A imunização só será realizada de forma injetável a partir do 2º semestre de 2024. Segundo a OMS, a não erradicação de um único caso de poliomielite poderá resultar em até 200 mil outros. Criança recebe dose da vacina contra poliomielite em Ribeirão Preto (SP) Reprodução/EPTV Apenas 25% das crianças menores de 5 anos foram vacinadas contra a poliomielite este ano em Sertãozinho (SP). Em Guaíra (SP), foram 46%, nem perto da metade do público-alvo. Considerada erradicada desde 1990 no Brasil, a doença pode reaparecer no país, segundo especialistas, devido aos baixos índices de vacinação. Faça parte do canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Conhecida pelo efeito de paralisia muscular, a poliomielite pode atingir crianças e adultos e a única forma de prevenção é por meio da vacinação, que está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para menores de idade. 5 anos de idade. Desde 2016, o Brasil registra quedas na taxa de vacinação contra a poliomielite, segundo o Ministério da Saúde. Em 2023, o estado de São Paulo alcançou 84% de vacinação do público-alvo. Este ano, até 20 de junho, apenas 74,4% do público-alvo aderiu à imunização. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é vacinar 95% dessa população para garantir a imunização da população. Apesar de considerada erradicada no Brasil, a poliomielite continua endêmica no Afeganistão e no Paquistão, o que conscientiza o mundo todo e mantém a necessidade de vacinação contínua. Segundo a OMS, a não erradicação de um único caso de poliomielite poderá resultar em até 200.000 novos casos por ano. A vacinação contra dengue e poliomielite está abaixo do ideal em Sertãozinho, SP Poliovírus, sintomas e riscos A doença é causada pelo poliovírus, um vírus selvagem que está presente na natureza. A principal forma de transmissão é a fecal-oral, mas também há casos em que o vírus pode ser transmitido por via oral, sendo considerado extremamente contagioso. Assim, a falta de saneamento, as más condições de habitação e a má higiene pessoal são factores de risco para contrair e espalhar a doença. “A maioria das infecções não apresenta sintomas, mas 5% a 10% das pessoas que contraem a doença apresentam sintomas. Começa primeiro com um sintoma que lembra muito uma gripe, tem aquela dor no corpo, febre, mal-estar. Uma em cada 200 pessoas, além dos sintomas, pode evoluir para uma paralisia que pode se tornar uma paralisia permanente”, explica a infectologista Christianne Takeda. A paralisia é mais comum nos membros inferiores. Em casos raros, o médico afirma ainda que a musculatura respiratória pode ser afetada pelo poliovírus, podendo causar a morte do paciente. O neurologista Guilherme Chaparim afirma que pessoas infectadas pelo poliovírus, mesmo décadas após a doença, ainda podem apresentar fraqueza muscular, o que caracteriza a Síndrome Pós-Poliomielite. “É como se o neurônio restante se esforçasse demais para lidar com a sobrecarga, porque vários neurônios morreram. E aí chega o momento que ele ‘fadiga’, que chamamos de Síndrome Pós-Polio, mas essa é uma condição rara”, explica o médico. Zé Gotinha Ministério da Saúde Zé Gotinha, último caso no Brasil e chance de retorno da doença Na tentativa de aumentar a vacinação das crianças, o Ministério da Saúde lançou a campanha de vacinação contra a poliomielite com o personagem “Zé Gotinha”, criado pelo artista Darlan Rosa, em 1986. A presença do personagem na campanha foi considerada um sucesso. “Criaram um personagem, o Zé Gotinha, que fez sucesso entre as crianças. Era uma vacina que todos gostavam de receber, de levar o filho e sabiam da sua importância porque já conheciam muitas pessoas vítimas de paralisia infantil”, afirma o infectologista Homero Rosa. Darlan Rosa, criador do Zé Gotinha Conass/Reprodução e Arquivo Pessoal O último caso da doença no país foi registrado em 1989. Com o passar dos anos, Rosa diz que com o sucesso da erradicação da poliomielite no