Ação da Localiza (RENT3) despenca após balanço, mas analistas veem boa notícia ‘escondida’ | Empresas

Numa época de relatórios de lucros geralmente melhores do que o esperado, a notícia de uma perda tão maior parece assustar os investidores. Por volta das 11h35, as ações da Localiza caíam 12,08%, sendo negociadas a R$ 42,29.

O papel registra o maior giro financeiro da carteira do Ibovespa até o momento, de R$ 1,3 bilhão, 132% a mais que todo o valor movimentado no pregão de ontem. O número de negócios com ações da Localiza hoje já ultrapassa os 31 milhões.

Mas o Citi, isso tem recomendação de compra para o papelcom preço-alvo de R$ 50, aponta em relatório que o bom desempenho operacional da Localiza no segundo trimestre ficou “escondido” em um balanço novamente marcado por itens não recorrentes e sob o impacto da depreciação do período.

Mas Até os analistas do banco, Filipe Nielsen, Stephen Trent e Jay Singh, reconhecem que o prejuízo de R$ 570 milhões foi totalmente diferente de suas expectativas e do consenso de mercado para lucro.

Mas, no mercado de capitais (renda variável, principalmente), tudo gira em torno disso: expectativas. Se frustrados, causam revisões em baixa nos preços dos ativos. Caso contrário, se os investidores forem surpreendidos positivamente, os valores tendem a subir.

“Embora os números pareçam negativos à primeira vista, o saldo agora parece mais alinhado à nova realidade do setor, com melhorias operacionais nos seus segmentos de atuação”, comentam no documento.

Nesse sentido, o balanço da Localiza mostra que o faturamento totalizou R$ 9,05 bilhões, um crescimento anual de 32,1%.

A receita da divisão de aluguel de carros cresceu 16,1%, para R$ 2,3 bilhões. A gestão de frotas aumentou 27,2%, para R$ 2 bilhões, e a receita de usados ​​aumentou 43,7%, para R$ 4,7 bilhões.

Efeitos não recorrentes

As enchentes no Rio Grande do Sul causaram grandes prejuízos para a Localiza, com cerca de 2,6 mil carros, oito locadoras e duas lojas de usados ​​afetados, resultando em um impacto de R$ 103 milhões no trimestre. A empresa estima ainda que a tragédia causou perdas de aproximadamente R$ 9 milhões em receita de aluguel de carros e cerca de mil carros em vendas no segmento de usados.

O resultado também mostrou depreciação e provisão para ajuste do valor recuperável da frota totalizando R$ 1,7 bilhão em relação ao primeiro trimestre, segundo a empresa.

Com informações do Valor PRO, serviço em tempo real de Valor Econômico.