O aquecimento do mercado de trabalho e de economia como um todo e o tarifas ainda elevados devem manter os preços dos aluguéis com tendência de alta até o final do ano. A afirmação é do economista André Braz, superintendente adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que anunciou nesta quinta-feira (5) que o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) em agosto subiu 1,93%, marcando aceleração frente à taxa de -0,18% registrada em julho.
“O mercado imobiliário está relativamente dinâmico. Vemos que outros indicadores, o próprio INCC [Índice Nacional do Custo da Construção] está acelerando. O mercado de trabalho está muito aquecido, a mão de obra é mais escassa. Isso tudo acaba se materializando no mercado de locação”, pontua Braz.
O economista lembra que a taxa Ivar de 12 meses continua subindo. Em agosto, totalizou 9,97%, contra 9,90% em julho. Só em São Paulo esse acumulado em 12 meses fica abaixo de 10%, com 7,53%.
“O mercado de trabalho aquecido coloca mais famílias em condições de demandar esse serviço de aluguel”, diz Braz, que acrescenta que o taxa básica de jurosatualmente em 10,5% ao ano, ainda está em patamar elevado, o que faz com que o financiamento imobiliário e aumenta o número de pessoas que procuram casas para alugar.
“Para os próximos meses, não vejo, pelo menos no radar, nada que desconstrua essa tendência [de alta dos aluguéis]. Os juros ainda estão muito altos, o financiamento fica mais caro, comprar um imóvel nessa situação fica mais caro, então as pessoas voltam a alugar”, explica o economista do FGV Ibre, destacando mais uma vez que o aquecimento do mercado de trabalho sustenta essa demanda. .
Em agosto, São Paulo registrou alta significativa do Ivar, que passou de -1,11% em julho para +2,42% no mês passado. No Rio de Janeiro, houve desaceleração em relação a julho, mas a tendência de alta se manteve, com o índice passando de 1,23% em julho para 1,07% em agosto. Em Belo Horizonte a queda recorde foi revertida, com o Ivar passando de -0,71% em julho para +2,61% no mês passado. Em Porto Alegre, a tendência de aceleração continuou em agosto, com o índice passando de 0,88% em julho para 1,21% no mês passado.
Esta foi a primeira vez desde agosto do ano passado que Ivar registrou taxas positivas nas quatro cidades pesquisadas pelo FGV Ibre.
No acumulado de 12 meses, além da passagem de 6,53% para 7,53% entre julho e agosto em São Paulo, o indicador desacelerou de 10,21% para 10,18% no Rio de Janeiro; passou de 11,08% para 10,83% em Belo Horizonte; e de 12,85% para 11,43% em Porto Alegre.
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