Os meses de janeiro e fevereiro foram os mais violentos, com sete mulheres assassinadas – homicídio e feminicídio – em cada período. Mais de 40 mulheres foram assassinadas de janeiro a agosto de 2023 Editoria de Arte/G1 De janeiro a julho de 2024, foram registrados 13 feminicídios na Paraíba e 23 homicídios contra mulheres. Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Social e Defesa solicitados pelo g1 por meio da Lei de Acesso à Informação. Segundo os dados, sete mulheres foram assassinadas – feminicídio e homicídio – em janeiro, sete em fevereiro, duas em março, cinco em abril, seis em maio, quatro em junho e cinco em julho. As mulheres na Paraíba são cada vez mais ameaçadas, perseguidas, estupradas e mortas. Mulheres vítimas de feminicídio no primeiro trimestre de 2024 foram assassinadas nas cidades de João Pessoa, Itapororoca, Paulista, Marizópolis, Bonito de Santa Fé, Cabedelo, Patos, São Vicente do Seridó e Monteiro. Maria Vitória dos Santos, de 15 anos, foi assassinada pelo namorado, Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos, em julho. Ele foi preso no dia seguinte ao crime. O caso aconteceu em Monteiro no dia 14 de julho. Segundo testemunhas, Maria Vitória e Gilson estavam bebendo na casa dele quando começou uma discussão. Foi nesse momento que o homem teria disparado os tiros que mataram o adolescente. O suspeito foi preso após a localização da placa do carro de Gilson através do monitoramento de câmeras de trânsito da Polícia Civil. Segundo a mãe de Maria Vitória dos Santos, Maria Lúcia dos Santos Farias, a menina começou a ser abusada aos 13 anos. Em depoimento, sua mãe afirmou que Gilson deu de beber à menina antes de fazer sexo com ela. Dois feminicídios por mês em 2023 Na Paraíba, em média, duas mulheres foram mortas por mês em 2023 devido à sua condição de gênero. No ano passado, o número de feminicídios cresceu 30%. A Paraíba registrou 34 feminicídios, ante 26 em 2022, um aumento de nove casos em números absolutos. A Lei nº 13.104/2015 torna o feminicídio um homicídio qualificado e o coloca na lista dos crimes hediondos, com penas mais elevadas. De acordo com a lei, considera-se que existem razões para a condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou desrespeito ou discriminação contra a condição de mulher. O mês com maior número de feminicídios em 2023 foi outubro, com 7 casos. Depois de outubro, o mês mais violento foi abril, com 6 feminicídios. Em 2022, este mês também apareceu em destaque, com 7 casos. Em alguns meses de 2023 não foram registrados casos, como março e novembro. Paraíba tem a pior taxa de feminicídio do Nordeste em 2023 Em números absolutos, apesar de ter registrado crescimento nos casos de feminicídio, a Paraíba se posiciona como o quinto estado do Nordeste com menos casos. Porém, avaliando a taxa de feminicídios por 100 mil habitantes, proporcionalmente, a Paraíba lidera o indicador, apresentando o pior cenário. Taxa de feminicídio no Nordeste Paraíba 0,85 Pernambuco 0,78 Piauí 0,76 Bahia 0,70 Sergipe 0,67 Rio Grande do Norte 0,66 Maranhão 0,65 Alagoas 0,56 Ceará 0,45 No cenário nacional, 1.422 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2023, uma média de quatro feminicídios por dia no Brasil. Apesar do número ainda elevado, houve redução de 1,8% nos casos em relação a 2022. 2012 foi o ano mais violento para as mulheres na Paraíba na última década Como denunciar Denúncias de estupro, tentativa de feminicídio, feminicídio e outros tipos de violência contra a mulher pode ser realizada por meio de três telefones: 197 (Linha de Denúncia da Polícia Civil) 180 (Centro de Atendimento à Mulher) 190 (Linha de Denúncia da Polícia Militar – em casos de emergência) Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com Android e Sistemas operacionais iOS e conta com diversas funcionalidades, como denúncias via telefone via 180, via formulário e e-mail. As informações são enviadas diretamente ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, responsável pela organização das investigações. Vídeos mais assistidos da Paraíba
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