Por Bruno Affonso.
A mobilidade nos grandes centros urbanos é, sem dúvida, um desafio constante. Em muitas capitais brasileiras, assim como em outras metrópoles do mundo, o trânsito é intenso quase todo o dia. E, em vez de melhorar, o problema aumentou. Em São Paulo, o dia de maior congestionamento da história da cidade foi registrado em maio deste ano, com 1.371 km de trânsito lento ou parado.
Numa viagem à China em 2007, bem antes disso, descobri uma solução acessível e eficaz para tentar ultrapassar este problema: a bicicleta eléctrica. Hoje existem mais de 350 milhões de unidades rodando no país asiático.
O impacto positivo das e-bikes no trânsito tem uma razão muito simples: quem utiliza esta opção torna-se menos dependente de outros meios de transporte. Um estudo recente realizado pela Universidade de Lausanne, na Suíça, mostrou que os proprietários de bicicletas elétricas passaram a usar menos o carro e, para 20%, a alternativa foi um fator decisivo para desistir completamente do carro. O potencial para reduzir o número de veículos nas ruas é significativo.
Felizmente, este mercado voa sobre duas rodas. De acordo com o último boletim técnico Mercado de Bicicletas Elétricas divulgado pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), foram produzidas quase 45 mil bicicletas no Brasil em 2022, um aumento de 9,6% em relação ao ano anterior.
No primeiro semestre de 2024, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Ciclomotores, Bicicletas e Similares), apenas no Pólo Industrial de Manaus a produção de e-bikes no Brasil cresceu 64,5% em relação a mesmo período de 2023.
O estudo de Lausanne também traz outros insights. Embora a maioria dos utilizadores utilize a e-bike para deslocações diárias (78,7%), quase 60% também a utiliza para lazer. Este hábito não só reduz a dependência do automóvel nos tempos livres, como também ajuda a aliviar o trânsito, a incentivar práticas de mobilidade ativa e a contribuir para um ambiente urbano mais saudável.
Sem falar que as bicicletas elétricas são uma alternativa relativamente barata e podem reduzir a pressão sobre o transporte público.
Além desses benefícios, há vantagens para a infraestrutura urbana. As e-bikes não só encurtam a fila de carros como também reduzem a necessidade de estacionamentos extensos e complexos, o que abre caminho para uma relação diferente com o espaço da cidade e facilita a implementação de soluções como ciclovias e bicicletários.
Investir neste meio de transporte tem potencial real para transformar a mobilidade nos grandes centros. É hora de reconhecer definitivamente as bicicletas elétricas como peça fundamental para um urbanismo mais inteligente e integrado e — por que não? – prazeroso.
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Bruno Affonso é diretor e cofundador da Lev, empresa líder no segmento de bicicletas elétricas no Brasil.
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