A partir de segunda-feira, motocicletas terão faixa demarcada na Rodovia Lagoa-Barra Na disputa por espaço no trânsito carioca, as motocicletas terão prioridade. Pelo menos, na Rodovia Engenheiro Fernando Mac Dowell, Lagoa-Barra, onde a prefeitura vai demarcar uma pista experimental para motocicletas. A operação começa nesta segunda-feira, e a velocidade máxima será de 60km/h, enquanto nas demais faixas o tráfego continuará a 80km/h. O objetivo é reduzir o número de acidentes envolvendo motociclistas, que representam 44% das vítimas nesta via. Infográfico Editoria de Arte A iniciativa é inspirada no projeto Cinturão Azul da capital paulista, criado em 2022. Aqui no Rio, o uso da faixa de rodagem não será obrigatório, mas pode ajudar a organizar o trânsito quando a via estiver bloqueada . Outros veículos também poderão atravessá-la durante a mudança de faixa. Publicado no Diário Oficial de ontem, o decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes detalha que a ciclovia terá dois quilômetros de extensão e 1,3 metro de largura. Ficará no meio da pista, marcado em azul e será somente no sentido Lagoa. A marcação começa a 80 metros da Rua Princesa Diana de Gales e termina 40 metros antes do Viaduto Mestre Manuel, ambos em São Conrado. A sinalização orientará os usuários com palavras como “Cuidado ao mudar de faixa” e “Trânsito lento; use a faixa do motor”. O texto destaca que a medida visa atender ao artigo da Lei nº 14.599, de 19 de junho de 2023, que estabelece a redução pela metade, pelo menos, do número de mortes e feridos em acidentes até 2030. A meta faz parte do a campanha “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2021. Outros trajetos em foco Segundo Joaquim Dinis, presidente da CET-Rio, o modelo de ciclovia de São Paulo vem sendo analisado pela empresa desde o ano passado. — Tivemos várias reuniões com representantes por lá e, este ano, fomos à cidade de São Paulo conhecer as avenidas da Faixa Azul. Estamos convencidos, com base nos dados que temos, de que funcionará. O principal objetivo é reduzir os acidentes envolvendo motociclistas e, com base na experiência paulista, tem dado certo. O presidente da CET-Rio informou que a Rodovia Lagoa-Barra já conta com um radar capaz de medir a velocidade máxima de 60km/h na faixa de rodagem. Além disso, ele enfatizou que este é um projeto experimental. Serão cerca de quatro meses de testes e análises. Se tudo correr bem, a próxima avenida a receber a bandeira será a Rei Pelé, trecho da Radial Oeste, na Tijuca. — De domingo a segunda-feira, a pista receberá sinalização e sinalização azul. Qualquer motocicleta poderá circular na faixa, mesmo aquelas de transporte pago, como mototáxis e táxis por aplicativo. Nem toda avenida ou rodovia pode ter uma faixa como esta. Estamos considerando o número de acidentes, as características da via e se há muitas travessias de pedestres. A Avenida Presidente Vargas, por exemplo, já esbarraria nesta última condição — explica Dinis. Bandeira de campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, a Faixa Azul atua em 17 vias da capital e tem 122 quilômetros de corredores exclusivos para motocicletas. No total, sete motociclistas morreram em motocicletas desde o início do programa. A iniciativa é questionada pelas entidades de trânsito, que afirmam não ter notado melhorias, estatisticamente. Alguns deputados também reclamam da falta de transparência em relação aos dados de mortes e acidentes. Segundo o Infosiga.SP, a capital teve 313 mortes de motociclistas em 2021. Um ano depois, quando surgiram as ciclovias, foram 414 mortes. No ano passado, 403. Diogo Lemos, coordenador executivo da Bloomberg Initiative for Global Road Safety, comenta que o programa de faixa exclusiva em São Paulo é um piloto e seus resultados ainda são inconclusivos: — A Faixa Azul em São Paulo é uma nova e ainda sem comprovação de eficácia. Não é possível afirmar se realmente contribui para a redução de mortes e acidentes no trânsito. Os relatórios que compartilhavam dados sobre o assunto, com comparação histórica, deixaram de ser divulgados, sendo exigidos apenas via Lei de Acesso à Informação. Então, ninguém sabe comparar os efeitos, parece uma comunicação de penalidade: houve penalidade ou não? Mas se aumentou ou diminuiu, quais foram os impactos, não sabemos. Sem respeito às regras Em opinião semelhante, Danielle Hoppe, gerente de mobilidade ativa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento Brasil, afirma que a instalação de rodovias no Rio é prematura: — Como o programa de São Paulo é piloto, é ainda não é hora de copiá-lo aqui. O município tem outros trabalhos de casa, como reduzir a velocidade nas estradas. As ciclovias em São Paulo operam com limite de 50km/h, por exemplo. Além disso, investir em transportes públicos e ciclovias reduz a dependência dos automóveis particulares e, consequentemente, os acidentes. A velocidade também é um ponto de destaque em um modelo de mobilidade mais sustentável defendido por ambos os especialistas: — As políticas de segurança no trânsito destacam a importância da redução das velocidades máximas nas estradas. O ator Kaique Brito, por exemplo, provavelmente sobreviveu devido à velocidade do carro que o atropelou, inferior a 50km/h, que é o limite desejável no trânsito urbano. Implementar uma faixa para motos no Rio a 60km/h, mas manter as laterais a 80km/h, pode até aumentar as chances de colisões, fatais ou não. Carlos Fernando Maggiolo, presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio, disse que nenhum membro foi ouvido pela prefeitura: — Nossa realidade no Rio é muito diferente da de São Paulo. Os motociclistas de São Paulo respeitam mais as regras de trânsito e se expõem a menos riscos. Aqui as motos vão competir entre si nas ultrapassagens dentro da pista, e isso, na minha opinião, vai aumentar o número de acidentes.
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