As denúncias de assédio vieram à tona pela ONG Me Too e divulgadas pelo portal “Metrópoles”. Segundo a reportagem, uma das vítimas foi Anielle Franco. A demissão de Almeida ocorreu no dia 6 de setembro.
“Que possamos continuar lutando por um projeto político de um país em que acreditamos, e no projeto político deste país, que possamos ter mulheres na vanguarda dos espaços de poder e de decisão, sendo protagonistas de suas histórias sem que ninguém pense que pode tirar só pela violência”, disse Anielle, no seminário “Mulheres na Liderança por um Brasil Mais Seguro”, promovido pelo Ministério da Justiça.
“Para transformar a imagem do poder, de fato, precisamos ir além dos discursos, precisamos continuar avançando com práticas e políticas que nos permitam não apenas acessar, mas permanecer nesses espaços de decisão para que nossos espaços de trabalho são realmente seguros e acolhedores para que possamos realizar nosso trabalho de forma plena”, acrescentou Anielle.
Sem fazer qualquer menção direta aos últimos acontecimentos, o ministro afirmou: “Mesmo nas dificuldades nunca estamos sozinhos e nunca estaremos sozinhos porque se passássemos o microfone a cada um de vocês teríamos certamente muitas histórias em comum”.
O evento contou ainda com a participação da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, da ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação nos Serviços Públicos), e também de mulheres do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e de diversos setores públicos. instituições de segurança nos níveis municipal, estadual e federal.
Cármen Lúcia afirmou ainda, durante master class no seminário, que o número de casos relacionados com fraude de quotas de género é, em termos percentuais, o maior número de recursos resolvidos pelo tribunal.
“O número de casos que o TSE votou, entre novembro de 2022 e agora, só para permanecer nas eleições de 2022 com fraude de cotas de gênero, é o maior número de recursos que temos, percentualmente, resolvidos no TSE, ou seja , usam-se nomes de mulheres, ficção, a própria candidata não vota nela, alguém, um partido, pede que ela dê seu nome a alguém do partido para que ofereça seu nome e no processo parece que ela está fazendo campanha para o irmão, para o marido, para outra pessoa, estou falando disso em 2024”, disse Carmen.
O presidente do tribunal eleitoral destacou que o discurso de ódio, quando dirigido às mulheres, é “sexista, desmoralizante e tem como alvo a família”.
A ministra disse ainda que foi avisada por alguns autarcas de alto escalão de que não voltarão a concorrer nas eleições que terão lugar em Outubro. Segundo Cármen Lúcia, uma delas disse que a filha morava com a avó em outra cidade há um ano e meio porque não podiam ir às aulas devido a “coisas” que foram plantadas contra ela de natureza sexual. “Esta é mais uma violência que, como eu disse, é contra a democracia”, disse Cármen Lúcia.
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