Pensando em aumentar o Selic no início de 2024 estava fora de questão. Na altura, a inflação parecia sob controlo e as apostas eram de que a taxa básica de juro continuaria a cair até atingir apenas um dígito. Na prática, não foi isso que aconteceu. A preocupação do Banco Central com o aumento dos preços ganhou tanta força que a autoridade monetária não só interrompeu o ciclo de quedas como também começou a considere um aumento da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas afinal, isso realmente acontecerá? E agora?
Segundo analistas, esse aumento é muito provável. E a razão é justamente teme que a inflação fique fora de controle. Os últimos dados do IPCA (indicador oficial de inflação do país) mostraram que o índice voltou a acelerar em julho e atingiu o maior nível para o mês desde 2021. Em 12 meses, índice acelerou para 4,5%, justamente o limite da meta definida pelo governo. O centro da meta de inflação do Banco Central para este ano é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O IPCA-15, por sua vez, apresentou desaceleração na última leitura. Mas a “prévia da inflação” em linha com as expectativas não foi suficiente para trazer alívio, como apontou Roberto Campos Neto, presidente do BC. E o futuro presidente do município, Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária, que tomará posse no final do ano, também já deu sinais de ser a favor da subida das taxas de juro.
Para completar, os dados econômicos que acompanharam o IPCA-15 também não foram muito animadores. Caged mostrou que o mercado de trabalho continua aquecido e, por isso, as pressões inflacionárias continuam.
Portanto, A tendência é que o Banco Central adote a postura de que “é melhor prevenir do que remediar” e aumente os juros na reunião da próxima semana.
“A economia está saudável, está crescendo e é preciso manter o trem nos trilhos para dar continuidade a esta economia robusta até o final do mandato do governo. O Banco Central entende que a inflação mais alta é mais dolorosa para as famílias e a classe média do que os juros altos“, afirma Priscila Araújoparceiro de Capital O3.
Na visão de Beto Saadia, economista e sócio da Nomes, a alta da Selic também é uma realidade. Ele lembra que esta tese ganhou força desde a última ata do Copom, quando a autoridade monetária endureceu o tom do seu discurso e deixou claras as chances de aumento dos juros, caso fosse necessário.
Segundo o especialista, o aumento dos juros teria agora a função de antecipar uma solução. Isso porque, quando o Banco Central sinalizou que um aumento poderia acontecer agora, caíram as apostas pelos juros no futuro (ou seja, “fechou-se a curva de juros”, como se diz no jargão do mercado). Isso significa, portanto, que a leitura do mercado é que é melhor subir a Selic agora para conter a inflação para que, no futuro, a inflação seja controlada e os juros possam cair ainda mais.
“É como um antibiótico, que, se você demorar para tomar, vai precisar tomar um mais forte para curar no futuro. Então é melhor tomar uma dose rápida e imediatamente do que esperar”, afirma Saadia.
Fernanda Siqueira, chefe de análise Guia, concordo que o aumento é agora praticamente inevitável. O analista destaca, porém, que deve ser apenas pontual, para não comprometer a economia no futuro. Segundo o especialista, Caso a atividade continue resiliente e a inflação persista mesmo com aumentos da Selic, isso poderá levar o Banco Central a continuar o ciclo de alta no próximo ano, o que poderá gerar insatisfação no governo e, consequentemente, aumento nos gastos.
“Meu medo é apenas se a inflação continuar surpreendendo para cima e a atividade continuar muito forte. Porque aí a reação do governo poderia ir contra o trabalho que está sendo feito pelo Banco Central“, pondera.
Apostas em alta da Selic também aparecem na ferramenta Termômetro Copomda Valor Investe. Mostra que a maioria dos traders acredita que as taxas de juro subirão novamente em Setembro.
A maioria espera um aumento de 0,25 pontos percentuais da Selic na próxima reunião, em setembro, que levaria a taxa básica para 10,75% ao ano. E não para por aí. Para a próxima reunião, em novembro, a maioria das apostas aponta para uma alta ainda mais forte, de meio ponto percentual, com a Selic indo para 11,25%. Ainda temos que ver o que vai acontecer na última reunião do ano, em dezembro. Algumas casas de análise apontam para outro aumento, para 11,75%.
Seja como for, um aumento da taxa de juros agora pode não ser totalmente negativo. É verdade que taxas de juros mais altas significam empréstimos e financiamentos mais caros. Mas, segundo analistas, o Banco Central entende que uma inflação mais alta pode ser pior do que uma Selic mais alta no curto prazo. Se servir de consolo, para os adeptos da renda fixa, taxas de juros mais altas também significam ativos seguros, com rendimentos mais elevados.
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