O rompimento das barragens da Samarco, em Mariana, e da Vale, em Brumadinho (MG), trouxe mudanças tanto na tecnologia de gestão de resíduos quanto nas medidas de segurança destinadas a evitar novos desastres. Após a proibição, em 2020, da construção de barragens a montante, método utilizado em ambos e caracterizado pela utilização de rejeitos sobrepostos, as mineradoras passaram a eliminar esse tipo de passivo ambiental. Hoje, pelo menos 52 estruturas já estão em processo de descaracterização – nome dado à devolução da área ao seu estado natural -, das 74 existentes em fevereiro de 2019, mês seguinte à tragédia de Brumadinho. Não há moradores nas demais regiões em situação de risco.
A expectativa, segundo dados do setor, é que mais de 90% dessas barragens sejam destruídas até 2027. A indústria mineral, que já investiu US$ 2 bilhões em medidas de segurança, planeja destinar cerca de US$ 6 bilhões para extinguir todas as barragens identificadas . Especialistas apontam que o risco de novos acidentes foi reduzido e pode ser melhorado, inclusive com mais segurança nos sistemas de alerta e prevenção.
“Alternativas alternativas de abastecimento de água também estão sendo estudadas em caso de rompimento e contaminação. Tudo isso está sendo feito”, afirma Carlos Eduardo Tucci, diretor de hidrologia da Rhama Analysis, empresa que fornece soluções de engenharia para desafios ambientais, lembrando que, em Mariana, a mancha de resíduos chegou ao mar, no litoral do Espírito Santo. O engenheiro, autor de projetos de consultoria para entidades como UNESCO, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), ressalta a importância de avançar no processo de descaracterização de barragens em curso no Brasil.
Removemos 3 milhões de m3 com equipamentos não tripulados”
—Frank Pereira
Desde 2019, a Vale investiu cerca de R$ 9 bilhões no Programa de Descaracterização de Estruturas Upstream. Das 30 identificadas, 14 já foram eliminadas e a meta é chegar a 2025 sem nenhuma barragem em nível máximo de emergência. Em maio, foi extinta a primeira, B3/B4, em Macacos, Nova Lima (MG). “Em 2024 chegaremos a 16 barragens descaracterizadas. É um aprendizado constante”, afirma Frank Pereira, diretor de engenharia de projetos geotécnicos, área criada após o desastre de Brumadinho, quando a mineradora se comprometeu a fechar todas as estruturas a montante.
A empresa mantém uma única barragem em nível emergencial 3, Forquilha III, em Ouro Preto (MG). Na B3/B4, a empresa informa que aportou mais de R$ 80 milhões para garantir a segurança das obras. “Removemos 3 milhões de m3 com equipamentos não tripulados”, diz Pereira. A Vale também investiu em tecnologias de processamento a seco, que não geram resíduos, método que cobre mais de 70% de sua produção de minério de ferro. Em 2014, esse tratamento a seco foi de 40%.
Existem também medidas de mineração circular, com foco na redução de resíduos e no impacto ambiental. A estratégia da Vale inclui o reaproveitamento de 138 milhões de toneladas de rejeitos da barragem do Gelado, em Carajás (PA), para a produção de pellet feed, reduzindo em 62% o acumulado em 37 anos de operação da mina.
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) adotou mudanças na destinação de rejeitos em barragens no processo de bauxita, além de investir na transformação de resíduos industriais em matéria-prima para novos produtos. O processo, iniciado em 2018, revelou a existência de 152 resíduos gerados em duas unidades da CBA, sendo 38% economicamente viáveis. Outros 33,5% serão destinados ao reaproveitamento em outros processos e 28% serão avaliados. “Geramos uma receita de R$ 18 milhões com resíduos. Criamos uma área para desenvolvimento de coprodutos, transformando resíduos em oportunidade de negócio. As parcerias com universidades têm sido fundamentais no desenvolvimento de soluções”, afirma Leandro Faria, gerente geral de sustentabilidade da CBA.
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