Estamos acostumados a pensar que nenhuma forma de vida, ou quase vida, consegue sobreviver em ambientes com altas temperaturas e muito ácidos. Mas esta combinação aparentemente estéril não parece afetar os microrganismos encontrados em Yellowstone..
Considerado o maior sistema vulcânico da América do Norte, o Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, abriga uma fauna riquíssima, além dos famosos gêiseres e fontes termais.
Os caldeirões quentes e ácidos do parque chamam a atenção pela cor amarelada, característica da presença de enxofre, mas há algo mais nessas águas. Alguns organismos vivos adaptaram-se a condições hostis e resistem bravamente nestes caldeirões..
Porém, qual é o papel desses organismos em ambientes tão inadequados? Para responder a esta e outras questões, um grupo de investigadores dedicou-se a examinar mais de perto a vida, e a meia-vida, encontrada nesta casa sulfurosa e quente.
Acredita-se que a última erupção da caldeira vulcânica de Yellowstone tenha ocorrido há 640 mil anos.Fonte: Imagens Getty
Vírus, algas e muito mais
Amostras coletadas em Lemonade Creek e arredores mostraram a presença de uma espécie de alga vermelha, chamada Cyanidiofíceas Isso é em vírus gigantes que interagem com esses organismos, formando um sistema único, dependendo do solo de interação.
As amostras foram coletadas no berço do caldeirão, no solo e nas rochas. Estão todos a centímetros de distância um do outro, mas com sistemas de interação complexos e diferentes.
Tecnicamente, apesar de serem “depósitos” de genes, os vírus não são considerados organismos vivos.Fonte: Imagens Getty
Em tudo, pesquisadores conseguiram isolar 36 tipos diferentes de vírus nesses habitats, sendo predominante a classe dos megaviricetes. Eles catalogaram suas descobertas em um artigo publicado na revista Communications Biology.
Segundo os pesquisadores, a presença de vírus nesses ambientes não surpreende, pois é esperado que onde haja formas de vida também haja uma população viral. Mas a grande descoberta reside na datação do surgimento destes conglomerados vitais.
Os vírus gigantes são chamados assim porque possuem um código genômico maior e, consequentemente, um tamanho maior que o normal.Fonte: Imagens Getty
O grupo acredita que esses organismos estão presentes ali desde o surgimento da vida na Terra, devido às suas características semelhantes às das populações virais encontradas perto de fontes vulcânicas subaquáticas. Isto significa que estes vírus termofílicos “nasceram” e se desenvolveram nestas regiões, ao contrário do que se poderia supor sobre a contaminação e possível adaptação ao meio ambiente.
Assim, Esses vírus pré-históricos podem ser uma peça-chave para entender como a vida se desenvolveu na Terra. Inclusive dando pistas de como encontrar vida fora do nosso planeta.
De Yellowstone ao espaço
Em primeiro lugar, é preciso dizer que apesar de ser um pouco assustador a descoberta de novos vírus, as classes identificadas em Yellowstone não representam risco à saúde humana. Pelo contrário, o estudo destas estirpes pode ajudar no desenvolvimento de tecnologias em saúde e até ter um papel especial na exploração espacial.
Nas aplicações em saúde, estudar e conhecer a interação dos vírus Yellowstone com as algas nos ajuda a entender como ocorrem as regulações, pois alguns vírus atacam bactérias, também presentes nesses ambientes, impedindo a destruição das algas.
Basicamente, os vírus invadem as bactérias, depositando seu material genético. Esse material se replica indefinidamente, causando “inchaço” nas bactérias, que não suportam a carga extra e morrem. Estudar o código genético dos vírus também nos dá as chaves para compreender como a vida se transforma e sofre mutações ao longo dos séculos..
Porém, se na Terra, além de ser um patógeno, e em alguns casos uma terapia válida contra outros organismos, o desenvolvimento e a presença desses vírus pré-históricos em ambientes hostis, como os caldeirões de Yellowstone e nas chaminés vulcânicas, nos dão pistas onde procurar vida, ou vestígios dela, em outros mundos. Os primeiros colonizadores poderiam ser vírus?
Estudar a interação dos vírus com organismos vivos auxilia no desenvolvimento de novas tecnologias em saúde.Fonte: Imagens Getty
Assim, o objetivo seria coletar amostras dentro e ao redor de solos vulcânicos, tornando a caça para novas formas de vida um palpite mais preciso, devido às características observadas em nosso próprio planeta. E segundo as crenças, se houver vestígios virais, significa que a vida existe ou está sendo produzida. Quem diria que os vírus poderiam ser tão úteis em vez de apenas serem um incômodo?
As análises e estudos continuarão e quem sabe, em breve, teremos mais novidades sobre o papel dos vírus no desenvolvimento da vida na Terra.
Se você gosta de analisar o universo sob as lentes de um microscópio, aproveite para conhecer as bactérias superpoderosas do fundo do mar. Para mais conteúdos sobre ciência e curiosidades científicas, continue acompanhando o TecMundo!
empréstimo consignado descontado em folha de pagamento
zap empréstimo
simular empréstimo fgts bradesco
empréstimo auxílio brasil 2023
limite para empréstimo consignado
nova margem consignavel
empréstimo em belo horizonte