A vítima tinha nove anos e morava com a mãe em Guaíba. A polícia suspeita que a mãe seja responsável pelas circunstâncias que levaram à morte da filha. Mulher está em prisão temporária. Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, foi encontrada morta em uma lixeira em Guaíba Reprodução Kerollyn Souza Ferreira, uma menina de nove anos, foi encontrada morta dentro de uma lixeira em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na sexta-feira (9). Acesse o canal g1 RS no WhatsApp A Polícia Civil suspeita que a mãe de Kerollyn, que está em prisão temporária, seja a responsável pelas circunstâncias que levaram à morte da filha. Veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o caso: 1. Onde e quando foi encontrada Kerollyn foi encontrada morta na manhã desta sexta-feira (9) em um contêiner de lixo na praça do bairro Cohab Santa Rita, em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a poucos metros de onde morava a família. Corpo de menina é encontrado dentro de um contêiner de lixo no RS Marcio Santos/Jornal O Guaíba 2. Com quem morava a menina Kerollyn morava com a mãe e os irmãos em Guaíba. O pai dela mora em Santa Catarina. Sua filha morou com ele nos primeiros meses de vida e aos sete anos. Porém, a criança voltou para a casa da mãe. “Eu sempre deixei claro para ela [a mãe]: ‘cara, se você não quer cuidar da menina, se você não tem paciência, então entrega a menina para mim, deixa ela ficar comigo, eu cuido dela e não vai ser um problema’. Só ela [a mãe] ela nunca quis, nunca aceitou”, diz o pai Matheus Ferreira. Segundo relatos de vizinhos e do pai, Kerollyn vivia em condições de abandono, muitas vezes dormindo em carro abandonado e comendo comida do lixo. rua’, diz pai de menina encontrada morta dentro de uma lixeira em Guaíba 3. Qual é a suspeita da mãe de Kerollyn, que está em prisão temporária, ser a responsável pelas circunstâncias que levaram à morte da filha, segundo a Polícia Civil? . Em relação ao pedido de prisão temporária, acredito que o decreto é adequado e suficiente, para o prosseguimento das investigações e apuração da autoria do crime de homicídio, ora investigado”, disse o juiz João Carlos Leal Júnior, do Tribunal. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Sul. O delegado responsável pelo caso abriu investigação pelo crime de tortura. Segundo o chefe da Polícia Civil, Fernando Sodré, a mulher apresentava sinais de “sociopatia” em relação à filha “Chamaram a atenção algumas coisas na investigação, que a mãe disse. mostrar alguma reação”, disse Sodré. O Ministério Público viu indícios de homicídio quando deu parecer favorável ao pedido de prisão. O procurador Fernando Sgarbossa afirma que há provas da participação da mãe, “seja por ação ou por omissão”. 4. Causa da morte A investigação ainda aguarda o resultado do exame pericial para determinar a causa exata da morte. Segundo o Tribunal de Justiça, depoimentos e documentos apresentados pela polícia indicam que a mulher submeteu a filha a intenso sofrimento físico e mental. A investigação apontou que a menina foi vítima de negligência e agressões extremas, segundo análise do juiz João Carlos Leal Júnior, caracterizando as práticas de maus-tratos, abandono de incapazes e tortura. A perita confirmou, ainda na sexta-feira, que não havia sinais de violência no corpo da vítima, o que, para Sodré, “leva-nos a crer que poderá ter sido algum factor, algo que ela ingeriu, algo que poderá ter levado à sua ocorrência”. morte.” , e estamos dependendo da perícia.” 5. O que a polícia investiga A investigação inclui apurar o papel da mãe no caso, que é acusada de possivelmente ter causado a morte da filha. Está sendo analisada a inexistência de sinais aparentes de violência no corpo da menina. para determinar se a morte foi resultado de algum fator interno ou externo “A mãe de Kerollyn demonstrou apatia e falta de reação ao ser informada sobre a morte da filha, além de admitir que deu à filha um medicamento controlado sem orientação médica”, diz a polícia. delegado Fernando Antônio Sodré Testemunhas são ouvidas pela investigação Imagens de câmeras de vigilância próximas ao local onde o corpo foi encontrado 6. O que deve acontecer com a mãe Segundo o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. a mulher deve ser responsabilizada de alguma forma, “mesmo que seja pelo que chamamos, no artigo 13 do Código Penal, de causalidade de omissão”. O delegado Fernando Sodré afirma que a criança foi “abandonada”. “A filha vivia livremente, abandonada, e muitas vezes dormia em um carro abandonado, que ficava perto de casa e da escola”, conta Sodré. Polícia investiga duas mortes de meninas no mesmo dia na Região Metropolitana 7. O que diz a Prefeitura de Guaíba Por meio de nota (veja completa abaixo), a Prefeitura de Guaíba informou que Kerollyn foi encaminhada para atendimento de saúde mental em 2022, sem ingressar tratamento apenas com visitas esporádicas. Em 2024, segundo a prefeitura, “o abandono do tratamento foi comunicado ao Conselho Tutelar”. Ainda segundo a sede, “na semana passada procurou atendimento de urgência no Hospital Nelson Cornetet” e “o serviço de Saúde Mental identificou a necessidade de intervenção do Centro de Atenção Psicossocial”. Segundo a nota, porém, “foi marcada consulta duas vezes, sem comparecimento” e que “o Conselho Tutelar foi notificado”. Nota do município de Guaíba: “O referido paciente “foi encaminhado pela rede de ensino em 2022 para acolhimento na equipe de saúde mental do CAPS IJ”, que não aderiu ao processo de tratamento contínuo. acompanhada pelo CAPS IJ Em 2024, foi encaminhada pela rede para atendimento no CAPS, e só retornou ao hospital em fevereiro. Não compareceu mais ao tratamento, e a criança foi notificada ao Conselho Tutelar na semana passada. identificada a necessidade de intervenção do CAPS IJ, foi agendada duas consultas, a qual não contou com a participação do Conselho Tutelar. Nota do Conselho Tutelar de Guaíba: “O Conselho Tutelar de Guaíba manifesta publicamente seu mais profundo pesar pela trágica morte de uma criança em nosso território. comunidade no dia 08/09. Este é um momento de dor e consternação para todos nós, e nos solidarizamos com a família enlutada, bem como com toda a comunidade. Entendemos que a morte de um filho desperta sentimentos intensos e a necessidade de procurar os responsáveis. atenção aos factores reais que levaram a esta tragédia. O Conselho Tutelar de Guaíba funciona de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com extremo compromisso com a proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Reiteramos nosso compromisso com a transparência. , justiça, buscando sempre avanços e estratégias para ampliar as políticas públicas para garantir prioridade absoluta aos direitos das crianças e adolescentes. Repudiamos veementemente todas as formas de manifestação violenta, agressão, intolerância e ódio, seja nas redes sociais ou em qualquer outro meio. Neste momento de profunda dor, pedimos que a comunidade se una em solidariedade à família da criança e que aguardemos com calma os resultados das investigações para que os verdadeiros responsáveis possam ser identificados e as medidas necessárias possam ser tomadas. O Conselho Tutelar, por meio de sua Diretoria e equipe de trabalho, renova seu compromisso com a proteção integral de nossas crianças e adolescentes, agindo sempre com seriedade, ética e dedicação.” VÍDEOS: Tudo sobre o RS
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