Banco da Amazônia tem lucro de R$ 332 milhões e vai retomar processo para re-IPO de até R$ 2 bi | Finanças

“Os números do trimestre vieram dentro do esperado, positivos para o banco. Reforçamos a solidez das nossas operações. Nosso foco continua em buscar sempre o desenvolvimento sustentável da Amazônia, com crédito e soluções eficazes”, afirma Luiz Lessa, presidente do Basa.

A carteira de crédito cresceu 10,3% ao ano, para R$ 52,2 bilhões. Só do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) são R$ 44,5 bilhões. A inadimplência foi de 2,48%, ante 2,11% no primeiro trimestre e 1,87% um ano antes. Segundo Lessa, o aumento se deve a alguns casos específicos do atacado e também à deterioração da carteira do agronegócio. “Tivemos alguns casos do atacado do RJ, que já estão 100% provisionados, e a agricultura foi impactada pela queda nos preços das commodities. Mas o novo Plano Safra vai começar e isso já está caminhando.”

Em novos caminhos de crescimento, a Basa deverá lançar a emissão de cartões de crédito no início do próximo ano e também trabalha para montar uma operação de adquirência. “O cartão terá pegada ambiental, possibilidade do cliente ajudar a conservar a Amazônia, mas ainda não podemos revelar detalhes”, afirma o executivo.

Sobre o aumento de capital, Lessa destaca que a AGE de abril foi cancelada porque alguns órgãos governamentais exigiram estudos mais detalhados sobre alguns pontos, mas agora o banco já entregou essa documentação e o processo de reunião deve ser retomado em breve. “Depois disso vamos aguardar a janela de mercado, mantemos nossa expectativa inicial de captar até R$ 2 bilhões. Mas não vamos fazer isso a qualquer custo, queremos múltiplos que reflitam o perfil do nosso banco, a nossa atuação em sustentabilidade”.

Ele lembra que o índice de Basileia subiu para 13,78% no segundo trimestre, ante 13,28% no primeiro, e que o banco tem trabalhado para diversificar suas captações. Deve assinar uma linha de 50 milhões de euros com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) até o próximo mês e também tem negociações avançadas para linhas com o BID e o Banco Mundial. “Estamos começando com valores pequenos, para aprender o processo, ganhar segurança, e depois podemos acessar linhas maiores com essas agências”, afirma.