Wikileaks: por que Julian Assange está perto de ser libertado após anos de batalhas jurídicas

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Espera-se que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, se declare culpado como parte de um acordo a ser finalizado em breve. Julian Assange, fundador do WikiLeaks, deixa a prisão em Londres, Reino Unido, em 24 de junho de 2024. WikiLeaks via Reuters Julian Assange, fundador do Wikileaks, se declarará culpado de acusações criminais nos Estados Unidos como parte de um acordo que permitirá sua libertação da prisão, de acordo com documentos judiciais. Clique aqui para acompanhar o canal de notícias internacionais g1 no WhatsApp O acordo deverá ser finalizado em tribunal nas Ilhas Marianas do Norte, na Micronésia, na próxima quarta-feira (26). Assange, 52 anos, foi acusado de conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional. Durante anos, os EUA argumentaram que os documentos revelados pelo Wikileaks, que continham informações sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, entre outros assuntos, colocavam vidas em perigo. Quem é Julian Assange, fundador do WikiLeaks preso há 5 anos e enfrentando julgamento decisivo no Reino Unido Julian Assange sai da prisão no Reino Unido Assange passou os últimos cinco anos em uma prisão britânica, de onde tem lutado contra a extradição para os EUA . De acordo com a CBS, parceira da BBC nos EUA, Assange não passará nenhum tempo sob custódia dos EUA e receberá crédito pelo tempo encarcerado no Reino Unido. Assange retornará à sua terra natal, a Austrália, de acordo com um documento do Departamento de Justiça. As remotas ilhas do Pacífico onde se espera que o acordo seja concluído estão associadas aos EUA (parte da Commonwealth) e estão muito mais próximas da Austrália do que os tribunais federais do Havai ou do continente americano. A agência France Press citou um porta-voz do governo australiano dizendo que o caso “se arrastou por muito tempo”. A CBS e a BBC contataram a defesa de Assange, mas não obtiveram posição. O réu e seus advogados argumentam há muito tempo que o processo tem motivação política. Em abril, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que estava a considerar um pedido da Austrália para arquivar o caso contra Assange. Numa vitória no mês seguinte, o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que Assange poderia lançar um novo recurso contra a extradição para os EUA, permitindo-lhe desafiar as garantias dos EUA sobre como o seu futuro julgamento seria conduzido e se o seu direito à liberdade de expressão seria respeitado. Após a decisão, sua esposa Stella disse a repórteres e apoiadores que o governo Biden “deveria se distanciar deste processo vergonhoso”. Os procuradores dos EUA queriam inicialmente julgar o fundador do Wikileaks por 18 acusações – a maioria ao abrigo da Lei de Espionagem – ligadas à divulgação de registos militares confidenciais e mensagens diplomáticas sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque. O projecto Wikileaks, fundado por Assange em 2006, afirma ter revelado mais de 10 milhões de documentos ao público – no que o governo dos EUA mais tarde descreveu como “um dos maiores comprometimentos de informação classificada na história dos EUA”. Em 2010, o site publicou um vídeo de uma acção de helicóptero militar dos EUA em que mais de uma dúzia de civis iraquianos e dois repórteres da Reuters foram mortos em Bagdad. Uma das colaboradoras mais conhecidas de Assange, a analista de inteligência do Exército dos EUA Chelsea Manning, foi condenada a 35 anos de prisão antes do então presidente Barack Obama comutar a sua pena em 2017. Assange também enfrentou outras acusações na Suécia, por violação e agressão sexual, que ele nega. Ele passou sete anos escondido na embaixada do Equador em Londres, alegando que os casos na Suécia o levariam a ser enviado para os EUA. As autoridades suecas abandonaram os casos em 2019 e argumentaram que já tinha passado demasiado tempo desde os relatórios originais. Mesmo assim, as autoridades do Reino Unido levaram-no posteriormente sob custódia. Assange foi julgado por não ter se entregado aos tribunais para ser extraditado para a Suécia. Mesmo no meio de longas batalhas legais, Assange raramente foi visto em público e durante anos sofreu de problemas de saúde, incluindo um pequeno acidente vascular cerebral na prisão em 2021.



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