Visitar o parque estadual do Jalapão, maior área de cerrado protegido do Brasil, é como se deparar com dunas, cachoeiras e outras paisagens deslumbrantes. Porém, quem visita a região no estado do Tocantins encontra uma dificuldade: acessar a internet.
Seja postando fotos de sua viagem, atualizando amigos e familiares ou passando o tempo durante uma transferência, é raro encontrar um sinal estável em qualquer velocidade. Em vários pontos, o viajante pode passar o dia todo sem 3G, 4G e muito menos 5G — exceto em restaurantes ou pousadas, também com wi-fi.
Nos últimos meses, porém, turistas de regiões como Jalapão e região amazônica ganharam opção de banda larga sem fio oferecida em pacotes turísticos e agências. A novidade é a internet via satélite da Starlink, cada vez mais adotada em atrações remotas do Brasil.
Starlink no Brasil: ascensão meteórica
Autorizado a operar no Brasil desde janeiro de 2022, o Starlink é um serviço de banda larga que envia o sinal por meio de uma constelação com cerca de 5,6 satélites. Do total, 20% são de segunda geração, mais rápidos e com menor latência.
No setor pessoal, oferece conexão para três grandes segmentos: uso residencial, em barcos e para viajantes. Em questão de meses, aproximadamente 90% dos municípios dos estados que compõem a Amazônia Legal eles já tinham clientes para o serviço.
Starlink em modo residencial. (Imagem: Starlink/Divulgação)Fonte: StarLink
Starlink rapidamente ganhou participação de mercado não apenas por causa de seu sinal estável e de velocidade razoável a alta. Ela se concentrou em marketing e boca a boca, apostando em regiões rurais, remotas ou que simplesmente não são tão bem servidas por operadores convencionais ou regionais.
O serviço também teve sua cota de polêmicas. Criada pelo bilionário Elon Musk, a operadora quase teve seus contratos operacionais revisados após desentendimentos entre o empresário e o ministro Alexandre de Moraes.
Atualmente, a mensalidade mais barata do país é R$ 184, sem impostos e R$ 2.000 pelo equipamento e acessórios opcionais. Até moradores de terras indígenas receberam o serviço — já vivenciando as consequências positivas e negativas do contato com a internet e o celular.
Turismo conectado
Uma das novas experiências possibilitadas pela internet via satélite é o turismo, mas ainda é preciso criatividade para que isso aconteça.
Foi o caso de Rafael Cavalcante, sócio-diretor da agência de viagens Férias no Jalapão. Ele instalou uma antena Starlink em um carro e, como os viajantes de motorhome, acompanha grupos de turistas em expedições para manter uma conexão estável para os clientes.
A agência Férias no Jalapão conduz os visitantes em carros que possuem antenas Starlink. (Imagem: Feriados no Jalapão/Divulgação)
Após meses testando a melhor forma de instalação e alimentação da antena, o serviço se tornou um diferencial na viagem.
“Depois que começamos a divulgar esse diferencial, e pela repercussão dos primeiros turistas que experimentaram a inovação, foi realmente um divisor de águas. A procura aumentou consideravelmente”, comemora. Segundo Rafael, ser a primeira agência com esse benefício é importante, mas o serviço ainda tem limitações e não é garantido em todas as viagens.
Outro problema além da questão técnica foi a logística: ele teve que lidar com a falta de espaço no veículo, agora com novos equipamentos de transmissão e antes todo dedicado às bagagens dos passageiros.
Voltar para a comunidade
Outro empresário que adotou o Starlink para turistas foi Bruno Barreto, sócio e proprietário do hotel Bioma Ecolodge, na região amazônica de Acajatuba.
Segundo ele, porém, a adoção da estrutura não mudou tanto os negócios: a região já atrai bastante turistas e eles não deixariam de visitar por falta de conexão.
A população ribeirinha conta com antena de internet e monitoramento. (Imagem: Bioma Ecolodge/Reprodução)
Fonte: Ecolodge Bioma
Porém, Barreto encontrou outra forma de aproveitar a internet: o local disponibiliza uma antena Starlink para a comunidade, sem custo adicional.
“Não cobramos nada, nem taxas, nem nada de administração. Nós mesmos pagamos pela internet e na verdade é para o bem social, né? Para o bem social da comunidade, a gente ajuda no que pode”, explica.
Terra, água e ar
Ao oferecer sinal sem depender de antenas fixas, os navios de cruzeiro também passaram a oferecer o serviço. No momento, todos os 22 navios da frota da empresa MSC ter uma conexão de internet via satélite Starlink.
Segundo a empresa, o serviço é “altamente avaliado” pelos hóspedes pela qualidade da conexão em redes sociais, mensageiros e streaming.
A Galleria Grandiosa é um espaço para comer, fazer compras e socializar a bordo do navio MSC Grandiosa. (Imagem: MSC Cruzeiros/Divulgação)
O serviço é contratado por dia, de acordo com a quantidade de dispositivos conectados. A contratação é feita a bordo ou antes da viagem, com dados ilimitados em qualquer lugar da embarcação.
A própria Starlink parece ter percebido as novas oportunidades. A empresa já fechou acordo com uma companhia aérea de luxo para oferecer internet durante os voos, além de lançar um plano chamado Starlink Mini para mochileiros.
@Starlink Mini com WiFi integrado (cachorrinho não incluído). Aumentando a produção e estará disponível nos mercados internacionais em breve. pic.twitter.com/VuXO96rx9U
-Michael Nicolls (@michaelnicollsx) 20 de junho de 2024
O serviço de dados celulares ainda está em sua infância, mas também deverá se tornar padrão no futuro. Com estas possibilidades, fazer turismo sem internet disponível, mesmo em locais isolados, parece cada vez mais coisa do passado.
empréstimo consignado descontado em folha de pagamento
zap empréstimo
simular empréstimo fgts bradesco
empréstimo auxílio brasil 2023
limite para empréstimo consignado
nova margem consignavel
empréstimo em belo horizonte