Vítimas de lancha atacada por piratas e abandonadas em ilha no Pará falam sobre momentos de desespero: ‘Um lugar deserto, sem comida, nada’

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Barco transportava passageiros de Gurupá para Porto de Moz, mas foi roubado por piratas. Os passageiros esperaram pelo resgate por 19 horas. A polícia investiga o caso. Vídeo mostra resgate de passageiros de barco roubado por piratas, no Pará. Os passageiros que estavam no barco roubado por piratas, no Pará, agora estão em casa. Em entrevista ao g1, duas jovens que estavam no barco descreveram o terror e o medo enquanto aguardavam o resgate. “Só pensei na minha família (acho que todos ali) e em como íamos sair daquele lugar”, descreveu a passageira Wevilla Santos, sobre o período em que aguardava o resgate. As vítimas permaneceram 19 horas em uma ilha do rio Moju, no município de Gurupá, no arquipélago do Marajó – local sem comida e água potável. A embarcação saiu de Gurupá, na segunda-feira (19), com destino a Porto de Moz, no oeste do Pará, mas a viagem foi interrompida após três homens anunciarem o assalto. Passageiros do barco levado por piratas foram resgatados por um ribeirinho, em Gurupá. (Wevilla de vestido verde) Reprodução/Redes Sociais Wevilla Santos mora em Porto de Moz há doze anos e foi visitar a família em Gurupá. A viagem para casa deveria ter durado no máximo três horas. Segundo Wevilla, os suspeitos embarcaram no barco como se fossem passageiros comuns, mas traziam na bagagem armas de fogo e facões que serviram para ameaçar e intimidar as vítimas. “Anunciaram o assalto em frente à aldeia Tapará. Eles tiraram tudo de nós! Eu e mais duas pessoas conseguimos esconder nossos celulares”, disse ela. A jovem destacou ainda a violência com que agiram os suspeitos, ordenando aos passageiros que se deitassem no fundo da embarcação e não olhassem para eles. “Eles atingiram o condutor do barco e o piloto na cabeça com uma arma”, destacou. As vítimas foram abandonadas em uma ilha sem habitantes. Celulares, joias, dinheiro e outros pertences foram roubados pelos suspeitos. “Eles queriam fazer uma viagem longa e o barco era muito pesado, a gasolina que tinham não seria suficiente. Então eles pararam em uma ilha e nos mandaram descer um por um para o barco ficar mais leve”, continuou ela. O barco foi encontrado na última terça-feira (20), em Santana, no estado do Amapá, no mesmo dia em que as vítimas foram encontradas. Barco foi encontrado na foz de um rio no distrito de Santana, no Amapá Divulgação/PF Acesse o canal g1 Pará no WhatsApp A passageira Edilaine Lobato, de 26 anos, também fez relato semelhante ao Wevilla’s sobre como foi anunciado o roubo. Edilaine definiu a situação como desesperadora. (Assista ao vídeo abaixo) Edilaine Lobato estava no barco sequestrado por piratas, no Pará e relata o ocorrido Sobre o abandono dos passageiros na ilha, Edilaine disse que os suspeitos mandaram os passageiros correrem para a mata e não olharem para trás. Ela tinha medo de que os ladrões atirassem nas vítimas. A ilha onde as vítimas foram abandonadas é rota de navios cargueiros. Com a maré alta, os passageiros não conseguiram permanecer na área da praia. Tiveram que improvisar um espaço na mata para dormir e beber água do rio. “Um lugar que não tinha absolutamente nada, estava deserto. Não havia comida, não havia nada. Algumas pessoas estavam com frio e molhadas”, descreveu ela. Durante o tempo em que permaneceram na ilha, os passageiros foram considerados desaparecidos e foi realizada uma vigília em Porto de Moz com orações para que fossem encontrados. O grupo foi resgatado por um ribeirinho que, segundo Wevilla, ajudava a procurá-los. “O irmão de uma menina que estava no barco ligou para esse homem e pediu ajuda para nos procurar, quando ouvimos o barulho da cauda começamos a gritar”, disse Wevilla. As vítimas conseguiram acender uma fogueira e se aquecer enquanto aguardavam o resgate. Reprodução/Redes Sociais O g1 solicitou informações atualizadas sobre a investigação deste caso, mas até o momento da publicação desta reportagem não havia recebido resposta da Polícia Civil ou da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). O caso é investigado pela PC. VÍDEOS: veja todas as novidades do Pará no g1 Pará



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