Dono de uma estátua no BioParque, Primaz marcou época e chegou a ser “lançado” como candidato a prefeito da cidade por uma revista de humor. Ele era um dos animais mais famosos do antigo Zoológico do Rio. O problema era quando “ele estava com o macaco”: jogava terra e tudo o que encontrava nos visitantes que se reuniam em frente à sua jaula. Uma dessas “vítimas” do Macaco Tião (1963-1996) foi o agora mestre cervejeiro Fernando Gonçalves, de quem não guardou rancor, tanto que é o responsável pela produção de uma cerveja artesanal que leva o nome do ícone carioca. A bebida, feita com quatro maltes e teor alcoólico de 5,5%, começa a ser vendida no BioParque nesta quarta-feira. A gelada, que traz no rótulo a foto do Tião — em homenagem a São Sebastião, padroeiro da cidade — custará R$ 26 a garrafa de meio litro. Só pode ser encontrado no bar do zoológico, o Boteco do Tião, e na loja de souvenirs de lá. — Vamos começar com um lote de 300 garrafas. Dependendo da demanda pública, podemos ampliar a oferta — afirma Gonçalves. A cerveja é do tipo lager, encorpada, mas leve. Por ser mais gasoso e ter pouco lúpulo, é menos amargo. Com o lançamento, o mestre cervejeiro passa a contar com 11 rótulos da marca. A água utilizada no processo de fabricação é proveniente da nascente Serrinha do Alamberi, em Itatiaia, zona sul do Rio de Janeiro. Esta não é a primeira cerveja temática que o Grupo Cataratas, que tem a concessão do BioParque, oferece aos visitantes. Em Foz do Iguaçu, no Paraná, a empresa vende cervejas artesanais com fotos de onças ameaçadas de extinção e que podem ser encontradas na região. — Em Foz do Iguaçu, parte dos recursos provenientes da venda de cerveja será destinada a projetos de educação e preservação ambiental, coordenados pelo Instituto conhecimento para Conservar — explica Talita Uzeda, gerente de sustentabilidade do Grupo Cataratas. Tião morreu de diabetes em dezembro de 1996. Na época, o então prefeito do Rio, Cesar Maia, declarou três dias de luto oficial na cidade. O chimpanzé, aliás, também fez parte da crônica política do município. Em 1988, a extinta revista de humor Casseta Popular ”lançou” Macaco Tião como candidato a prefeito, numa espécie de voto de protesto. Na época, os eleitores ainda votavam em cédulas de papel. Quase 400 mil pessoas escreveram o nome do animal nas cédulas e o colocaram nas runas — e ele só recebeu menos votos que os prefeitos eleitos Marcello Alencar e Jorge Bittar.
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