Depois que o Banco Central encerrar o ciclo de redução de juros, a renda fixa continuará brilhando entre as aplicações financeiras. Principalmente os títulos que acompanham a inflação no Tesouro Direto são os preferidos dos especialistas agora para investir por um longo período, mas também há oportunidades em títulos prefixados. Com as taxas de juros estabilizadas em dois dígitos, faz menos sentido neste momento investir em ações brasileiras e em outros investimentos mais arriscados.
O Comitê de Política Monetária (Copom) deixou os juros em 10,50% ao ano e assim encerrou as reduções da Selic iniciadas em agosto do ano passado. Para decidir onde investir, é mais importante analisar as expectativas para o futuro do que para o passado. E embora o futuro seja incerto devido à pressão política para reduzir as taxas de juro, a maioria do mercado espera actualmente que a taxa permaneça neste nível este ano. A expectativa majoritária é que o ciclo de redução das taxas de juros só seja retomado em 2025.
Isso significa que os juros dos empréstimos e aplicações financeiras que acompanham o CDI, como os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), ou a Selic, como o Tesouro Selic, permanecerão elevados por mais tempo, mas outras aplicações financeiras estão oferecendo melhores remunerações até mesmo para aqueles que podem esperar para fazer o resgate, como os títulos do Tesouro Direto que acompanham a inflação.
“Pensamos que os cortes nas taxas de juro só serão retomados quando os Estados Unidos baixarem as taxas de juro em Novembro. Com juros mais altos por mais tempo, a renda fixa continuará atrativa”, afirma Arley Junior, estrategista de investimentos da Santander. “Nas últimas semanas, a atratividade dos títulos que acompanham a inflação aumentou, principalmente. A turbulência fiscal levou as taxas a um nível acima da média histórica, o que não pode ser ignorado”, afirma.
As taxas desses títulos dispararam para cerca de 6,50% mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao ano com a crescente suspeita do mercado de que o governo está gastando mais do que deveria. Mais gastos alimentam as expectativas de inflação, ainda mais num contexto de forte actividade económica e de um mercado de trabalho resiliente, o que leva a um aumento das taxas.
Além dos juros elevados, os benefícios de comprar esses títulos são estar protegido contra a inflação e ser um investimento financeiro mais seguro, pois é do governo. Como os preços desses títulos flutuam muito de acordo com as expectativas do mercado, os investidores que não desejam correr o risco de perder dinheiro precisam resgatar apenas no vencimento.
Marcelo Mello, presidente da SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos, aconselha optar por prazos de vencimento mais curtos neste momento. “O aumento dos juros reais para cerca de 6,50% ao ano mais a proteção contra a inflação caso o governo não consiga entregar o resultado fiscal esperado são bastante interessantes, mas títulos mais longos tendem a trazer maior volatilidade para o investidor. Recomendo comprar títulos com vencimentos mais curtos, porque a incerteza aumentou”, afirma.
Os títulos prefixados com Tesouro Direto também pagam juros mais elevados, em torno de 12% ao ano. No entanto, os especialistas gostam mais de títulos que acompanham a inflação, porque o risco dos títulos de taxa fixa rende menos quando existe inflação. Para quem tem coragem de escolhê-los, é melhor optar por prazos de validade mais curtos.
O crédito privado vale a pena?
Com os títulos do Tesouro Direto rendendo tão bem, é uma boa ideia pensar duas vezes antes de investir em títulos emitidos por bancos ou empresas de maior risco. Taxas de juros mais altas sobre debêntures, certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio (CRIs e CRAs) e até mesmo CDBs podem não compensar o risco de inadimplência de empresas ou bancos com o investidor.
“O crédito privado é uma classe interessante para se posicionar, mas não é barato e neste ambiente de altas taxas de juros por mais tempo, os investidores precisam priorizar títulos de empresas ou bancos de altíssima qualidade ou fundos de crédito de menor risco com o nome de ‘ alta qualidade”, diz Mello, da SulAmérica. “O ambiente atual não é propenso a riscos e os investidores devem estar muito atentos ao que lhes é oferecido”, afirma.
Evandro Buccini, sócio e diretor de gestão de crédito e multimercado da Rio Bravo, aconselha evitar títulos emitidos por bancos ou empresas pouco conhecidas, mesmo títulos emitidos por bancos cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “Não recomendo investir em um nome do qual você nunca ouviu falar. O FGC funciona, mas dá dor de cabeça”, afirma.
Embora os investimentos em renda fixa atraiam a atenção, ações e outros investimentos em renda variável têm menos atrativos para os brasileiros atualmente. Como os juros nos Estados Unidos e o risco fiscal no Brasil são elevados, os estrangeiros estão investindo fora do país, seja em renda fixa americana ou em ações de empresas de tecnologia que estão voando.
Embora as ações estejam baratas no Brasil, falta fluxo de recursos para o mercado acionário brasileiro avançar e não há expectativa de que esse fluxo retorne tão cedo. Nesse ambiente, o conselho é não aumentar os investimentos em renda variável neste momento ou não iniciar esses investimentos agora, apesar dos bons preços.
“Acho que falta uma história positiva para a renda variável. A única forma da bolsa brasileira avançar no curto prazo é se boas notícias vierem dos Estados Unidos, mas nessa situação é melhor comprar bolsas americanas”, diz Buccini, da Rio Bravo. “É sempre bom ter uma carteira diversificada, mas falta gatilho para que as ações voltem a valorizar. Eles são baratos, mas podem ficar ainda mais baratos. Aconselho os investidores a terem cuidado”, diz ela. Na renda variável, ele prefere os fundos imobiliários, que têm desconto em cotas, distribuem rendimentos e são isentos de Imposto de Renda.
O Banco Santander também não aconselha aumentar os investimentos em ações brasileiras neste momento, nem em fundos multimercados, que apresentam desempenho ruim porque os gestores têm dificuldade de enxergar tendências macroeconômicas.
“O mercado espera um cenário mais otimista mais adiante, mas há um grau de incerteza que dificulta a alocação nessas classes neste momento. Gostamos desses investimentos, mas não é hora de aumentar a alocação porque o contexto é desafiador e a volatilidade da carteira do investidor pode aumentar”, afirma Junior, do Santander.
Por outro lado, a instituição financeira indica investir mais nas bolsas americanas. “Enquanto as ações aqui caem, lá elas sobem e se afastam da questão dos juros. Os lucros surpreenderam para cima e as empresas estão mais eficientes investindo em inteligência artificial”, afirma o estrategista.
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