A informação foi confirmada pelo Departamento de Justiça dos EUA. A apreensão, realizada em colaboração com a República Dominicana, deveu-se à violação das sanções impostas pelos EUA e pelo Departamento de Comércio americano contra a Venezuela. Aeronave de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, modelo Dassault Falcon 900 EX, apreendida pelo Departamento de Justiça dos EUA em 2 de setembro de 2024. Brasília Spotter O governo venezuelano chamou de “pirataria” a apreensão do avião presidencial usado por Nicolás Maduro, nesta segunda-feira (2). A aeronave foi detida pelos Estados Unidos, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Clique aqui para acompanhar o canal de notícias internacionais g1 no WhatsApp O avião foi apreendido em uma operação dos Estados Unidos em colaboração com o governo da República Dominicana. Em nota, o governo venezuelano classificou a atitude como uma “prática criminosa reiterada” por parte dos Estados Unidos. “Os Estados Unidos demonstraram que usam o seu poder económico e militar para assustar e pressionar estados como a República Dominicana, para que sirvam de cúmplices nos seus actos delinquentes”, disse ele. A Venezuela também acusou os Estados Unidos de desrespeitarem o direito internacional, criando normas que servem os seus próprios interesses e a “lei do mais forte”. A apreensão EUA apreendem o avião de Nicolás Maduro Segundo as autoridades norte-americanas, a apreensão deveu-se à violação das sanções impostas pelos EUA e pelo Departamento de Comércio dos EUA contra o governo de Maduro. Os Estados Unidos também disseram que a aeronave foi comprada ilegalmente por meio de uma empresa de fachada. Depois, o avião foi contrabandeado para outro país. “Esta manhã, o Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que alegamos ter sido comprada ilegalmente por 13 milhões de dólares através de uma empresa de fachada e contrabandeada para fora dos Estados Unidos para ser usada por Nicolás Maduro e seus comparsas”, disse o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, num comunicado. . A aeronave de Maduro é o modelo Dassault Falcon 900 EX, avião produzido para o mercado corporativo. Há passagens documentadas do avião por São Vicente e Granadinas, Cuba e Brasil – algumas dessas viagens com Maduro a bordo. Após a apreensão, o avião foi levado para Fort Lauderdale, na Flórida. A aeronave parece estar atualmente registrada com o prefixo T7, usado como identificação para a República de São Marino. LEIA TAMBÉM: União Europeia não reconhece ‘legitimidade democrática’ da reeleição de Maduro na Venezuela Maduro manda mensagem indireta a Lula e diz que nas eleições de 2022 não houve ‘comunicado’ e ninguém ‘mexeu com o Brasil’; veja VÍDEO Ministro da Ucrânia denuncia ataque russo à mesquita em Kiev; Zelensky fala sobre 600 soldados russos capturados Investigação Uma investigação do Departamento de Justiça mostrou que, entre o final de 2022 e o início de 2023, “pessoas associadas a Maduro supostamente usaram uma empresa de fachada com sede no Caribe para esconder seu envolvimento na compra ilegal da aeronave Dassault Falcon 900EX”. Segundo as autoridades norte-americanas, o avião foi exportado ilegalmente dos Estados Unidos para a Venezuela através do Caribe. A operação teria ocorrido em 2023. Desde então, a aeronave voou de uma base militar venezuelana e foi usada “em benefício de Maduro e seus representantes, inclusive para transportar Maduro em visitas a outros países”, disse o Departamento de Justiça. Em agosto de 2019, o então presidente Donald Trump emitiu uma ordem proibindo os cidadãos americanos de se envolverem em transações com pessoas que envolvessem o governo da Venezuela. A agência de aplicação da lei dos EUA disse que, para proteger a segurança nacional e os interesses da política externa dos EUA, o Departamento de Comércio impôs controles de exportação sobre itens destinados aos militares venezuelanos ou aos usuários finais da inteligência militar. “A apreensão desta aeronave é mais uma ação significativa das Investigações de Segurança Interna, trabalhando com nossos parceiros nacionais e internacionais contra as atividades ilegais do regime de Maduro”, disse o agente especial Anthony Salisbury da Investigação de Segurança Interna. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, pede à população que desinstale o WhatsApp Leonardo Fernandez Viloria/Reuters Reeleição questionada A apreensão do avião ocorre em meio à pressão internacional sobre Maduro devido às eleições presidenciais. A autoridade eleitoral e o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) do país deram a vitória ao atual presidente sem apresentar os registos eleitorais, que comprovariam o resultado. Os Estados Unidos, a União Europeia e outros dez países latino-americanos, além da OEA (Organização dos Estados Americanos), rejeitaram a decisão do TSJ. Em comunicado conjunto, EUA, Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai afirmaram não reconhecer a decisão do Supremo Tribunal venezuelano. Os signatários também pedem uma “auditoria imparcial” dos votos. “Os nossos países já tinham manifestado o seu desconhecimento da validade da declaração da CNE (de que Maduro venceu as eleições), pouco depois de ter sido impedido o acesso dos representantes da oposição à contagem dos votos, a não publicação da acta (eleitoral, que conta os votos ) e a subsequente recusa de realizar uma auditoria imparcial e independente”, refere o comunicado. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, também afirmou que o apoio de Supremo à vitória de Maduro “não tem credibilidade”. “As planilhas de contagem de votos publicamente disponíveis e verificadas de forma independente mostram que os eleitores venezuelanos escolheram Edmundo Gonzalez como seu futuro líder”, disse Patel. A OEA, em nota, afirma que “rejeita completamente” a decisão do TSJ: “Esta Secretaria-Geral reitera que a CNE proclamou Maduro [reeleito] de forma apressada, com base em boletim parcial emitido oralmente, com números que mostravam impossibilidades matemáticas”. A União Europeia já indicou que não reconhecerá um novo governo liderado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, antes de ver evidências de que ele venceu as eleições, segundo o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, “Precisamos de provar este resultado eleitoral. Até agora não vimos nenhuma prova e, até vermos um resultado verificável, não reconheceremos (a vitória)”, disse Borrell. VÍDEOS: mais assistidos no g1
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