Consultoria já prevê perda de produção no Centro-Sul após incêndios registrados no último fim de semana Incêndios em canaviais no Brasil afetaram os preços do açúcar na Bolsa de Valores de Nova York no fechamento desta segunda-feira (26/8). Os receios com perdas na produção fizeram com que o contrato de outubro encerrasse a sessão com alta de 3,53%, negociado a 19,04 centavos de dólar por libra-peso. +Veja mais citações na ferramenta Globo Rural Desde o último fim de semana, incêndios atingem áreas produtoras no Estado de São Paulo. Segundo dados da Organização das Associações dos Produtores de Cana do Brasil (Orplana), com o impacto do fogo, 59 mil hectares foram queimados em áreas de cana e áreas de rebrota de cana, o que causou prejuízos de R$ 350 milhões. “Os preços foram acomodados num intervalo inferior a 18 cêntimos, e muito sensíveis a quaisquer novos desenvolvimentos em termos fundamentais. Independentemente dos prejuízos causados pelo incêndio, o mercado vai especular com essa notícia”, afirma Marcelo Filho, analista de inteligência de mercado da StoneX. Segundo ele, apesar da afirmação de que os incêndios foram controlados, há preocupação com o impacto que o incêndio poderá ter na saúde do solo na próxima época. Marcelo Filho diz ainda que as usinas podem fazer mudanças em suas estratégias operacionais. “É possível que as usinas ‘corram’ a partir de agora para colher tudo o que puderem e não tenham sido atingidas pelo fogo. Podemos observar uma aceleração na colheita semelhante ao que aconteceu em 2021, quando as geadas afetaram os canaviais do Centro-Sul”. Previsões de colheita O analista da StoneX diz que ainda é precipitado dizer que as queimadas impactarão significativamente a oferta de açúcar. Para ele, porém, o mix deve sofrer alterações para baixo, já que muitas usinas poderão rever o percentual de matéria-prima destinada à produção de açúcar. Texto inicial do plugin Nos cálculos da StoneX, o mix para produção de açúcar no Centro-Sul é de 50,5% na safra 2024/25, ante 48,9% na temporada anterior. Maurício Murici, da Safras & Mercado, tem uma visão diferente. Ele acredita que a produção do Centro-Sul será impactada após as queimadas nos campos e prevê a colheita de 588 milhões de toneladas devido às últimas adversidades com o clima. Com isso, a Safras projeta que 2 milhões de toneladas não serão colhidas após as queimadas do último fim de semana. Esse número está longe dos 654 milhões processados pela região na safra 2023/24, segundo a consultoria. “Temos uma escassez de chuvas nos canaviais que começou em abril e vai até setembro. Junto com a seca, tivemos sete episódios de baixas temperaturas nos últimos dois meses. e isso ficará mais evidente agora no segundo semestre”, destaca Muruci. Em meio a todas essas preocupações relacionadas ao clima no Brasil, o analista da Safras & Mercado acredita que há espaço para que os preços do açúcar em Nova York voltem aos 20 centavos de dólar por libra-peso. Cacau e café A sessão desta segunda-feira também foi marcada pela subida dos preços do cacau e do café negociados na bolsa americana. Os lotes de amêndoa para dezembro avançaram 2,55%, para US$ 8.010 por tonelada. No caso do café, os contratos de Arábica com mesmo vencimento subiram 0,95%, para o valor de US$ 2,4965 por libra-peso. Suco de laranja e algodão O suco de laranja fechou com forte queda de preços na Bolsa de Nova York. Os papéis para novembro caíam 3,72%, para US$ 4,6385 por libra-peso. Para o algodão, os contratos futuros para dezembro caíram 0,92%, a 70,26 centavos de dólar por libra-peso.
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