Em 1995, o Telescópio Espacial Hubble da NASA capturou uma imagem nítida de uma formação colossal de gás e poeira a 7.000 anos-luz da Terra. Até então visto de forma borrada através de telescópios ópticos, o local, apropriadamente chamado de Nebulosa da Águia, revelou-se em seu centro um berçário de estrelas, que a equipe do Hubble chamou de Pilares da Criação.
A partir daí, os Pilares da Criação viraram cartão postal do telescópio espacial e se tornaram a foto astronômica mais vista do mundo.
Recentemente, as equipes dos Telescópios Espaciais Hubble e James Webb, lançados em 2021, divulgaram uma visão tridimensional atualizada dos Pilares da Criação. A nova imagem é, segundo a agência espacial dos EUA, a mais abrangente e detalhada até agora, e captura o nascimento de estrelas bebés em diferentes gamas de comprimentos de onda.
Pilares da Criação vistos por Hubble e James Webb
As três colunas imponentes que compõem os Pilares da Criação são compostos de poeira interestelar e hidrogênio molecular que se formaram após o Big Bang, quando o universo começou a esfriar. Eles estão sendo erodidos e destruídos pela luz violeta escaldante das estrelas jovens que ali nascem.
Cada um desses “dedos” é maior que o nosso Sistema Solar, e dentro deles pode estar embutida uma imensa “descendência” de estrelas em fase embrionária. Segundo o site da NASA, o dedo mais alto mede três anos-luz, o que equivale a três quartos da distância entre o nosso Sol e a sua estrela vizinha Proxima Centauri.
Pilares da Criação: um lindo mosaico Hubble x James Webb
Mosaico com fotos em luz visível (Hubble) e infravermelho (Webb).Fonte: Universo de Aprendizagem do STScI/NASA
A montagem mista de fotos do Hubble e James Webb permite que os espectadores façam uma viagem verdadeiramente envolvente pelos Pilares da Criação. As “lacunas” entre as imagens revelam detalhes inéditos e uma visão mais abrangente desta região do espaço.
Onde prevalece a luz visível observada pelo Hubble, os objetos representados são literalmente mais quentes. A visão infravermelha de Webb é sensível a objetos mais frios, embora a centenas de graus. Isto permite que o disco passe pela poeira e revele as estrelas escondidas dentro dos pilares..
Na imagem do Hubble (à esquerda), os pilares são marrons e na imagem do Webb, laranja.Fonte: Universo de Aprendizagem do STScI/NASA
Boas notícias, para quem quer tocar, e não apenas ver, os Pilares da Criação, é que a nova visualização 3D da NASA foi adaptada para o formato de arquivo STL. Isto significa que este modelo tridimensional pode ser impresso numa impressora 3D.
Dessa forma, as pessoas poderão interagir taticamente com os pilares numa cópia física da estrutura astronômica. O arquivo pode ser baixado diretamente do site do Hubble.
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