Assassino confesso diz que valor, em média, foi de R$ 50 mil à polícia Em quase duas horas de depoimento, a testemunha Ronnie Lessa deu detalhes sobre a suposta corrupção policial. Com a experiência de quem foi adido da Polícia Civil, ou seja, cedido às delegacias, apesar de ter sido policial militar, o colaborador do réu disse que, quando as investigações eram exclusivamente no papel, bastava pagar R$ 50 mil para os policiais civis “desaparecessem” com eles. Atualmente, como os documentos são inseridos no sistema da corporação, ou seja, são virtuais, a prática é pagar para desaparecer com provas, ou seja, criar obstáculos para evitar que o crime seja esclarecido, situação mais comum quando a autoria envolve contravenções e membros de milícias. A informação foi revelada pelo blog Segredos do Crime, da Globo. Veja também: Alerj aprova homenagem póstuma a Joana Zeferino da Paz, Dona Vitória Saiba mais: Polícia prende suspeito de roubar equipamentos de antenas telefônicas na Baixada Fluminense — Posso dizer que um grande número de delegados, talvez hoje se houve intervenção, algo sério, e se aparecesse um cara para denunciar, provando que deu dinheiro para tantos delegados, teria que abrir um concurso. Não haveria espaço. Meia dúzia de pessoas que seriam salvas. Essa é a realidade da Polícia Civil. E não é diferente do PM, não. É a mesma coisa. A polícia do Rio de Janeiro está contaminada há décadas — disse Lessa. Ainda segundo o blog Segredos do Crime, da Globo, Lessa diz que muitas investigações foram destruídas com fogo: — Então, vai lá e fala com ele (o policial) que tem algo assim acontecendo ou tem uma investigação para jogar fora. Agora, como foi digitalizado, é mais difícil. Mas antes era pegar investigação, jogar debaixo do braço, jogar gasolina e colocar fogo. Estava lá. Funcionou. Então prateleiras inteiras de processos desapareceram. Foi quando foi físico. Então, depois da digitalização, as coisas ficaram um pouco mais difíceis. O que eles fazem hoje? Eles podem tentar manipular o processo. A investigação manipula, desvia para outro foco, etc. Mas não no passado. Ele pegava a pasta dessa espessura, de um centímetro, colocava debaixo do braço, apertava a mão, deixava R$ 50 mil e ia embora. Isenta ex-bombeiro Nas primeiras três horas de depoimento, Ronnie Lessa tentou retirar o amigo e ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, do foco da execução de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo Lessa, o ex-soldado nunca matou ninguém e culpou Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, pelo convite para Suel. Macalé, é nomeado pela Polícia Federal, com base no acordo de delação premiada de Lessa, como intermediário entre ele e os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, acusados de ordenar o assassinato do parlamentar. Macalé foi assassinado em novembro de 2021. — Não é dele (Suel). Ele nunca havia atirado em ninguém. Ele era bombeiro! Quando Macalé ligou para ele, eu fui contra. Estou acostumado a atirar. Suel não era para isso. Ele está preparado demais, mas não é coisa dele — defendeu o funcionário. O ex-bombeiro, segundo investigações da Polícia Federal, participou do plano de homicídio e acompanhou a rotina da vereadora, além de ajudar Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz — condutor da emboscada — na desmontagem do carro utilizado no crime. e o desaparecimento de cápsulas de munição. A informação inclusive consta no depoimento do colaborador Lessa, mas em seu depoimento ele saiu em defesa do amigo.
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