A companhia aérea Azul encerrou o segundo trimestre de 2024 com prejuízo líquido de R$ 3,8 bilhões, revertendo o ganho de R$ 23,9 milhões do mesmo trimestre do ano anterior. De modo geral, os resultados foram influenciados pela desvalorização do real frente ao dólar, o que levou a um resultado financeiro negativo no período.
Segundo o banco de dados Valor PRO, esse foi o maior prejuízo da empresa em um trimestre desde o primeiro trimestre de 2020, quando as perdas totalizaram R$ 6,5 bilhões.
Desconsiderando os efeitos não recorrentes, a empresa viu seu prejuízo aumentar 31,3%, para um prejuízo líquido de R$ 744,4 milhões, contra um prejuízo de R$ 566,8 milhões um ano antes. Entre os fenômenos que comprometeram o resultado está o efeito da crise provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, bem como o enfraquecimento do mercado internacional.
No trimestre, a empresa registrou receita operacional de R$ 4,2 bilhões, 2,3% abaixo da registrada um ano antes. A receita do transporte de passageiros caiu 2,3%, para R$ 3,8 bilhões. No trimestre, a empresa registrou queda de 8% em sua capacidade internacional, o que ajuda a explicar as perdas de receita.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) no trimestre totalizou R$ 1,05 bilhão, queda de 9% na comparação anual. A margem EBITDA foi de 25,2%, queda de 1,9 pontos percentuais.
No trimestre, a empresa transportou 7,4 milhões de passageiros, um aumento de 3,1%.
A Azul encerrou o trimestre com resultado financeiro líquido negativo de R$ 4,3 bilhões, ante resultado negativo no segundo trimestre de 2023 de R$ 94 milhões. O resultado reflete a variação cambial do período, que foi negativa em R$ 3 bilhões (um ano antes essa variação havia sido positiva em R$ 1 bilhão).
A dívida líquida da companhia aérea saltou 39% na comparação anual e 18% na comparação com o primeiro trimestre deste ano, para R$ 24,6 bilhões. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA nos últimos 12 meses, aumentou para 4,5 vezes, ante 4,2 vezes um ano antes.
A Azul anunciou corte na oferta de voos e nas perspectivas de Ebitda ao final de 2024 diante da crise causada pela enchente no Rio Grande do Sul, além de atrasos na entrega de aeronaves, que impediram a empresa de avançar com suas operações internacionais. A empresa havia elevado suas projeções no dia 28 de março deste ano, indicando um bom cenário de demanda na época.
Em fato relevante, a empresa afirmou que sua oferta total de assentos neste ano (ASK) deve saltar 7% em relação a 2023. A projeção anterior era de aumento de 11% em relação ao ano passado.
A previsão do Ebitda é de valor acima de R$ 6 bilhões. A projeção anterior apontava para R$ 6,5 bilhões.
Enquanto isso, a alavancagem prevista para o final do ano é de 4,2 vezes, contra 3 vezes na projeção anterior, refletindo o menor EBITDA, bem como a desvalorização do real frente ao dólar.
No documento, a empresa destacou que a redução da capacidade ocorreu em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul em maio e do fechamento do Aeroporto de Porto Alegre, com reabertura parcial prevista para outubro.
O grupo apontou ainda uma redução temporária da capacidade internacional no primeiro semestre do ano, bem como atrasos dos fabricantes nas entregas de aeronaves.
“Além disso, a Azul desenvolveu e começou a implementar um plano, denominado ‘Eleva’, com múltiplas oportunidades de aumento de receita e redução de custos, com meta de mais de R$ 1 bilhão em valor incremental”, disse a empresa.
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