A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) ajuizou nesta quinta-feira (25) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra trechos da Emenda Constitucional 105/2019 que estabelecia transferências especiais conhecidas como Alterações Pix – uma espécie de emenda parlamentar ao Orçamento que pode ser utilizada por deputados e senadores para destinar recursos públicos. O valor é enviado diretamente às prefeituras ou governos locais, sem a necessidade de apresentação de projeto ou indicação em qual área os recursos serão aplicados.
A Abraji argumenta que o mecanismo é inconstitucional porque não é transparente e gera um “verdadeiro “apagão” na fiscalização orçamentária no Brasil”, dificultando o exercício do jornalismo profissional no Brasil.
A associação pede ao Supremo que suspenda imediatamente, por meio de liminar, as transferências, execução e pagamento do Pix especial até o trânsito em julgado. Caso o Tribunal decida pela não concessão da medida cautelar, o pedido é que o Tribunal imponha a obrigação de prestar esclarecimentos detalhados sobre a origem e o destino dos aditivos Pix no prazo de 120 dias para cada compromisso.
Desde que o STF proibiu o orçamento secreto, em dezembro de 2022, organizações como Transparência Brasil, Contas Abertas e Transparência Internacional denunciaram que os parlamentares estão burlando as regras de transparência para transferências por meio de mecanismos como as chamadas emendas Pix, contrariando a decisão da Corte. As associações apresentaram memoriais ao Supremo sobre possível descumprimento da decisão. Em resposta, advogados da Câmara e do Senado argumentam que a decisão do STF sobre o orçamento secreto está sendo cumprida.
O ministro relator, Flávio Dinoque assumiu a reportagem sobre a ação orçamentária secreta após a aposentadoria do ministro Rosa Weber, marcou para o dia 1º de agosto uma conciliação sobre o tema. Segundo o ministro, a reunião é necessária porque “ainda não houve prova completa” do cumprimento desta ordem judicial. O ministro reitera ainda que todas as práticas que viabilizam o “orçamento secreto” devem ser “definitivamente” eliminadas.
Porém, Dino já afirmou que as alterações do Pix não podem ser discutidas na conciliação, nem na ação específica sobre o orçamento secreto (ADPF 854) por se tratar de outra lei, portanto, uma ação específica como a que a Abraji acaba de propor seria necessário. . A associação solicitou que Dino atuasse como relator da nova ação, mas o Tribunal ainda nomeou o relator.
De acordo com a petição inicial apresentada pela Abraji, a União já transferiu efetivamente mais de R$ 15 bilhões em emendas individuais por meio de transferências desde 2020, e comprometeu mais de R$ 20 bilhões no total e o que se observa é um crescimento progressivo dos gastos com emendas Pix.
“De acordo com o texto aprovado, o relator-geral do Orçamento conseguiu propor até R$ 9,85 bilhões em emendas destinadas a políticas públicas, o que representa 50,77% dos R$ 19,4 bilhões originalmente destinados nas emendas do relator-geral. considerada inconstitucional”, diz trecho do documento.
“A outra metade dos recursos foi destinada a emendas individuais, cujo valor passou de R$ 11,7 bilhões em 2023 (equivalente a R$ 19,7 milhões por parlamentar) para aproximadamente R$ 21 bilhões. Ou seja, metade dos R$ 19,4 bilhões previstos para as emendas do relator em 2023, que ficaram popularmente conhecidas como ‘orçamento secreto’, foram realocadas para emendas individuais de parlamentares, que agora assumem a forma expressiva de ‘emendas pix’” , ele adiciona.
Além dos valores destinados, a Abraji afirma que o sistema de repasses é de difícil controle, pois, uma vez repassados os recursos, o órgão fiscalizador deixa de ser federal, mas sim dos tribunais de contas estaduais e municipais. E, como não existe regulamentação que exija esse controle dos tribunais de contas locais, eles não são obrigados a fiscalizar as transferências.
A Abraji sustenta que tem legitimidade para ajuizar a ação no STF porque a prática das emendas do Pix prejudica a defesa da liberdade de expressão e da transparência na gestão pública e, portanto, na atividade jornalística. Afirma ainda que representa a categoria jornalística em mais de nove estados da Federação, com mais de 300 associados.
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