De RuPaul a Renascer, laços afetivos fora da família tradicional ganham espaço em séries, novelas e reality shows De ‘Pose’ a ‘Renascer’ e ‘Steven Universo’, narrativas de ‘famílias escolhidas’ ganham o gshow da mídia Com conselhos de drag queen RuPaul em seus reality shows, incluindo o grupo Grystal Gems na animação “Steven Universe” (2013), até as casas da série “Pose” (2018), o conceito de “família escolhida” – algo como “família escolhida” em Português -, manteve-se presente nas narrativas LGBTQIA+ nos meios de comunicação recentes. Mas por que o mundo está chamando um grupo de pessoas LGBTQIAP+ de “família escolhida” em vez de usar um termo como “rede de apoio” ou “grupo de amigos”, por exemplo? “Família escolhida” não é um grupo qualquer. O termo vem da literatura antropológica, segundo o “The New York Times”, e se refere às relações intensas e íntimas que algumas pessoas LGBTQIAP+ estabelecem separadas de seus parentes biológicos. Em artigo, o jornal americano citou o pesquisador Cole Milton, da Universidade Estadual de Oklahoma, para falar sobre “parentescos” criados fora de uma estrutura familiar tradicional. “Nós, como gays, podemos escolher nossa família”, disse RuPaul no programa ‘RuPaul’s Drag Race’ Logo TV/Reprodução “É diferente de um grupo de conhecidos ou mesmo de bons amigos. É algo mais profundo”, disse Cole Milton. O conceito também habita o campo da psicologia. Franchesca Aurora Weiss, psicóloga especializada em questões de gênero e sexualidade, conta ao gshow que, no contexto lusófono, aborda “essas construções de família para além da família de sangue”. MJ Rodriguez, Dyllon Burnside, Angel Bismark, Indya Moore, e Hailie Sahar em Reprodução ‘Pose’/IMDB “O que eu trabalho com pessoas trans, pessoas LGBTQIA+ em geral, que infelizmente estão decepcionadas com as famílias em que nasceram, é essa decepção de: ‘Olha, infelizmente o sangue da sua família não será necessariamente sua família’. Eles são parentes, por definição. Por isso é importante construir outros afetos e outras relações saudáveis para chamar de família, para ter um significado saudável e poderoso”, explica Franchesca. A psicóloga lembra que teve contato com o termo recentemente com a música “Família Escolhida”, de Elton Jhon e Rina Sawayama, de 2021. Na música, a dupla canta versos explicativos como “não precisamos ser parentes para ter um relacionamento / não precisamos compartilhar genes ou sobrenome”. John canta ‘Família Escolhida’ Reprodução/X “O quê”. Eu trabalho com pacientes pois essa definição de família escolhida é justamente que você pode escolher sair desse lugar de rejeição e sofrimento, que seus familiares estão lhe proporcionando, para construir uma família. , seja com companheiro, companheira, amigos… E ter um lugar confortável, saudável, poderoso para chamar de família de verdade”, pontua o especialista. O uso do termo também ganhou popularidade como forma de celebrar a relevância da. essas famílias Em 2022, a premiada fotógrafa Naima Green desenvolveu um projeto chamado “My Chosen Family” – uma espécie de celebração para as comunidades que os indivíduos LGBTQIAP+ encontram uns nos outros. Ela, que se identifica como pessoa queer, conversou com a revista americana “Essence” sobre o termo. “A família escolhida é fundamental nas comunidades queer e negra”, disse Green. “E ter pessoas ao seu redor que possam apoiá-lo sem questionar é importante. Existe um nível de compreensão que você constrói com a família escolhida.” ‘Família escolhida’ no horário nobre Desde que apareceu em Renascer, Buba percorreu uma jornada e tanto até o recente casamento com Guto. Entre relacionamentos conturbados e uma relação de altos e baixos com os pais, a personagem de Gabriela Medeiros – uma mulher transexual – nunca se sentiu desamparada. Pelo contrário, sempre teve por perto um grupo de amigos fiéis, a sua “família escolhida”. Galba Gogóia, Gabriela Medeiros, Bianca Dellafancy e Gabriela Loran nos bastidores da Renascer Globo/Divulgação Janaína (Bianca Dellafancy), Maitê (Gabriela Loran) e Natasha (Galba Gogóia) formam a importantíssima família escolhida de Buba, mesmo tendo fracassado em sua missão com o vestido de noiva da menina. Para o elenco, neste caso, a relevância da “família escolhida” vai além da dramaturgia. “A ‘família escolhida’ é algo muito comum entre as pessoas LGBTQIA+. Nem todo mundo tem uma família amorosa e compreensiva, que respeite a orientação sexual, a identidade de gênero ou mesmo uma expressão artística como a drag. ‘família escolhida’. É lindo ver isso na trajetória da Buba, por exemplo. Ela foi rejeitada pela família, mas encontrou nos amigos a rede de apoio que precisava”, comenta Felippe Souza, criador da drag persona Bianca Dellafancy. Bianca com sua melhor amiga, Lorena Lauritzen (à esquerda) Acervo pessoal No Renascer, Bianca é Janaína, mas a drag queen com forte presença na internet também trabalha como podcaster e YouTuber. Em sua trajetória profissional e pessoal, o artista celebra a família escolhida. “No meu caso, minha família também teve muita dificuldade em entender tudo o que eu era. Foram alguns anos difíceis até que finalmente conseguiram me acolher e me amar como mereço. meus amigos, o lugar de aceitação e identificação que tanto precisei para amadurecer. Ali me senti livre para ser eu mesma, em todas as minhas nuances, sem nenhum julgamento. entes queridos ao meu lado, mas tenho certeza que não seria possível estar tão feliz e realizado como estou hoje”, afirma Felippe. Bianca Dellafancy com sua ‘família escolhida’ Coleção pessoal No grupo de Buba, Gabriela Loran também traz um pouco da “família escolhida” do drama para a vida real. A atriz, mulher transexual, também comemora a representação do grupo no Renascer. “Acho que é a primeira vez na história da TV brasileira que temos uma personagem trans que tem amigos trans. Então, sem dúvida, isso humaniza muito a nossa história, como pessoas LGBT e trans, acho inovador. a Natasha e a Janaína chegam com essa função de humanizar os personagens, de humanizar a nossa história para além da novela, para além da dramaturgia”, observa. Gabriela Loran e sua ‘família escolhida’ Acervo pessoal “A trama de Buba é sem dúvida super interessante, pois também vai mostrar que somos felizes, e foge um pouco do estereótipo de que só sofremos. são outros horizontes na Buba tenho recebido muitas mensagens positivas, o que me deixa muito feliz”, comemora Gabriela. Premiada como Melhor Atriz no Festival de Cinema de Petrópolis em 2023, Gabriela também integra o elenco de Arcanjo Renegado. Ainda sobre as famílias escolhidas, ela quer que o exemplo de Janaína, Maitê, Natasha e Buba vá longe. “Acho que o importante da divulgação da ‘família escolhida’ é justamente mostrar que uma rede de apoio pode ser construída independentemente do sangue. Sabemos que muitas pessoas trans são expulsas de suas casas e rejeitadas por seus familiares. E precisamos encontrar isso como sinônimo de família, ressignificando o que significa amar”, defende Gabriela. Gabriela Loran e amigos Acervo pessoal + gshow
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