basileia foi de 14,19%, ante 15,13% e 15,72% na mesma base de comparação.
O BB informou que pagou ao Tesouro Nacional R$ 1 bilhão em instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD). O cronograma de devolução do IHCD foi definido pelos bancos públicos e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em abril de 2021. A dívida total do BB era de R$ 8,1 bilhões e os pagamentos anuais de R$ 1 bilhão começaram em 2022.
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