Brasil, a população deixou de ver as consequências da a doença na vida quotidiana e, como resultado, as preocupações sobre os seus riscos diminuíram. “Há uma expressão muito emblemática: ‘O calendário vacinal do Brasil é tão bom comparado ao resto do mundo, que foi vítima do seu próprio sucesso’. Ou seja, controlar e quase erradicar algumas doenças fez com que as gerações mais novas de pais, principalmente, não se preocupassem com a doença invisível, a doença que nunca viram”, explica. A falta de preocupação pode ser um dos motivos da baixa vacinação, segundo o infectologista, e, com isso, o risco de retorno da poliomielite é uma realidade. “Pode voltar a qualquer momento, como voltou a coqueluche, por exemplo. A doença que estava muito controlada, por ser muito grave, está voltando. Foram mais de 120 casos só no Estado de São Paulo nos últimos meses.” Com a vacinação abaixo das recomendações, o infectologista Takeda afirma ainda que há chance de o vírus voltar a circular no país e os casos começarem a ser registrados novamente. “Se não melhorarmos a cobertura vacinal, continuaremos numa zona de alto risco de transmissão. Porque quanto menos gente vacinada, maior a chance do vírus circular e depois causar infecção na população”, afirma. O neurologista Chaparim acrescenta que além da doença invisível, as informações falsas também contribuem para a redução da vacinação. “Por um lado, é o facto de não sentirmos esse medo, que atrasa o processo de vacinação. Por outro lado, há essa disseminação generalizada de notícias falsas, de evidências falsas de que a vacina teria efeitos, como o autismo ou que alteraria o DNA e outros devaneios”, explica. Vacina, única forma de prevenção Criada por Albert Sabin e lançada em 1961, a vacina gota a gota, também chamada de Vacina Oral contra a Poliomielite (VOP), foi um marco na imunização da população contra a paralisia infantil. A partir do segundo semestre de 2024, segundo o Ministério da Saúde, as vacinas serão exclusivamente injetáveis, denominadas Vacina Inativada contra Poliomielite (VIP). A mudança trará mais segurança aos vacinados, destaca o infectologista Homero Rosa. Ele explica que em pessoas com imunidade baixa, apesar de raro, havia a chance do vírus atenuado da vacina oral passar pelo estômago e infectar a pessoa. Porém, com injeção intramuscular, essa possibilidade não existe. “Em média, em todo o Brasil, ocorrem 2 casos por ano de crianças que desenvolvem doenças porque a vacina era oral. Com a vacina intramuscular não há passagem pelo estômago, então a doença não evolui”, explica. Com a VIP, a vacinação será feita com três doses, uma aos dois meses, outra aos quatro e a última, aos seis, com apenas reforço aos 15 meses de idade. Vacinação contra poliomielite Maurício Bazilio/Divulgação/SES-RJ O infectologista Takeda afirma que os efeitos colaterais da vacina são raros e, caso ocorram, são leves, como dor no local da aplicação e mal-estar, que passam rapidamente. Ela explica que os efeitos podem ocorrer porque a vacina contém o vírus inativado e, ao entrar no organismo, o organismo começa a lutar contra o invasor, mesmo ele não estando ativo. “Isso engana nosso corpo para que ele crie anticorpos contra a doença. Então, nessa hora, o corpo aciona todo um processo de defesa e aí você pode ter sintomas”, afirma. O médico destaca ainda a importância de se ter consciência de que a vacinação não protege apenas quem a recebeu, mas também as pessoas ao redor de quem foi imunizado. “Esse sentimento de que posso ser o herói do meu time, posso ser o herói da minha cidade porque me vacinei, acho que isso é uma coisa que a gente tem que valorizar mais”, relata. A segunda dose da vacina contra poliomielite, VIP, Vacina Inativada contra Poliomielite Cesar Brustonlin/SMCS *Sob supervisão de Helio Carvalho e Flávia Santucci Veja mais novidades da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
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