Desde que recebeu, em abril, a missão de desenvolver um sistema de referência temporal unificado para a Lua, a NASA e outras agências norte-americanas têm trabalhado para transformar corretamente o tempo entre a superfície da Terra (TT), o chamado baricentro do Sistema Solar (TDB) e a superfície da Lua (TL).
Agora, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial americana apresentou esse número em um estudo hospedado no repositório de pré-impressão de artigos científicos arXiv, que ainda não foi revisado por pares. De acordo com estes cientistas, o tempo da Lua está 57 milionésimos (0,0000575) de segundo à frente do tempo da Terra.
Isto significa que desde que os astronautas da Apollo 17 deixaram a superfície lunar em 14 de dezembro de 1972, o tempo na Lua passou cerca de 1,1 segundos mais rápido do que no nosso planeta. Embora pequena, esta lacuna é extremamente importante na calibração dos sistemas de navegação sincronizada para as próximas missões tripuladas à Lua.
Como os cientistas calculam o tempo no Sistema Solar?
O baricentro do Sistema Solar é um ponto médio em torno do qual giram todos os corpos. Fonte: NASA
Desde Einstein, aprendemos que a gravidade desacelera o tempo, mas, apesar de teoricamente correta, na prática, a medição exata dessas distorções temporais permanece pouco desenvolvida quando se trata de interações gravitacionais entre a Terra e a Lua. Foi apenas nos últimos dez anos que os relógios atômicos começaram a captar tais sutilezas.
E embora os modelos atuais não sejam projetados especificamente para medir a dilatação do tempo gravitacional de Einstein, suas medições ultraprecisas podem ser usadas detectar diferenças infinitesimais de gravidade, capazes de afetar a própria passagem do tempo.
Ao medir o tempo entre a Terra e a Lua, foi crucial tomar o TDB (tempo dinâmico bariccêntrico) como uma referência inercial não sujeita a efeitos gravitacionais locais. O baricentro do Sistema Solar é um ponto médio em torno do qual orbitam todos os corpos celestes, devido à influência mútua de suas forças gravitacionais.
Qual a importância do estudo para sincronizar o tempo da Lua e da Terra?
A medição do tempo entre a Terra e a Lua será usada na missão Artemis da NASA.Fonte: Imagens Getty
Além dos ajustes temporais, o novo estudo também apresentou escala espacial compatível com TDB e contração de Lorentz (redução no comprimento de um objeto à medida que ele se move em velocidades próximas à velocidade da luz em relação a um observador), em coordenadas posicionais centradas na Lua, segundo o estudo.
Esses ajustes já foram inseridos em programas do JPL utilizados para gerar efemérides da Lua e dos planetas. Quanto à sincronização entre o tempo terrestre e lunar, a nova pesquisa fornece expressões para fazer essa reconciliação utilizando tanto o TDB quanto o próprio TT.
Com base nos cálculos da escala de tempo variável da Terra e da Lua em relação ao baricentro do sistema Solar, podemos agora afirmar que, da Terra, parece que a Lua ganha 57 milionésimos de segundo por dia terrestre. “Alguém precisava sentar e fazer as contas”, comemora o líder do estudo, Slava Turyshev, físico do JPL.
Fique por dentro dos estudos astronômicos aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para descobrir quanto tempo leva para caminhar por Marte.
empréstimo consignado descontado em folha de pagamento
zap empréstimo
simular empréstimo fgts bradesco
empréstimo auxílio brasil 2023
limite para empréstimo consignado
nova margem consignavel
empréstimo em belo horizonte