Jennyffer Micaella estava no grupo que caiu em São Cristóvão, na Zona Norte. Acidente deixou 26 feridos, incluindo três pessoas com amputações traumáticas Uma das pessoas que viajava no ônibus da linha 476 (Leblon x Méier), que caiu na noite de sexta-feira, deixando 26 feridos, incluindo três vítimas com amputações traumáticas, a Jennyffer Micaella, 20 anos, trabalha em uma lanchonete, tem marcas no corpo deixadas pelo acidente, ocorrido em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. Ela perdeu parte do couro cabeludo, sofreu lesões nas costas e não consegue andar, após ter deslocado a bacia. Com dores no corpo e cabeça enfaixada, ela esteve na 17ª DP (São Cristóvão) nesta segunda-feira. Para entrar e sair da delegacia, onde prestou depoimento, a atendente teve que ser carregada no colo por amigos e parentes. De lá, ela foi para o Instituto Médico-Legal, no centro do Rio, onde passou por exame criminal. Ao parar para conversar com O Globo sobre o acidente, ela disse que voltava do trabalho, junto com três amigos. E o coletivo, linha 476, começou a acelerar, logo após passar pelas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas. Segundo Jennyffer, os passageiros do ônibus até pediram ao motorista que diminuísse a velocidade do ônibus. — Quando pegamos o Túnel (Rebouças), na primeira galeria, ele (motorista) quase bateu em um carro branco, que desviou e buzinou. Então, falamos para ele, vá devagar, motorista, temos um filho em casa. Queremos chegar bem em casa. Em vez de desacelerar e ir devagar, ele foi rápido. Na descida do viaduto (da Linha Vermelha ao Campo de São Cristóvão), ele teve que parar para virar. Ele continuou rápido e não freou. O ônibus pegou o lado que eu estava — disse ele. Jennyffer Micaella contou que viajava em um banco atrás do qual estava sentado o menino Davi Guimarães, de 8 anos, que perdeu um braço. A atendente disse que foi retirada do ônibus pelos amigos, que também ficaram feridos. Ela foi levada ao Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha do Governador. Flávio da Silva Desidério, 19 anos, companheiro de trabalho de Jennyffer, ficou ferido de forma menos grave que o amigo. — O ônibus rodava muito e, em São Cristóvão, o motorista não conseguiu controlar o veículo, que capotou. Caí em cima de outra pessoa e até tive a cabeça pisada por outro passageiro”, disse ele. Até a tarde desta segunda-feira, pelo menos 12 pessoas haviam sido entrevistadas no 17º DP. Ainda não há horário para que o motorista do ônibus seja ouvido, pois ele segue internado com traumatismo cranioencefálico no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Entre os 26 feridos, três tiveram amputações traumáticas de um dos braços. Dois homens estão internados no Hospital Souza Aguiar, no Centro. O menino Davi Guimarães teve o braço reimplantado no Hospital Quinta D’or, para onde foi levado. Procurado para falar sobre o colapso do ônibus, o Rio-Ônibus informou que o departamento jurídico da empresa de ônibus envolvida no acidente está fazendo contato e prestando atendimento a todas as vítimas do acidente.
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