O governo de São Paulo lançou oficialmente a privatização da Sabesp ao divulgar, na noite desta sexta-feira (21), o prospecto inicial da oferta de ações, conforme noticiado pelo Valor ontem. O documento detalha o modelo de operação, cujos principais pontos foram divulgados nas últimas semanas.
Na oferta serão ofertadas 191.713.044 ações, representando R$ 13,8 bilhões, pela cotação atual das ações. A oferta prevê ainda um lote adicional de 28.756.956 ações, o que elevaria o valor total da venda para R$ 15,9 bilhões, ainda a preços correntes.
Este deveria ser o maior oferta na bolsa de valores desde junho de 2022, quando o Eletrobrás foi privatizada em oferta subsequente de ações (“follow-on”) no valor de R$ 33,7 bilhões.
A partir da próxima semana, representantes do governo iniciarão viagem à Europa, aos Estados Unidos e também ao Brasil para divulgar a oferta aos investidores.
Grupos interessados em se tornar acionistas de referência da Sabesp, com 15% das ações, devem apresentar suas propostas até o dia 26 —os grupos têm até o dia 27 para eventualmente reapresentar documentos desconformes. Os dois finalistas do processo serão anunciados na sexta-feira (28), após o fechamento do mercado.
Depois, deverá começar a segunda fase da oferta, com a formação de “bookbuilding” dos dois parceiros que apresentarem as melhores propostas. O “bookbuilding” terá início no dia 1º de julho e continuará até 15 de julho. Nesse período, serão ofertados ao mercado mais 17% das ações da Sabesp. Serão abertos dois livros, um para cada candidato a membro referência. Vencerá o grupo que formar o livro mais vantajoso — o vencedor será anunciado no dia 16.
A precificação da oferta da Sabesp será no dia 18 de julho e a liquidação ocorrerá no dia 22.
No prospeto divulgado esta sexta-feira, o governo prevê também os cenários de haver apenas um ou nenhum interessado em ser parceiro de referência. Caso haja apenas uma oferta de 15%, o “bookbuilding” será formado apenas para aquele investidor. Caso não haja propostas, a oferta passa a ser um spread tradicional de capital, sem sócio de referência.
No mercado, a expectativa é de disputa entre Egea Isso é Equatorial. O empreendedor Nelson Tanure também manifestou interesse, mas há cepticismo quanto à viabilidade de uma proposta de investidor.
Na oferta, o Estado, que detém atualmente 50,3% do capital da empresa, saneamento, perderá o controle da empresa ao vender 32% de suas ações, por meio de oferta em bolsa. O modelo prevê que 15% das ações serão detidas por um acionista de referência — que entrará como sócio estratégico na empresa e que terá um terço do conselho de administração.
As demais ações ficarão dispersas no mercado. As ações poderão, inclusive, ser adquiridas por pessoas físicas, segundo Natália Resende, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logísticaem entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (21).
A venda será feita através de um oferta subsequente de ações (“acompanhamento”, no termo em inglês), mas em um modelo complexo e inédito no mercado. A operação será realizada em duas etapas. A primeira fase será destinada apenas a investidores interessados em tornar-se um parceiro de referência. Nele, os grupos deverão apresentar uma proposta de preço por ação. As duas melhores ofertas se classificam para a próxima fase.
Na segunda fase serão realizados dois “bookbuildings”, um para cada candidato a parceiro de referência. “Bookbuilding” é o processo de coleta das intenções de outros investidores em comprar ações da Sabesp. Na prática, esta etapa do processo reflete o interesse do mercado em investir na Sabesp caso cada um dos dois sócios ganhe. Pelas regras da disputa, vencerá quem conseguir formar o “livro” mais vantajoso.
Os critérios para escolher o melhor “livro” combinam preço e procura. O vencedor será aquele que conseguir atingir o maior preço ponderado por ação — numa média entre o preço da primeira etapa e o preço da segunda etapa, obtido no “bookbuilding”.
Contudo, o grupo que atrair maior procura de mercado terá vantagem, pois terá o direito de cobrir a oferta do seu concorrente, caso o seu preço ponderado seja superior. Dessa forma, o parceiro de referência que atrair maior demanda em seu “book”, ou seja, o favorito do mercado, terá a oportunidade de vencer — para isso, poderá elevar sua proposta para que seu preço ponderado seja de no mínimo R$ 0,50 acima do seu concorrente.
Além disso, o governo estabeleceu um nível mínimo de exigência para o “bookbuilding”, que todos terão de atingir. Então, se um dos concorrentes for mal visto no mercado e não atingir o volume mínimo no “bookbuilding”, ele não vence a disputa, mesmo tendo o preço mais alto — essa é uma forma de evitar os “aventureiros”, segundo pessoas que participaram da estruturação.
Outra regra criada pelo governo é que se o preço por ação no final do processo for inferior ao valor inicialmente oferecido pelo sócio de referência na primeira fase, o vencedor terá de pagar a diferença diretamente ao Estado. Por exemplo, em valores hipotéticos: se um parceiro estratégico oferecer R$ 100 por ação na primeira etapa da oferta, e ao final de toda a operação o preço for fechado em R$ 90, todos os investidores pagarão R$ 90 por ação, em o momento da liquidação da oferta. Porém, o sócio de referência terá que pagar ao governo mais R$ 10 por cada uma de suas ações, para fazer jus à proposta inicialmente apresentada.
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