Empresas de varejo necessitam de um ambiente económico favorável ao consumo, com menos inflação e taxas de juro mais baixas, para melhorar os seus resultados. É assim que, com margens promissoras, tornam-se atrativos para quem investe na bolsa. Em momentos de aperto monetário, quando o Banco Central precisa elevar a taxa básica (Selic) para conter o avanço do índice de preços, essas empresas passam por mais solavancos que outros setores.
Para muitos analistas, Não é surpresa que as ações do varejo estejam no topo do Ibovespa neste ano, algo que se repete desde 2022, ano após ano. Além das taxas elevadas, que reduzem o número de compradores e encarecem as operações de crédito, a concorrência estrangeira também contribuiu para parte dos danos.
Mas em agosto a situação mudoupelo menos um mês até agora. Funções como Pão de Açúcar, Magazine Luiza e lojas Renner agora estão entre as 20 ações com maior valorização no mês.
Melhores ações do Ibovespa em agosto (até 19/08)
Aula. | Papel | Código | Variação (%) | Preço |
1 | IRBBRASIL RE ON | IRBR3 | 57,63 | 46,20 |
2 | PETZ LIGADO | PETZ3 | 33,43 | 4,67 |
3 | MARFRIG ON | MRFG3 | 29h00 | 14h59 |
4 | RENNER NAS LOJAS | LREN3 | 28.21 | 17h00 |
5 | BRADESCO PN | BBDC4 | 25,99 | 15,64 |
6 | MAGAZ LUIZA ON | MGLU3 | 25,75 | 13,92 |
7 | P.ACUCAR – CBD ON | PCAR3 | 25,66 | 3.33 |
8 | BRADESCO ON | BBDC3 | 25,63 | 14.09 |
9 | MINERVA LIGADA | CARNE3 | 22h58 | 7,71 |
10 | BRF SA ON | BRFS3 | 19h90 | 25h25 |
11 | LWSA LIGADO | LWSA3 | 18,64 | 5.22 |
12 | B3 LIGADO | B3SA3 | 17,88 | 12,79 |
13 | CVC BRASIL ON | CVCB3 | 17h58 | 2.14 |
14 | UNIDADE ENERGISA | ENGI11 | 16,66 | 50,15 |
15 | D OU NA REDE | RDOR3 | 16.17 | 32.05 |
16 | DEXCO LIGADO | DXCO3 | 13,95 | 8.33 |
17 | VIBRA LIGADA | VBBR3 | 13h34 | 26h25 |
18 | JBS ON | JBSS3 | 13.17 | 38.16 |
19 | AMBEV S/A ON | ABEV3 | 12h35 | 13.01 |
20 | EZTEC LIGADO | EZTC3 | 12.24 | 14h70 |
“O movimento positivo das ações do varejo depende de uma série de variáveis, mas num contexto de início de cortes do Banco Central Americano, de menos ruído político e fiscal no Brasil e de continuação deste cenário mais positivo de progresso da economia local, eles poderiam continuar a ter um bom desempenho”, diz ele. Priscila de Araújo, gerente de O3 Capital.
Mesmo após o início do ciclo de corte da Selic, em agosto de 2023, essas ações continuaram a cair. Só agora, com a mudança de humor no exterior, é que surgiu o ímpeto para o progresso. O analista Suno Pesquisa, João Daronco, explica que, Neste momento, o desempenho da bolsa de valores no Brasil está mais correlacionado com as taxas dos Estados Unidos do que com as locais.
Ao contrário do início do ano, quando as previsões de redução do aperto monetário eram mais especulativas, desta vez tanto os dados como sinais claros dos diretores do Banco Central Americano (Federal Reserve, ou Fed) indicam que um corte ocorrerá no próximo mês.
A recuperação do varejo brasileiro, aliás, coincide com a expectativa de corte nas taxas de juros nos EUA em setembro, na próxima reunião do Federal Open Market Committee (Fomc). Mas também tem indicadores nacionais a seu favor.
Segundo Daronco, A melhora do ambiente fiscal do Brasil também foi um ponto positivo para despertar o apetite ao risco e atrair de volta investidores estrangeiros. A expectativa do especialista é que, Após corte nas taxas americanas, mercado acionário brasileiro deverá observar melhora na chegada de investidores estrangeiros. Depois de tirar R$ 43,3 bilhões da bolsa este ano, esse público voltou a fazer mais aportes do que saques. Julho foi o primeiro mês com saldo positivo nos fluxos externosindicando uma retomada dos investimentos. Agosto caminha para superar o mês anterior, com valor acumulado de R$ 6,5 bilhões só na primeira quinzena.
