Por Bruno Affonso.
Promover a sustentabilidade nos transportes envolve muitas vezes discutir a mudança do uso dos carros por bicicletas, especialmente bicicletas elétricas, que têm cada vez mais utilizadores ao longo dos anos. Não há dúvida de que esta é uma opção extremamente benéfica para o meio ambiente. Mas isto nem sempre é suficiente – as pessoas também precisam de saber quais são os outros impactos de tal mudança.
Afinal, com uma bicicleta sua rotina muda. Para quem está habituado apenas a conduzir automóvel, pode parecer extremo alterar percursos ou horários para se adaptar ao novo meio de transporte. Mesmo que também seja uma transformação com benefícios para a saúde. Mas o que realmente faz a diferença é ver o impacto dessa decisão no seu bolso.
A boa notícia é que o benefício já está comprovado. No relatório “A Economia da Bicicleta no Brasil”, da Aliança Bike em conjunto com o Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizado em 2018, os resultados são animadores: para cada família em em que pelo menos um dos associados trocou o carro pela bicicleta, a economia média anual foi de quase 13 mil reais.
Quando paramos para analisar os motivos dessa diferença, fica mais fácil entender a matemática. Primeiro, vamos considerar os gastos com a bicicleta elétrica: há cobrança (uma pequena fração do que se paga em energia elétrica), manutenção e possíveis reparos.
O carro exige, além de manutenções e reparos normalmente caros, o custo recorrente de combustível, seguro, IPVA, estacionamento e limpeza profissional, se for o caso. Tudo isso sem contar o preço do veículo em si, que a maioria das pessoas precisa parcelar há muito tempo; Naturalmente, as bicicletas são mais baratas. Mesmo quando a economia está relacionada apenas ao combustível, a diferença já é considerável. Estamos falando de possivelmente centenas de reais a menos por mês, dependendo do seu dia a dia.
Claro que cada pessoa tem a sua realidade à qual se adaptar. A distância entre casa e trabalho, ou as condições das vias públicas, podem ser um impedimento para fazer esta mudança completa. Mas mesmo que a economia não seja de 13 mil por ano, ela ainda pode existir. Usar a bicicleta nos finais de semana, ou em situações específicas, também é uma opção válida. E isso vale para tudo: para as vantagens financeiras, ambientais e físicas.
A verdade é que esta é uma decisão que faz muito mais sentido quando tomada considerando todos os aspectos. Ter uma bicicleta elétrica e priorizá-la ao carro é sempre positivo para a saúde e para o meio ambiente. No seu bolso, apesar das muitas variáveis, o benefício também está sempre aí. O que faz a mudança acontecer é a combinação de todos esses fatores e o quanto cada pessoa os valoriza.
Ainda assim, se o seu principal objetivo com uma bicicleta elétrica for economizar dinheiro, isso vai acontecer. Os milhares não gastos em quatro rodas podem variar, mas inevitavelmente se transformarão em experiências e ainda mais ativos. De uma forma ou de outra, sua carteira tem muito a agradecer.
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Bruno Affonso é diretor e cofundador da Lev, empresa líder no segmento de bicicletas elétricas no Brasil.
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