A metodologia é resultado de uma parceria entre o Instituto Federal do Rio de Janeiro e a Polícia Civil. Uma parceria transformou a Polícia do Rio de Janeiro na única corporação do país a realizar testes de autenticidade e avaliação não invasiva em pessoal. Ou seja, para realizar o exame que confirma se uma obra é ou não falsificada, não há necessidade de colher amostras de tintas para avaliação laboratorial. A técnica consiste em uma espécie de confronto, onde uma pintura suspeita de ser falsa, por exemplo, é comparada com uma autêntica do artista, produzida com material idêntico e ao mesmo tempo. A metodologia foi desenvolvida combinando uma técnica de análise e restauração de obras de arte, importada da Itália por professores do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), com o conhecimento forense de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio. Segurança: Polícia Militar terá três novos batalhões até 2025 Seminário EXTRA: Especialistas e autoridades debatem tecnologia e segurança: veja tudo o que aconteceu O resultado do confronto da construção, segundo Nilton Thaumaturgo, chefe do serviço de mercologia forense do ICCE, apresenta 100% exatidão, ou seja, revela se a obra questionada foi ou não produzida pelo suposto autor. Os exames incluem, entre outras coisas, a digitalização de trabalhos originais feitos por meio de Macromapeamento por Espectroscopia de Fluorescência de Raios X (MAXRF). Nilton Thaumaturgo, chefe do serviço de perícia em merceologia do ICCE e os peritos criminais Maria Isabel (à esquerda) e Cláudia Souza examinam um ostensório que teve uma peça roubada Reprodução É uma espécie de mapeamento digital onde todos os pontos de uma tela original, por exemplo, são analisados. O equipamento pertence ao IFRJ e é operado por nove especialistas treinados para isso através de um curso. O mesmo procedimento é então realizado em obras de arte cuja autenticidade é questionada. Em seguida é produzida a análise comparativa. — Colocamos a obra e ela escaneia pixel por pixel, inteira, na sua totalidade. Ele (equipamento) revela a composição química elementar de cada ponto da tela. Então, me diz quais elementos químicos estão presentes em cada tinta, em cada cor. Isso significa que criamos um perfil físico-químico da paleta do artista, para aquele período de tempo, para aquela fase artística que ele estava passando naquele período, e para aquela técnica artística. Para fazermos o exame, temos que ter padrões. Nossa metodologia é científica. Então, precisamos ter um grupo teste e um grupo controle — explicou Thaumaturgo. Além do MAXRF, outras duas técnicas laboratoriais que nem tocam nas telas, para evitar danos, também são utilizadas na perícia. Um deles analisa os pigmentos de base orgânica, os ligantes de cada tinta e os vernizes. Uma terceira mostra o trabalho do artista nos mínimos detalhes, possibilitando ver, por exemplo, como foram feitas as pinceladas. Os exames também incluem estudos grafotécnicos, que analisam a assinatura do artista, e análise mercológica, que avalia o valor de mercado de cada obra considerada genuína. A parceria entre ICCE e IFRJ começou em 2021. Obras de arte na casa de Rogério de Andrade A expertise em Merceologia, que analisa e avalia bens como obras de arte e antiguidades, tem sido cada vez mais utilizada em investigações. Isso aconteceu, por exemplo, durante a Operação Pequeod, em fevereiro de 2023. Na ocasião, a polícia cumpriu 25 mandados de busca e apreensão contra alvos ligados ao bicheiro Rogério de Andrade, suspeito do crime de lavagem de dinheiro. O objetivo era apreender R$ 40 milhões em bens e valores. Durante a ação, foram apreendidas 19 obras de arte suspeitas de terem sido utilizadas no esquema de lavagem de dinheiro. Todos passaram por perícias. O resultado descobriu que as pinturas eram autênticas. Os preços das obras variaram. Alguns tiveram o preço de mercado indicado por especialistas em torno de R$ 80 mil. Em novembro do mesmo ano, um ladrão roubou uma custódia datada do século XIX, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, da Igreja de São Francisco de Paulo, no centro do Rio. A peça roubada fazia parte de um ostensório — objeto onde se coloca a hóstia para adoração dos fiéis — feito de liga metálica, com pedras semipreciosas, medindo 140 centímetros de altura por 44 centímetros de largura. A análise merceológica avaliou a peça em cerca de R$ 250 mil. A Operação Versalhes, em março de 2021, foi a primeira em que a nova metodologia foi utilizada. Na altura, um exame microscópico ajudou a confirmar que as três obras de arte vendidas por uma galeria como se fossem do pintor Ivan Serpa eram, na realidade, grosseiras falsificações. Mas não foi só isso: outra análise demonstrou que, nas pinturas originais, o artista utilizou elementos químicos diferentes dos da falsificação, além de haver discrepâncias entre as assinaturas. Os preços cobrados estavam bem abaixo dos preços originais.
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