A relação comercial entre o Brasil e a União Europeia é crucial devido à complementaridade econômica e à busca constante por novas oportunidades de negócios ao longo dos anos. Apesar dos desafios regulamentares e comerciais, esta parceria está em constante evolução, exigindo adaptação às mudanças globais e exploração de novas fronteiras económicas.
A partir dos próximos anos, a continuidade da cooperação econômica entre o Brasil e a União Europeia dependerá do alinhamento com práticas sustentáveis e responsáveis, no contexto ESG (Ambiental, Social e Governança). A adaptação às mudanças globais refere-se à necessidade de ajustar as políticas e práticas empresariais para enfrentar os desafios ambientais e sociais emergentes.
Mais recentemente, o movimento ESG ganhou contornos definidos no contexto europeu através de novas regulamentações como o Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras (CBAM), a Diretiva de Devida Diligência de Sustentabilidade Corporativa (CS3D) e o Regulamento de Desmatamento (EUDR), que estão redefinindo o cenário. para exportadores globais.
O CBAM visa integrar o custo das emissões de carbono nos produtos importados, impactando diretamente os setores intensivos em carbono. Por sua vez, o CS3D impõe às empresas a obrigação de realizar uma avaliação abrangente dos riscos ambientais e sociais ao longo das suas cadeias de abastecimento, incentivando uma maior responsabilidade corporativa. Entretanto, o EUDR proíbe a importação de produtos associados à desflorestação, pressionando os produtores para garantirem cadeias de abastecimento livres de degradação ambiental.
Estas regulamentações são cruciais para garantir que o comércio internacional seja um catalisador para a sustentabilidade, incentivando as empresas a adotarem práticas mais éticas e responsáveis. O foco no ESG não só melhora a reputação das empresas, mas também contribui para um futuro mais sustentável, equilibrando o crescimento económico com a proteção ambiental e o respeito pelos direitos humanos.
No agronegócio brasileiro, novas demandas por cadeias de abastecimento livres de desmatamento e práticas sustentáveis colocam desafios significativos. Produtos como soja, carne e café devem agora cumprir requisitos rigorosos para aceder ao mercado europeu. A conformidade com os padrões de sustentabilidade exige que os produtores implementem sistemas robustos de rastreamento e auditoria, incluindo a certificação de não desmatamento, conforme exigido pelo EUDR.
No entanto, esta adaptação não ocorre sem custos. A adoção de tecnologias e práticas sustentáveis, como geolocalização, auditorias independentes e certificações, impõe desafios financeiros consideráveis, especialmente para pequenos e médios produtores. Além disso, as regulamentações europeias podem funcionar como barreiras comerciais, afetando a competitividade dos produtos brasileiros. A responsabilidade social também é crucial, exigindo que as empresas abordem os aspectos sociais das suas operações conforme exigido pelo CS3D, implementando práticas laborais justas e respeitando os direitos humanos em toda a cadeia de abastecimento.
As novas regras europeias impõem desafios consideráveis ao setor agrícola, exigindo adaptação e inovação. No entanto, também oferecem a oportunidade única de alinhar as práticas brasileiras com os padrões globais de sustentabilidade, potencialmente abrindo novos mercados e fortalecendo a posição do Brasil como líder em práticas agrícolas responsáveis.
As oportunidades trazidas por estes regulamentos são consideráveis. A adaptação às novas regras pode impulsionar a inovação no setor agrícola, permitindo ao Brasil se destacar como líder global em sustentabilidade. No entanto, os produtores brasileiros enfrentam desafios significativos, como os altos custos para implementar tecnologias de rastreamento e controle de emissões, bem como a necessidade de melhorias na infraestrutura logística para uma cadeia de abastecimento eficiente e transparente, em conformidade com as regulamentações europeias.
Concluindo, embora as novas regulamentações europeias representem desafios consideráveis para os produtores brasileiros, elas também oferecem uma plataforma única para inovação e liderança em práticas sustentáveis. Este momento de transição pode redefinir a competitividade do Brasil no mercado global, elevando-o como protagonista na promoção de uma agricultura sustentável e responsável.
Gláucia Fernandes é professor assistente de Finanças do COPPEAD/UFRJ. É graduado em Economia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestre em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e doutor em Administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). ), instituição onde realizou seu Pós-doutorado. Ela foi professora visitante no Departamento de Finanças da McCombs School da Universidade do Texas em Austin. Lecionou no MBA executivo em administração: negócios do setor elétrico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do qual também foi coordenadora. Atuou por 5 anos como pesquisadora de energia no centro de pesquisas da FGV Energia.
Gláucia Fernandes é professora e professora adjunta de Finanças da COPPEAD/UFRJ — Foto: COPPEAD-UFRJ/ Divulgação
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