‘Aprendi a importância de cuidar tanto da minha saúde mental quanto da minha saúde física’, diz ela, que viu as primeiras manchas na pele aparecerem aos 9 anos. Natália Deodato Divulgação 25 de junho é o Dia Mundial do Vitiligo. A data foi instituída em 2009, em homenagem ao cantor Michael Jackson, que tinha a doença autoimune de pele e se tornou o maior símbolo da causa. Desde então, outros famosos foram lembrados ao falar sobre o assunto. No Brasil, Natália Deodato também se tornou recentemente porta-voz contra o preconceito. A ex-BBB, que foi diagnosticada com vitiligo aos 9 anos, lembra que não foi fácil enfrentar os desafios da condição na infância e adolescência: “Meu processo de adaptação foi péssimo. Não aceitei minha condição”, lembra. Natália Deodato Divulgação Por muito tempo, a preocupação com o julgamento das pessoas sobre sua condição a abalou. Com baixa autoestima, Natália não conseguia se olhar no espelho ou sair na rua: “Foi um período muito difícil, tive depressão e não me aceitei. A terapia me ajudou muito nesse processo de autoaceitação. Graças a Deus, hoje estou aqui, bem, com estabilidade. carreira e servindo de exemplo para outras meninas que me seguem.” Divulgação de Natália Deodato Como a pele afetada é muito sensível ao sol, a ex-BBB não descuida do protetor solar. Mantê-la hidratada também é essencial “Faço consultas regulares com um dermatologista para monitorar o quadro e seguir as recomendações médicas adequadas”. Por se tratar de uma doença autoimune, o estresse é um dos fatores que pode agravar o vitiligo. Natália Deodato tenta administrar as emoções e praticar atividades que a relaxem, como exercícios físicos e conviver com pessoas que fazem bem para ela: “Aprendi. a importância de cuidar da minha saúde mental tanto quanto da minha saúde física. Natália Deodato Divulgação O que é vitiligo Em entrevista ao gshow, a dermatologista Maria Eduarda Pires, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), explica o que é a doença autoimune. é, “nosso corpo passa a detectar aquela célula como ‘inimiga’ e acaba causando sua destruição”. Uma das células eliminadas é o melanócito, que produz a substância que dá cor à pele, a melanina. A pessoa acaba desenvolvendo manchas muito claras. Geralmente, a forma mais comum de vitiligo é a bilateral, quando essas manchas ocorrem simetricamente no corpo. Encontramos em apenas um segmento do corpo e de forma unilateral”. Natália Deodato Divulgação Maria Eduarda afirma que existem tratamentos ou procedimentos tópicos e orais para o vitiligo, como laser, fototerapia, corticoide e transplante de melanócitos, um dos métodos mais novos: “A opção de tratamento vai depender da avaliação médica”. Por outro lado, ela não recomenda tratamentos com ácidos que acelerem o processo de despigmentação generalizada “Não é muito utilizado, justamente porque precisa usar ácidos fortes que podem danificar a pele de diversas formas e, dependendo da escolha terapêutica,. causam doenças sistêmicas.” Mitos e verdades sobre o vitiligo É contagioso Não, esse é um dos maiores e mais prejudiciais mitos que cercam o vitiligo: “É uma condição exclusiva do indivíduo e não há possibilidade de transmissão por toque ou contato” , explica a dermatologista Maria Eduarda Pires O trauma emocional pode estar relacionado à causa do vitiligo? Sim. Em muitos casos, o vitiligo ocorre como manifestação pós-traumática, seja por luto ou algum outro problema psicológico “A pessoa pode ter um problema psicológico. predisposição genética através do trauma, a doença começa a aparecer.” Natália Deodato Reprodução Instagram É hereditário Não, “mas existe uma predisposição genética e não é incomum ter familiares com histórico de vitiligo ou outra doença autoimune”. É possível prevenir? Não, “como existe uma predisposição genética, não sabemos quem é”. [da família] terá a doença e nem mesmo se ela se manifestará em algum momento da vida.” Existe uma cura? Não, “mas há tratamento e casos em que a pessoa fica anos sem apresentar as lesões”. Existe maior predisposição ao câncer de pele? Depende! “O vitiligo é uma condição benigna, não se transforma em câncer de pele nem em nada associado a malignidade. Acontece que as áreas onde há lesão de vitiligo são mais sensíveis porque não há melanina naquele local e, portanto, se houver exposição solar excessiva, são áreas mais propensas a queimaduras. Existem cânceres de pele associados à exposição excessiva ao sol e queimaduras anteriores. Então, neste caso, pode haver maior chance de câncer de pele. Por isso é sempre recomendado o uso de fotoprotetor!” Natália Deodato Divulgação Pessoas com vitiligo podem fazer tatuagem? Não há contraindicação formal, mas os danos na tatuagem podem causar o fenômeno de Koebner, ou seja, o surgimento de infecções de pele nas áreas tatuadas. “Não é recomendado que indivíduos com vitiligo ativo façam tatuagem ou qualquer procedimento que cause trauma na pele. Pacientes que já apresentam doença estável podem tentar, mas é importante conversar primeiro com seu médico. Pessoas com vitiligo podem fazer tratamentos a laser? Depende, a mesma recomendação feita sobre tatuagens se aplica aqui. Você pode fazer depilação a laser? Não! “O vitiligo começa a causar pigmentação no folículo piloso, então o cabelo é uma parte importante para conseguirmos repigmentar essa lesão. Portanto, sempre desaconselhamos a remoção permanente dos pelos.” Mais Lidos
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