Mesmo na hora de vender um produto usado, é preciso ter cuidado. De eletrodomésticos a violões que não são mais usados, a maioria dos brasileiros já abriu mão de alguns pertences. Muitas vezes realizada através do boca a boca, a venda de artigos em segunda mão tornou-se comum no mundo digital, com a proliferação de plataformas nas quais os internautas podem anunciar produtos e negociar diretamente com os interessados, mesmo em tempo real. Mas mesmo quando se trata de deixar ir, as pessoas não estão seguras. É comum que usuários desses sites sejam alvos de golpes de engenharia social. Nesse tipo de fraude, os criminosos conseguem obter vantagens sobre os anunciantes, seja monetária ou apropriando-se do item anunciado, sem pagar. Os golpes mais comuns envolvem a tentativa de obter o produto com um comprovante de pagamento falso. Nestes casos, o criminoso comunica que tem interesse na mercadoria e realizará a compra. O bandido, porém, afirma que o sistema de pagamento da plataforma exige o e-mail e telefone do vendedor para verificação. Com esses dados, o golpista falsifica um comprovante de pagamento do site para o vendedor e envia por e-mail. O golpista ainda usa logotipo e endereço de e-mail semelhantes à plataforma em que a venda está sendo feita. Dessa forma, ele induz o vendedor a acreditar que o valor foi depositado e que será liberado após a entrega do produto. Em muitos casos, após essa etapa, o criminoso envia um motorista para retirar o produto. Existem outras situações em que o criminoso se faz passar por intermediário, alegando que um “amigo” ou “terceiro” vai recolher o bem, sem que o pagamento tenha sido efetivamente efetuado. Segundo Mozar Carvalho, sócio fundador da Machado de Carvalho Advocacia, é preciso ficar atento aos indícios de irregularidade. Exemplo disso são os compradores que demonstram uma urgência incomum para concluir a transação, oferecendo preços até acima dos praticados pelos vendedores, sem muita negociação: — Além disso, os criminosos muitas vezes fazem solicitações de alteração da forma de pagamento após o acordo inicial. Geralmente evitam contato telefônico ou pessoal, preferindo mensagens de texto. De posse de informações como nome, telefone e até endereço, os golpistas também podem ameaçar e chantagear pessoas que desejam dinheiro extra vendendo algo que não utilizam mais. Alerta de lançamento de números para cuidados Beatriz Soares, vice-presidente de Produtos da OLX. maior plataforma de marketplace do país, revela que, em 2023, os brasileiros perderam aproximadamente R$ 1,1 bilhão em golpes digitais — um aumento de 12% em relação a 2022. Os números são de um levantamento feito com base em cerca de 20 milhões de contas abertas em sites e aplicações neste nicho. O Estado do Rio de Janeiro é o segundo em incidência de golpes (11%), atrás apenas de São Paulo (45%). Carros, vans e SUVs estão no topo da lista de produtos mais visados pelos golpistas, representando 25%. Celulares e smartphones ficam em segundo lugar, com 22%. Em terceiro lugar estão os videogames, com 13%. — Os golpes mais comuns identificados em 2023 foram pagamentos falsos (30,5%), invasão de contas (25,6%) e coleta de dados (17,8%). Só em 2023, os brasileiros sofreram mais de 91 mil golpes na compra e venda de veículos online, segundo dados do estudo de mercado realizado pela OLX. O advogado criminalista Thiago Jordace orienta que, após ser vítima de um golpe online, as pessoas devem documentar toda a transação fraudulenta e registrar a ocorrência digitalmente, enviando os documentos para a polícia: — Para evitar esses casos, é preciso investir na credibilidade do estrutura de transações e serviços — diz Beatriz. Veja como escapar de golpes Como medida de segurança, o professor Gustavo Kloh, advogado de defesa do consumidor e professor de direito da FGV Rio, recomenda: é importante não realizar transações fora dos marketplaces. Os golpistas, diz ele, aproveitam a vontade de economizar para induzir os vendedores a cair no golpe: — Muitos levam o anunciante a fechar o negócio fora da plataforma por conta da comissão que esses sites cobram. Isto é quase um pensamento anti-sistema, mas, na verdade, é o sistema de plataforma que traz segurança a estas negociações. Além disso, é aconselhável utilizar plataformas de pagamento seguras e reconhecidas que ofereçam proteção ao vendedor, como reter o pagamento até a confirmação da entrega, além de sempre verificar a identidade do comprador e, se possível, realizar a transação em uma conta específica à venda. online, separado da sua conta pessoal, diz Kloh. — É importante verificar o perfil do comprador no marketplace, observando o histórico de compras e avaliações de outros vendedores. Realizar pesquisas rápidas sobre o comprador on-line e solicitar uma chamada telefônica ou videoconferência para discutir os detalhes da transação também são práticas recomendadas. Criminosos clonam WhatsApp A Kaspersky, empresa especializada na produção de softwares de segurança para internet, identificou um esquema criminoso simples, mas que pode causar muita dor de cabeça. Os criminosos monitoram plataformas de vendas, como “sites de desapego”, para identificar os usuários que criaram anúncios. Com informações sobre essas ofertas, um deles envia uma mensagem, passando-se pela plataforma de vendas, dizendo: “verificamos um anúncio postado recentemente e gostaríamos de atualizá-lo para que fique disponível para visualização” ou “devido ao grande número de reclamações relacionadas ao seu número de contato, estamos verificando.” As mensagens terminam pedindo à vítima que insira o código que receberá por SMS para resolver o problema. — Quando a vítima responde à mensagem, o fraudador inicia o processo de ativação do WhatsApp em um novo celular, pois o suposto código de verificação é, na verdade, o código para ativar a conta. Se a pessoa não prestar atenção, acaba fornecendo o número e tem seu aplicativo roubado em poucos minutos — afirma Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab Brasil. A partir desse momento, o golpista se faz passar por vítima para pedir dinheiro a parentes e amigos próximos. Saiba mais taboola
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