Servidores protestam contra municipalização do Hospital do Andaraí

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Funcionários do hospital aproveitaram a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do presidente Lula, no evento do G20, para fazer uma manifestação. Até o momento, o Ministério da Saúde não divulgou detalhes do repasse. Funcionários protestam contra a municipalização do Hospital do Andaraí Funcionários da saúde protestaram contra a municipalização do Hospital Federal do Andaraí nesta quarta-feira (24), ao lado da sede da ONG Ação da Cidadania, em Santo Cristo, Zona Portuária do Rio. Até o momento, o Ministério da Saúde não divulgou detalhes da transferência da administração da unidade. O local sediou o lançamento da Aliança Global Contra a Fome, evento do G20, e funcionários do hospital aproveitaram a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do presidente Lula para fazer uma manifestação. Há três meses, o ministro anunciou mudanças nos hospitais federais do Rio e disse que o Ministério da Saúde estava criando um pacote de ações para reconstruir e fortalecer as unidades. Um dos temas discutidos é a transição do Hospital do Andaraí para Prefeitura do Rio. A decisão de municipalizar a unidade foi publicada no Diário Oficial da União no dia 5 de julho. Segundo a portaria, durante um período de transição de pelo menos três meses, seria realizada a administração compartilhada e ainda não há detalhes sobre como será feita essa nova gestão. Uma incerteza que tem gerado angústia entre os funcionários do Hospital do Andaraí, principalmente os terceirizados. “Ainda não sabemos nada, absolutamente nada, além do que a imprensa tem divulgado. Não é agradável viver e trabalhar num ambiente como esse, quando é preciso dar segurança ao paciente. O próprio paciente também, há especulações da parte deles. se tem greve, se não, se o médico está trabalhando, se não”, relata Neuza Alves, terceirizada. Os funcionários afirmam estar muito apreensivos porque não conhecem a proposta exata do Ministério da Saúde, além da municipalização. “Eles não sabem o que será dos servidores, se os servidores serão distribuídos. A infra-estrutura já enfrenta graves problemas e a escassez intencional está a agravar a situação. Faltam materiais básicos, como compressas, seringas, agulhas e outros materiais mais complexos, como medicamentos oncológicos, que o paciente não pode esperar, né”, afirma uma funcionária que preferiu manter o anonimato. Na semana passada, a ministra Nísia Trindade e o prefeito Eduardo Paes se reuniu para fechar o acordo sobre a transferência, mas não foram divulgados detalhes sobre como isso será feito na prática. Apesar do silêncio do ministério, outras mudanças estão sendo discutidas por Vannucci, diretor do DGH – Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde. Saúde, onde há proposta de mudanças na estrutura dos cargos da secretaria no ministério. Há também pedido para que seja retirada dos hospitais a autonomia para aquisição de insumos e contratação de serviços e a gestão dessas atividades. na diretoria do hospital, o diretor solicitou uma reunião urgente para discutir a proposta internamente. Embora ainda haja mais dúvidas do que respostas sobre a administração dos hospitais federais, os pacientes das unidades continuam enfrentando problemas. Dona Elvira, 83 anos, aguarda há mais de um mês uma cirurgia no Hospital da Lagoa. Sem cirurgia, ela não pode continuar as sessões de quimioterapia para tratar o câncer. “Estou com uma fratura no fêmur há mais de um mês. Dizem que não têm peça para fazer a cirurgia. Estou sentindo muitas dores, só estou deitada há um mês”, lamenta a idosa. Em nota, o Ministério da Saúde disse que acertou com a Prefeitura do Rio a criação de um grupo de trabalho e a elaboração de atos preparatórios para a parceria no Hospital Federal do Andaraí. mas não deu prazos. O ministério disse ainda que criou uma comissão gestora, convocou mais de mil profissionais e prorrogou contratos temporários. Ele também disse que negocia as demandas dos trabalhadores do hospital. Sobre a situação de Dona Elvira, o Hospital da Lagoa disse que o material necessário para a cirurgia está em processo de aquisição.



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