A Universidade informou que, ‘após a decisão do estudante de dar seguimento à denúncia de violência, a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento encaminhou a abertura de processo administrativo disciplinar à Procuradoria-Geral da Universidade para investigação e providências cabíveis, bem como providenciar a saída do estudante acusado de moradia estudantil’. Estudante Yasmin Mendonça relata falta de apoio da USP GloboNews A Universidade de São Paulo (USP) informou que expulsou do Crusp (Conjunto Residencial da USP) a estudante acusada de estuprar uma colega deficiente dentro do alojamento estudantil da instituição, no final de agosto deste ano. ano. Em nota, a USP informou que, “após a decisão do estudante de dar seguimento à denúncia de violência, a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) encaminhou a abertura de processo administrativo disciplinar à Procuradoria-Geral da Universidade para investigação e providências cabíveis, bem como providenciar para que o estudante acusado deixe o alojamento estudantil.” “O PRIP está a tomar medidas para preservar a segurança da vítima e evitar que as práticas de cancelamento causem danos a ambas as partes para além do que já ocorreu”, acrescentou. Aluna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Yasmin Mendonça, de 20 anos, contou que, após um dia de aulas, foi convidada para tomar um café no dormitório do acusado, que, na época, ainda estava colega dela. “Depois que ele viu que eu terminei um relacionamento, ele voltou a me importunar com frases horríveis. Ele puxou a cadeira para perto de mim, me senti intimidada e tentei puxar outro assunto. Não quero me relacionar assim com ele, que só queria amizade”, lembrou. Ela contou que falava sobre literatura brasileira quando o suspeito começou a passar a mão em seu corpo. “Não consegui reagir de jeito nenhum, só fiquei ali parado. Já tinha dito que não queria e ele começou a entregar.” Diagnosticada com paralisia cerebral tipo 1, Yasmin tem mobilidade reduzida em todo o lado direito do corpo. Tímida e assustada, ficou com medo de reagir e ser atacada pelo menino. “Simplesmente congelei quando percebi que ele estava puxando a manga para baixo. da minha blusa, a alça do meu sutiã.” Após o episódio, ela foi até seu dormitório, que fica próximo ao do agressor, e se perguntou o que teria acontecido. Momentos depois, ao encontrar o acusado na escada de incêndio, Yasmin manifestou seu descontentamento: “Eu falei ‘olha cara, não gostei do que você fez. Não quero que você faça isso comigo de novo, me senti muito desrespeitado.” Eu escutei’ enquanto ele passava a mão pelo meu corpo, me acariciando e dizendo ‘eu entendo’. Quando fui entrar no meu apartamento, ele veio por trás de mim e esfregou suas partes íntimas no meu corpo. Quando entrei, ele ainda estava zoando e disse ‘Se você demora para fechar a porta é porque gostou, porque quer’”. Além de estudar na mesma faculdade [FFLCH] e fazendo cursos no mesmo prédio da vítima, o agressor de Yasmin também mora no mesmo quarteirão do CRUSP. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que foi instaurado inquérito policial e que as investigações já resultaram na identificação do autor, que foi intimado a prestar depoimento. Segundo o ministério, o caso está sendo investigado pela 93ª DP (Jaguaré) e será encaminhado à 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). A universidade disse ainda: “A Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento destaca que adotou as ações de escuta e acolhimento da vítima e respeita a vontade do aluno para que outras medidas possam ser adotadas. divulgou os nomes logo após o ocorrido, a vítima foi acolhida por duas assistentes sociais, que acompanham o estudante”. Busca por acolhimento e justiça Três dias após o ataque, ao procurar a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, setor da USP responsável por acolher e acompanhar casos como o denunciado, o estudante foi orientado a registrar boletim de ocorrência e obter ações judiciais que fazer o agressor sair do mesmo quarteirão que o seu no CRUSP e até na própria universidade. Yasmin procurou a 3ª DDM Oeste no dia 23 de agosto e teve o primeiro boletim de ocorrência registrado como assédio sexual. Ao pedir medida protetiva à delegada, ela foi informada que “não seria possível, pois ela e o agressor não moram no mesmo endereço”. A estudante entregou o boletim de ocorrência à assistente social da USP, que, segundo Yasmin, garantiu que deslocaria o agressor do quarteirão onde mora. Yasmin também procurou a Comissão de Direitos Humanos da FFLCH para obter instruções e apoio. Ela foi orientada a procurar os serviços da Casa da Mulher Brasileira. Na segunda vez que foi prestar boletim de ocorrência, no dia 29 de agosto, a estudante conta que esperou cinco horas para poder prestar depoimento, mas conseguiu registrar o caso como estupro. Ela novamente solicitou algum tipo de medida protetiva, mas foi informada que seu caso não se enquadraria na Lei Maria da Penha e que teria que procurar assistência jurídica. A Polícia Civil informa que a situação relatada pela vítima não obedece ao protocolo de atendimento da instituição, que preza pelo acolhimento e apoio às vítimas de violência. A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) está em contato com a vítima para dar continuidade à investigação e já convocou a autora para prestar depoimento. Mais detalhes serão preservados devido à natureza do incidente. Procurada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública disse que a situação relatada pela vítima não condiz com o protocolo de atendimento da instituição, que preza pelo acolhimento e apoio às vítimas de violência. “A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) está em contato com a vítima para dar continuidade à investigação e já convocou o autor para prestar depoimento. Maiores detalhes serão preservados devido à natureza do ocorrido”, afirmou o ministério em nota. . “Sinto que estou no ‘modo peteca’: na mão de uma pessoa e de outra, e ninguém deixa a bola cair, ficam jogando de um lado para o outro. Ninguém resolve nada”, lamentou. Durante a Semana da Pátria, período do início de setembro em que os alunos da USP não têm aulas, Yasmin tentou resolver seus problemas na Justiça. Angustiada com a possibilidade de encontrar seu agressor no campus, ela procurou a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e foi orientada a retornar à Casa da Mulher Brasileira para conversar com os defensores a fim de tentar enviar um pedido de indenização. medida protetiva ao Tribunal. . Na Casa da Mulher Brasileira, ela foi orientada a buscar medida cautelar no Fórum da Barra Funda, que abriga o Departamento de Inquéritos Policiais (DIPO). Nesta terça-feira (10), Yasmin foi ao DIPO, descobriu que seu centro cirúrgico estava “travado” e foi orientada a voltar ao DDM e pedir o encaminhamento do registro ao órgão da Barra Funda. Ainda no Fórum, o estudante foi atendido em uma unidade do Ministério Público. Lá, ela foi informada que o Ministério Público analisaria o caso e retornaria o mais rápido possível. Violência sexual na USP A Polícia Civil investiga uma tentativa de estupro e roubo ocorrido contra uma estudante de 23 anos na Praça do Relógio da USP, no dia 21 de agosto. A vítima prestou depoimento e os investigadores aguardam o resultado dos exames periciais, segundo a SSP. O autor do crime ainda não foi identificado. O caso gerou repercussão entre os estudantes, que reclamaram de problemas de segurança, iluminação e poda de árvores. No dia 28 de agosto, houve uma reunião entre estudantes e representantes das universidades para discutir a segurança dos estudantes e medidas para torná-los menos vulneráveis. A USP, por meio da Reitoria, afirma que tem trabalhado para melhorar a iluminação do campus. Diz que em 2024 foram instaladas 134 novas lâmpadas e feitos reparos em mais de 700. Afirma ainda que um projeto de retrofit no sistema de iluminação será entregue até o final de setembro —depois será aberto um concurso para que seja realizado. E que o plano diretor do campus criará novas rotas iluminadas.
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