Os grãos representaram 23,2% do PIB do agronegócio e 5,9% do PIB do Brasil em 2023. A soja é a principal oleaginosa cultivada no mundo. Nesse cenário, o Brasil, além de ser o maior produtor do grão, é também o país com maior potencial de expansão da área cultivada nos próximos anos. A cadeia produtiva gerou cerca de R$ 635,9 bilhões para o país em 2023, respondendo por 23,2% do PIB do agronegócio e 5,9% do PIB brasileiro. Leia mais Qual é o preço da soja? Veja como calcular e quais fatores afetam o preço. Cidade de MT é a maior produtora de soja do mundo; saiba Clique aqui e veja qual é o preço da soja hoje Os dados são de estudo realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Em 2023, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel cresceu 21,03% sobre o valor registrado em 2022. O aumento foi motivado tanto pela super colheita da soja no campo quanto pelo aumento da produção de derivados, com aumentos do PIB em todos os setores. segmentos da cadeia produtiva. Em relação às vendas externas, o valor exportado pela cadeia produtiva em 2023 totalizou US$ 67,6 bilhões, um aumento de 10,24% sobre as vendas de 2022. Atualmente, a lavoura da soja emprega diretamente mais de 2,2 milhões de pessoas. “A liderança da soja, no contexto do agronegócio brasileiro, promete permanecer por muitos anos, dada a crescente demanda no mercado mundial e o potencial que o Brasil ainda tem para se expandir”, avalia Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja. Os maiores produtores de soja do país são os estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul. Nesta safra, o Brasil deverá colher 147,353 milhões de toneladas do grão, segundo estimativas da Companhia Nacional de Alimentos. Abastecimento (Conab). Texto inicial do plugin Segundo Nepomuceno, o país tem potencial para dobrar a área cultivada com soja sem abrir novas áreas. “Há disponibilidade de mais de 120 milhões de hectares de pastagens, dos quais mais de 70% são pastagens degradadas”, afirma. Ele explica que as pastagens disponíveis são resultado do aumento da eficiência da produção de carne no Brasil. A pesquisadora lembra que no Brasil da década de 1970 a genética era fraca, o manejo era mal feito e as pastagens eram de baixa qualidade. “Com investimentos em gestão e tecnologia, contexto em que a Embrapa teve papel importante, houve melhoria nas pastagens, na fertilidade do solo e na genética animal”, afirma. Isso deixou áreas que hoje estão sendo convertidas em lavouras em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais, entre outros estados. O pesquisador destaca que atualmente o cultivo da soja no Brasil é sinônimo de plantio em sistemas de produção, onde o grão é cultivado em rotação ou consorciado com outras culturas. + Qual a importância de aplicar a rotação de culturas? Segundo Nepomuceno, hoje a maior parte da produção brasileira de soja é feita em condições sustentáveis, com técnicas como o plantio direto que promovem o sequestro de carbono, preservam água, nutrientes e mantêm a temperatura do solo. “Além disso, no ano passado o Brasil deixou de liberar 200 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera ao não utilizar nitrogênio químico”, afirma. Na avaliação do pesquisador, a transição energética apresenta-se como um enorme potencial para a cadeia nos próximos anos, “pois estamos migrando de uma economia de química fóssil para uma economia de química verde, e se tivermos um petróleo mais monossaturado, obtido de melhor geneticamente, será um produto muito interessante utilizar a soja como matéria-prima renovável para substituir o petróleo em diversas indústrias”, destaca.
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