Mulher diz que perseguição começou em 2021 e só parou quando ela passou a morar em outra cidade. O crime de perseguição aumentou 41,8% em um ano no Piauí, segundo o Anuário de Segurança Pública. Registros de crimes de perseguição crescem 40% no Piauí Uma mulher vítima de perseguição teve que se mudar de Teresina devido à perseguição que sofreu por parte do ex-companheiro. Segundo ela, o homem criava diariamente dez perfis falsos, ligava mais de mil vezes em um único dia e ainda ia ao local de trabalho da ex-companheira. Acompanhe o canal g1 Piauí no WhatsApp O crime de “stalking”, previsto no artigo 147-A do Código Penal, caracteriza perseguição em qualquer meio, inclusive virtual. Segundo o Anuário de Segurança Pública, o Piauí registrou aumento de 41,8% nos casos, passando de 737 em 2022 para 1.015 em 2023. Em entrevista ao TV Clube, a vítima disse que a perseguição começou em 2021, quando encerrou o relacionamento com o ex . Ele não aceitou o fim do relacionamento e passou a ligar para ela e mandar mensagens várias vezes ao dia. “Não foi só pelas redes sociais, ele mandou links para tentar hackear meu e-mail. Ele recebia mais de dez perfis falsos todos os dias. Tive que deixar meu trabalho porque ele também estava indo para lá. Vivi com medo, foi o pior momento da minha vida”, lembrou a mulher. Compartilhe a notícia no WhatsApp Compartilhe a notícia no Telegram Stalking Reprodução/Fantástico/g1 A mulher afirmou ainda que entrou em contato com a Polícia Civil no momento do abuso, mas não obteve resposta das autoridades. A perseguição só cessou quando ela passou a morar em outra cidade. “Fiz vários boletins de ocorrência na época, mas nenhum voltou. Foi um pouco constrangedor na delegacia, eles pareciam não saber como resolver. Disseram que iriam investigar, mas a responsabilidade era da Delegacia da Mulher”, comentou. Procurado, o delegado responsável pela investigação dos casos de “perseguição” no Piauí disse que não teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pela vítima e, por isso, não pôde comentar o assunto. Como denunciar o crime de “perseguição”? A pena prevista no Código Penal para “stalking” é de seis meses a dois anos de prisão, mas pode chegar a três anos com circunstâncias agravantes, como crimes contra a mulher. As vítimas podem reunir provas como capturas de tela de mensagens e ligações, além de ter testemunhas do abuso. LEIA TAMBÉM Lei contra ‘perseguição’ é sancionada; perseguição, digital ou física, pode levar a 3 anos de prisão ‘Stalking’: descubra quando a perseguição na internet se torna crime Por que os casos de perseguição cometidos por mulheres são mais raros? O delegado Alisson Landim, da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI), destaca que qualquer atitude que cause desconforto psicológico à mulher ou a outra pessoa pode configurar perseguição. “Se o sujeito enviar insistentemente flores ou outros presentes para a casa ou ambiente de trabalho da vítima; enviar mensagens ou criar perfis falsos para atormentá-la, ela pode ir até a delegacia e registrar o boletim de ocorrência”, orienta o delegado. Ainda segundo o delegado, o anonimato oferecido por muitos serviços na internet não é obstáculo para as investigações, pois atualmente a polícia dispõe de técnicas para descobrir a identidade dos suspeitos. “Se a investigação determinar que houve perseguição por vários canais, em diversas ocasiões, podemos chegar ao autor do crime e penalizá-lo pela sua conduta”, acrescenta. ‘Stalking’: descubra quando o stalking na internet vira crime Confira as últimas notícias do g1 Piauí Acompanhe o g1 Piauí no Facebook, Instagram e X VÍDEOS: Assista as notícias mais vistas da Rede Clube a
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