Nos bastidores, a avaliação é que o trabalho do ministro é suficientemente consistente para que a reputação de ‘ministro dos impostos’ não dure muito. O ambiente de Haddad vê os memes do ministro com humor. O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, disse que a possibilidade de ser um movimento articulado não está no radar do partido. S Memes com foto do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tomaram conta das redes sociais nos últimos dias. As montagens apresentam a imagem do ministro associada a paródias, como capas de filmes, cujo conteúdo são “taxas”, ou seja, impostos. Internautas culparam Haddad por ter imposto impostos sobre compras internacionais de até US$ 50, o que ficou conhecido como “imposto da blusa”. E, com a aproximação do início da medida, no dia 1º de agosto, o compartilhamento de memes ganhou força. A onda de piadas, porém, não preocupa o governo. A análise partiu de pessoas próximas a Haddad, que relataram que o Ministério da Fazenda acompanha os memes com “bom humor”. ‘Taxad’: Redes sociais foram invadidas por memes sobre o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad Reprodução/X Os produtos com Preços até US$ 50 estarão sujeitos a um imposto de importação de 20%, além do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que vai para os estados, de 17% —e que já existia. porém, é inferior aos 60% aplicados nas compras acima desse valor. Evolução da reforma tributária A evolução da votação da reforma tributária, que poderá aumentar a carga tributária sobre alguns produtos e serviços, também alimentou as piadas, mas, na opinião de aliados de Haddad, o trabalho realizado pelo ministro refuta as acusações de “maneira sólida”. Eles respaldam esse entendimento com base em alguns mecanismos de restituição incluídos na reforma tributária, como o “cashback” e a isenção do imposto de renda para famílias de baixa renda. renda. Os auxiliares também citam como ponto positivo a ampliação do Bolsa Família no início do governo. Com a reforma tributária, cinco tributos que atualmente incidem sobre o consumo: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS, serão substituídos por dois novos, que formam o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O primeiro projeto que regulamenta a medida foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 10 de julho, mas ainda precisa passar pelo Senado. É importante lembrar que as regras da reforma tributária serão aplicadas de forma faseada ao longo dos próximos anos e todos os seus efeitos serão sentidos ao longo do tempo. Entre os assuntos mais comentados Na manhã desta terça-feira (16), a palavra “tributação” ficou em 2º lugar nos assuntos mais comentados do X, antigo Twitter. Alguns usuários das redes sociais acusam o movimento de ser organizado para manchar a imagem do ministro. O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, elogiou Haddad e seus esforços na área econômica, incluindo a aprovação da reforma tributária (entenda abaixo). Ele disse ainda que a possibilidade desse movimento meme ser algo articulado não está no radar do partido. ‘Imposto’: Redes sociais foram invadidas por memes sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad Reprodução/X Aumento de imposto gera críticas ao ministro Tentativas de aumentar a receita federal para tentar eliminar o déficit nas contas públicas deste ano foram anunciadas pelo ministro da Fazenda desde o ano passado — e tem gerado críticas nas redes sociais desde então. Em dezembro, por exemplo, Haddad anunciou a lei que reduz o número de empresas beneficiárias do Programa de Retomada Emergencial do Setor de Eventos (Perse), além de anunciar a limitação da compensação de créditos tributários —que é quando uma empresa pode, na justiça, receber impostos atrasados pagos indevidamente. O ministro também tentou buscar formas de compensar a lei de desoneração da folha de pagamento de 17 setores, aprovada no final de 2023 pelo Congresso e válida até 2027. Com a mudança nos cálculos, as empresas passariam a pagar mais impostos. Além disso, a proposta do governo incluía o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para as empresas por dois anos, e gerou embates entre Haddad e o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Nesta semana, o senador chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação do prazo para análise das medidas compensatórias enviadas pelo governo. O ministro Edson Fachin, do STF, prorrogou o prazo até 11 de setembro. Sem conseguir avançar significativamente nas medidas de aumento de arrecadação, Haddad afirmou nesta semana que o governo avalia quanto será necessário fazer bloqueios e contingências de gastos em 2024 no Orçamento para cumprir as regras do marco fiscal. Pela lei, o bloqueio ocorre quando há aumento de despesas obrigatórias — como pagamentos da Previdência Social, por exemplo. Nesse caso, o governo precisa cortar esses gastos para ficar dentro do limite esperado. ‘Imposto’: Redes sociais foram invadidas por memes sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad Reprodução/X O Contingência, por sua vez, é feito quando a receita está abaixo do esperado e o governo precisa conter gastos. A meta fiscal do governo para este ano é déficit zero, ou seja, não gastar nada além do que foi arrecadado. O crescimento das despesas também tem teto de 2,5%.
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