A Prefeitura da capital e o governo do Estado de São Paulo instalaram cercas na Cracolândia, que tem como foco Rua dos Protestantes, no Centro, desde novembro. O fluxo de dependentes químicos fica entre a Rua Vitória e a Rua dos Gusmões, onde existia um estacionamento abandonado. Também acabaram ocupando todo o espaço das calçadas e do asfalto deste trecho da Rua dos Protestantes.
As grades foram colocadas na terça-feira (18) e dividiram o trecho ao meio, delimitando o espaço para dependentes químicos a apenas um lado da via, como se fosse um corredor. As grades metálicas são móveis e os usuários podem entrar e sair livremente. A Cracolândia fica ao lado do Comando Geral da Guarda Civil Metropolitana.
O chefe de comunicação da Guarda Civil Metropolitana (GCM), inspetor Paulo Eduardo Breves, argumentou que a ação melhorou a convivência com o fluxo e o atendimento aos dependentes.
“Ele permite que os serviços de saúde e assistência social cheguem com mais facilidade. Você tem maior visibilidade, porque antes você estava apenas nos extremos, agora você consegue cobrir todo o espaço onde eles estão concentrados. Guarda Civil na questão do monitoramento do tráfico de drogas.
Outra coisa que também melhora é a movimentação durante o horário de zeladoria. Em vez de movê-los de um bloco para outro, eles ficam no mesmo bloco, apenas mudando de lado. A estrada é fechada, eles vão para o lado que está aberto ao trânsito, o espaço maior é limpo e eles voltam”.
O pesquisador de políticas públicas Giordano Magri, da FGV e USP, acompanha a Cracolândia desde 2017 e avalia que a medida afasta dependentes da prefeitura:
“Não adianta oferecer ofertas se não houver uma relação de confiança entre esses usuários e os profissionais de saúde. E não serão grades, não serão atendimentos com policiais ao seu lado, nem muros de contenção, que serão de fato conseguir gerar qualquer tipo de engajamento dessas pessoas com os cuidados de saúde.”
Área delimitada pelas grades foi chamada de ‘espaço da saúde’
A Prefeitura chamou a área delimitada pelas grades “espaço de saúde”. A gestão afirmou que o objetivo dos bares era melhorar as condições de atendimento às pessoas mais vulneráveis dentro do fluxo.
Anteriormente, as ações dos profissionais de saúde e assistentes sociais que atendem diariamente os dependentes químicos só conseguiam acessar os usuários das extremidades da Rua dos Protestantes, sem acesso aos dependentes químicos que estavam no meio da concentração.
Já tinha sido colocado um muro de cimento na Rua General Couto de Magalhães para delimitar o espaço aos utentes. Anteriormente, havia uma cerca no local.
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