Previsto para durar meses, o julgamento de Fernando Andrés Sabag Montiel, 37, brasileiro que mora na Argentina há anos e, em 2022, tentou atirar em Cristina Kirchner, começou nesta quarta-feira (25), em Buenos Aires. então vice-presidente.
Montiel, que continua detido, é acusado de tentativa de homicídio, duplamente qualificada pela premeditação e pelo facto de Cristina não ter conseguido se defender. Se condenado, sua pena pode variar de 13 a 20 anos de prisão. Também estão no banco dos réus sua namorada, Brenda Elizabeth Uliarte, acusada de ser coautora, e Nicolás Gabriel Carrizo, ex-chefe e acusado de participar do plano.
O episódio ocorreu em 1º de setembro de 2022. Montiel tentou atirar em Cristina enquanto o então deputado peronista Alberto Fernández era ovacionado por apoiadores do lado de fora de sua casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. A arma falhou.
O caso de grande repercussão levou a uma manifestação de rua generalizada no dia seguinte à manifestação contra o que muitos descreveram como um grave episódio de violência política. Ao jornal La Nacion, a promotora responsável pelo caso disse que tentará classificá-lo como feminicídio (crime de ódio contra mulheres) ao longo do julgamento.
As equipes de defesa, por sua vez, afirmam que Montiel não é responsável pela tentativa de homicídio porque a arma que utilizou para atirar na cabeça do ex-presidente não tinha capacidade de disparo, por não estar devidamente montada.
As audiências do caso deverão ocorrer todas as quartas-feiras a partir desta semana. Neste primeiro dia foram apresentadas as acusações, prevendo-se que Montiel e os restantes arguidos se defendam oralmente, embora possam pedir para o fazer posteriormente.
Uma série de mensagens retiradas dos celulares dos acusados e lidas no início da audiência revelam os planos de assassinato de Cristina. Uliarte chegou a dizer por escrito que ela própria tomaria medidas contra a política. O casal pretendia se mudar para a Recoleta para ficar mais próximo do então vice-presidente.
Em uma das mensagens, a namorada diz que “para limpar a Argentina é preciso sangue”. Também falaram sobre planos para possivelmente atacar outros membros do La Cámpora, grupo militante ligado à corrente Kirchnerista.
Depois de ser presa, Uliarte afirmou que era inocente e que Montiel a obrigou a participar na organização da tentativa de assassinato. Segundo ela, seu namorado estava ligado à Revolución Federal, grupo de radicais conhecido por hostilizar lideranças kirchneristas e cujo líder já falou nas redes sociais sobre a tentativa de matar Cristina.
O brasileiro Montiel enviou uma carta à Justiça argentina em outubro passado na qual dizia, segundo a imprensa local: “Nunca fui violento com uma mulher, apenas com CFK [as iniciais de Cristina Fernández Kirchner]”.
Nasceu em 1987 no Brasil, em São Paulo, e morava na Argentina desde o início dos anos 1990. Ele tinha antecedentes criminais e, após ser preso pelo ataque a Cristina, também foi acusado de posse e distribuição de imagens e vídeos com conteúdo de exploração sexual. infantil.
Um ano depois do crime, ele e a namorada foram condenados a um ano de prisão por possuírem um documento de identidade argentino que não lhes pertencia e foi descoberto em seu apartamento durante buscas que se seguiram à tentativa de atirar em Cristina.
Vendedores ambulantes, ele e a namorada vendiam algodão doce nas ruas. Por isso a dupla e seu chefe, que também estava em julgamento, foram apelidados de “turma do algodão doce”. A Justiça tenta entender se o grupo era uma espécie de organização criminosa e se há mais envolvidos. Carrizo, o patrão, também trocou mensagens nas quais falava da tentativa de homicídio de Cristina e se incluía nas ações. “Você não tem ideia de que grupo formei”, escreveu neste contexto a um interlocutor.
A mãe de Montiel é argentina, e seu pai, o chileno Fernando Ernesto Montiel Araya, já foi alvo de uma investigação da Polícia Federal em 2020 que exigia sua expulsão do Brasil. Ele tinha condenações por diversos crimes, desde roubo até falsificação de documentos. Segundo a imprensa argentina, ele hoje mora em Valparaíso, em seu país natal.
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