O retorno do dinheiro estrangeiro poderá ter um impacto ainda maior nas ações dos varejistas do que em ações como a Petrobras ou a Vale. “Tradicionalmente, investem nos títulos mais líquidos, depois diversificam em Small Caps (empresas menores). Por terem menor liquidez, qualquer volume de recursos pode afetar significativamente o preço”, afirma o especialista.
Bruna Sené, analista de renda variável na Rico, veja um cenário benigno para o varejo daqui em diante, com oportunidades nos próximos mesesmas defende que os investidores devem ser cautelosos porque o cenário é muito volátil.
“Nossa bolsa está se recuperando com mais força porque ficou muito atrasada no primeiro semestre, por todo aquele ruído fiscal. Portanto, ela é descontada historicamente e na comparação com outros mercados emergentes”, afirma.
Sene também destaca que o setor apresentou bons balanços no segundo trimestre de 2024. “Tivemos surpresas positivas para esse segmento. Talvez nosso padrão tenha sido baixo, mas os resultados foram melhores que o esperado”, afirma. De acordo com uma pesquisa de Rico:
- 59% dos varejistas apresentaram faturamento acima do esperado;
- 59% deles apresentaram Ebtida (lucro antes de juros, impostos e amortizações) acima do esperado;
- 82% deles tiveram lucros líquidos superiores às previsões.
Na visão de Daronco, de Suno, empresas que divulgaram resultados sólidos mesmo no cenário difícil do ano passado são destaque da temporada. “São funções que ganharam muito valor pelo mérito do operador mais forte. Caso contrário, quem não percebeu está sendo penalizado”, explica.
“Renner parecia estar melhor posicionado. E Atletismo É um varejo um pouco mais seletivo, não engloba tudo, é mais nicho. Estas ações tiveram desempenhos operacionais interessantes“, avalia. Para ele, Casas Bahia, Magalu e o comércio farmacêutico também trouxe bons números.
Retalho acumula aumento de atividade este ano. Mas em Junho a queda nas vendas a retalho ultrapassou as expectativas. Embora possa parecer contraditório, os dados acabaram repercutindo positivamente nos jornais.
Partindo de um contexto em que o tom do Banco Central do Brasil e de alguns de seus porta-vozes se torna cada vez mais duro, um consumo mais moderado em junho acabou sendo benéfico para essas ações. O entendimento é que a pressão sobre a inflação está diminuindo e permite uma trégua na política monetária em vez de novos aumentos na Selic.
“Se virmos mais dados negativos do retalho daqui para frente, isso poderá emitir um sinal de alerta, porque poderá indicar que a actividade económica está a arrefecer no lado do retalho. Se tivermos uma inflação mais comportada teremos o varejo indo bem, porque tendemos a ter uma curva de juros controlada“, avalia Pedro Moreira, sócio e conselheiro da Um Investimento.
Outro dado que conta para melhorar o desempenho dos varejistas é o mercado de trabalho ainda está aquecido no Brasil. Em junho, criação de vagas acima do esperadomas sem que o aumento da renda se torne uma preocupação dos agentes de mercado.
Embora a queda das taxas de juros no Brasil esteja estagnada e até ameace se tornar um novo máximo, o nível de endividamento das famílias caiu durante o período de flexibilização monetária. André Galhardo, consultor econômico para Envio on-lineplataforma de transferências internacionais, concorda que o cenário é muito bom, mas considera que o setor varejista está exposto a riscos permanentes.
“Parte dos problemas microeconômicos tem a ver com taxas de juros. As recuperações e os maus resultados tiveram como pano de fundo as altas taxas. Temos agora uma inflação no limite da meta e um possível aumento da taxa Selic ainda este ano. Isso tira parte do combustível que o comércio teria. Por um lado temos uma situação macroeconómica interessante, por outro temos uma taxa que amenizaria essa tendência de alta dos títulos“, diz.
Em relação ao novo imposto sobre as “blusas”, que impõe alíquota de 20% nas compras internacionais, oEspecialistas afirmam que os impactos são limitados e ainda difíceis de prever. A medida beneficia as empresas nacionais, mas há outros fatores, inclusive o câmbio, que podem interferir na dinâmica competitiva do varejo brasileiro.
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