Agora que a Peugeot finalmente lançou a nova geração do 2008 no Brasil, o próximo na fila das atualizações da marca é o compacto 208. A reestilização do hatch já circula sem nenhuma camuflagem, o que confirma a proximidade de seu lançamento.
Mas é importante lembrar que diferentemente do SUV o hatchback só passará por uma atualização de meia-idadejá que a segunda geração chegou ao país no segundo semestre de 2020 com diversas novidades. Hoje, quatro anos depois, como o 208 se posiciona no mercado? Onde ele acerta e onde precisa melhorar? Foi isso que descobrimos.
TecMundo passou uma semana ao volante de um 208 na configuração Estilo com motor turboo segundo mais caro da carteira atual, tabulado em R$ 111.490. São 5 mil reais a menos que o Griffe top de linha e 13,5 mil reais a mais que o Style com motor aspirado, diferenças que ficam expressas na lista de equipamentos e na aparência do francês.
Nosso aparelho testado veio na cor Artense Gray, disponível por R$ 1.950.Fonte: Yuri Ravitz
A versão Style nasceu em 2022 com foco no apelo estético, além de marcar a estreia do motor 1.0 aspirado de três cilindros da Fiat (o famoso Firefly) na linha 208. O motor 1.0 turbo, também de origem italiana, chegou em 2023 para substituir o antigo 1.6 aspiradoretirado da linha por não atender às normas L8 do Proconve que entram em vigor em 2025.
Popularmente conhecido como Turbo 200gera até 130 cv e 20,4 kgfm e funciona atrelado a uma transmissão automática CVT que oferece simulação de sete marchas. Em relação ao 1.6, a diferença de desempenho é enorme: são necessários 9 segundos para ir de 0 a 100km/h contra 12 segundos do motor naturalmente aspirado. As retomadas também acontecem em menos tempo.
Além disso, a versão Style com motor turbo é o único com rodas de 17 polegadas com pneus 205/45o que favoreceu o aspecto do compacto em detrimento de um comportamento mais rugoso em superfícies ruins, porém, mais dinamicamente mais nítido em movimentos laterais como curvas e trechos sinuosos. O tempo todo o francês deixa claro que ele foi pensado para quem dirige por prazer.
O interior apresenta colunas e teto escurecidos, combinando com o painel e as portas.Fonte: Yuri Ravitz
Falando em tecnologia, o Style turbo traz: painel de instrumentos digital 3D, faróis Full LED adaptativos, sensores e câmera de ré, ar-condicionado digital automático, teto panorâmico, carregador por indução, multimídia com espelhamento sem fio, quatro airbags, controle de cruzeiro, frente-a-frente tecla frontal com botão de início, entre outros.
Em relação ao Style com motor aspirado, o Style turboalimentado conta com mais alguns itens como painel digital, ar condicionado automático, rodas de 17 polegadas e apoio de braço para o motorista. Em comparação com o Griffe topo de linha, faltam airbags de cortina e assistentes de segurança semiautônomos do pacote Peugeot Driver Assist.
Os bancos misturam tecido, couro e alcântara com costura azul. São confortáveis, mas o espaço interno é digno de um subcompacto, embora o entre-eixos de 2,53m seja o mesmo de um Fiat Argo. Além disso, não há saídas de ar condicionado traseiro ou tomadas USB para quem está atrás, apenas as luzes de cortesia no teto e alças de segurança.
O teto panorâmico cobre toda a frente e traseira da cabine.Fonte: Yuri Ravitz
O acabamento geral agrada aos olhos com imitação de fibra de carbono, diversas superfícies pretas brilhantes e apliques imitando alumínio, porém, há excesso de plástico rígido como é habitual no segmento. As únicas partes em couro ficam nos apoios de braços das portas dianteiras, decoradas com costura azul; As portas traseiras são inteiramente feitas de plástico.
O sistema multimídia funciona decentemente e o som é de boa qualidade, mas a interface é muito simples e oferece pouquíssimas configurações do veículo. O carregador de smartphone por indução servia apenas para aquecer os aparelhos colocados em vez de carregá-los, enquanto a câmera de ré nem sempre ajuda nas manobras devido à baixa resolução da imagem.
Apesar desses tópicos, o 208 encanta com outros detalhes além do comportamento no asfalto. Os faróis com projetores de LED são excelentes e contam com ajuste automático de altura, algo muito raro no segmento, enquanto o teto panorâmico torna os passeios mais interessantes mesmo sendo fixo. O painel 3D, embora sem utilidade prática, também chama a atenção.
As rodas de 17 polegadas têm acabamento diamantado e lembram as do veículo elétrico e-208.Fonte: Yuri Ravitz
Depois de mais de 1.200 km rodados, o 208 Style turboalimentado mostrou que seu maior trunfo é o prazer que proporciona ao volante. Seu desempenho o coloca acima da média na categoria e seu comportamento dinâmico transmite muita confiança – some isso às características raras ou inexistentes nos rivais e pronto: temos um dos pacotes mais interessantes da categoria.
No entanto, o espaço interno muito limitado e a falta dos recursos de segurança mais atualizados podem dissuadir potenciais compradores. O consumo também não está entre os pontos fortes do francês: alcançamos média geral de 11,1 km/l utilizando apenas etanol. A maioria dos rivais consegue médias melhores sem precisar usar gasolina.
Apesar de tudo, vale lembrar que o 208 está muito próximo de ser atualizado e esta é a chance perfeita para a Peugeot corrigir os pontos fracos do seu hatch, tornando-o ainda mais atrativo e competitivo. Resta saber se a marca vai pesar nos preços que atualmente oscilam entre R$ 91.990 para o Like de entrada e R$ 116.490 para o Griffe topo de linha.
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