Após uma série de denúncias sobre golpes envolvendo o sistema de compartilhamento de bicicletas no Rio de Janeiro, a empresa responsável pelo serviço, Tembici, informou que está adotando uma nova medida de segurança: a instalação de QR Codes autodestrutivos. Esses códigos, usados para desbloquear bicicletas, rasgam-se e perdem a validade ao serem retirados, evitando que criminosos os troquem para que outros usuários possam pagar por viagens que não realizaram.
Há também relatos de usuários que apontam uma tática ainda mais elaborada: os criminosos estariam colando o QR Code de uma bicicleta em outra. Quando o usuário tenta desbloquear a bicicleta correta, ele acaba desbloqueando uma segunda bicicleta, onde outra pessoa finge estar tentando desbloqueá-la. Assim, o usuário libera, sem saber, a bicicleta errada, e os golpistas saem do local com o veículo sem realizar nenhum pagamento.
No mês passado, outro golpe também foi identificado em estações de bicicletas elétricas. Objetos estão sendo colocados em pontos de devolução para evitar que os veículos caibam corretamente, o que permite que sejam roubados mesmo após o usuário tentar devolvê-los.
A advogada Luciana Balbino, que devolvia uma bicicleta na manhã desta segunda-feira, em um posto Bike Rio, em Botafogo, relatou que uma amiga foi autuada por uso indevido após devolver a bicicleta que usou por apenas alguns minutos.
“Alguém pegou a bicicleta que ela estava usando e continuou a usá-la, e então, quando ela foi verificar, indicaram à empresa de bicicletas que ela estava usando a bicicleta há cinco horas”.
O estudante de fisioterapia Felipe Scavuzzi, usuário frequente do serviço, disse que redobrou a atenção para não ser vítima dos golpes que têm se tornado cada vez mais comuns.
“Às vezes a gente entrega a moto e acha que está tudo bem, está tudo bem. Mas não, muitas vezes a gente deixa lá, mas a moto pode voltar, pode ir embora, deixando livre para quem mal intencionado pegar e aproveite. Descobri isso recentemente e fiquei surpreso. As pessoas, realmente, quando querem o mal, podem tirar vantagem disso.”
A Tembici informou ainda que utiliza seus canais de comunicação para orientar os ciclistas sobre o uso correto do sistema. A empresa reforça que a recolha e devolução das bicicletas só são confirmadas após o acendimento do sinal verde e a emissão de um sinal sonoro, garantindo que a bicicleta está corretamente trancada.
Todas as viagens são monitoradas e, em casos de uso excessivo, a equipe do Tembici entra em contato com o usuário para evitar cobranças indevidas. A Polícia Civil informou que é necessário registrar formalmente as denúncias nas delegacias.
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