Os acionistas da Americanas aprovaram nesta quinta-feira a nova composição do conselho de administração da varejista. A mudança sela a saída de Carlos Alberto Sicupira e Paulo Lemann, filho do empresário Jorge Paulo Lemann, mas mantém nomes fiéis aos acionistas de referência, que aumentaram sua participação para 49,24% do capital da empresa após o aporte feito para ajudá-los. lá.
Três dos eleitos já faziam parte do conselho. Um deles é Eduardo Saggioro Garcia, sócio da LTS, holding de Lemann, Marcel Telles e Sicupira. Saggioro já era presidente do colegiado. Os demais são Claudio Garcia, ex-executivo e ex-assessor da AB Inbev, cervejaria controlada pelo trio; e Vanessa Claro Lopes, que participa de diversos conselhos de empresas. O executivo ocupava uma das cadeiras de conselheiros independentes e fazia parte do comitê de auditoria da Americanas quando a fraude bilionária da empresa veio à tona, em janeiro de 2023.
Na nova configuração, Lopes continua como membro independente e se juntam Maria Rita Coutinho, conselheira e membro do comitê de auditoria do Banco CTT, de Portugal, e Paula Magalhães, ex-CEO da Rede, credenciadora de cartões do Itaú Unibanco.
Como representantes dos acionistas de referência, entra Saggioro; Garcia; o ex-presidente da Ambev Luiz Fernando Edmond, que comandou a cervejaria americana Anheuser Busch; e Yuiti Matsuo Lopes, também da LTS.
Os nomes eram conhecidos desde o final do ano passado. Eles foram nomeados em meio a discussões com bancos para criar um acordo de credores que resultou na capitalização da empresa de R$ 24 bilhões, metade dos quais foram aportados por acionistas de referência e metade por instituições financeiras na forma de conversão de dívidas. Os bancos, que se tornaram acionistas da empresa nesse processo, não participarão da gestão e não nomearam representantes para o conselho. O mandato dos novos conselheiros é de dois anos, permitida a recondução por mais dois anos.
A reunião contou com a presença de acionistas representando 53,4% dos acionistas da Americanas, quórum insuficiente para votação de outros dois itens da ordem do dia, que tratavam da alteração e consolidação do estatuto social da companhia após o aumento de capital. Esses itens exigiam a presença de dois terços dos acionistas. Uma nova assembleia será convocada para votá-los.
Houve poucas intervenções de minorias na reunião, que foi realizada virtualmente. Uma das perguntas partiu de Inácio de Barros Melo, pernambucano que, semanas atrás, ganhou notoriedade por ter se tornado um dos mais relevantes acionistas da Americanas, com 12,52% de participação no capital. Ele levantou dúvidas sobre a data limite para a participação dos acionistas na votação.
Também falou Ricardo Ximenes de Sousa, advogado capixaba, que disse querer a recuperação da empresa. “Deus projeta todos nós”, disse ele. O presidente da Americanas, Leonardo Pereira Coelho, agradeceu.
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